O Exorcista: O Devoto está nos cinemas, e esse filme dividiu o público 90% não gostou dele, e 10% gostou. Porém o final mesmo que tenha sido conclusivo, o filme é repleto de erros, e hoje vamos falar deles.
A trama
Na trama aqui do filme conhecemos o Victor ( Leslie Odom Jr. ), que perdeu sua esposa em um terremoto no Haiti, e ele está criando sozinho sua filha Angela (Lydia Jewett), de 13 anos. Porém essa menina se junta a sua amiga Katherine (Olivia O’Neill), e as duas saem da escola e vão pra floresta fazer um ritual pra Angela entrar em contato com sua mãe morta. Tipo o que poderia dar errado né?
Acaba que as duas meninas desaparecem por três dias e quando retornam elas estão diferentes, elas começam a fazer coisas estranhas e perturbadoras, mas nada nesse filme assusta ou dá medo. O filme usa seu primeiro ato pra focar no mistério do desaparecimento das garotas. Já o segundo ato fica pras estranhezas delas, e o final do terceiro fica pro exorcismo, sendo que o clímax é tão fraquinho que você torce pra tudo acabar rápido.
O péssimo retorno da Ellen Burstyn
A primeira coisa que tenho que pontuar é que o filme segue num caminho previsível, e quando tenta sair da previsibilidade, ele toma algumas decisões questionáveis. Como por exemplo colocar a Katherine endemoniada pra enfiar uma cruz nos olhos da recém chegada Chris.
Tipo trouxeram a Ellen Burstyn no final do segundo ato, mudaram totalmente a essência da personagem, e descobrimos que ela escreveu um livro sobre a possessão da filha dela, e depois de uns 4 dialogos, ela é atacada por uma garotinha encapetada, e fica a deriva no hospital.
A sinceramente a aparição dela no filme foi puro fanservice pra aparecer no trailer, e eles nem escondem isso. A personagem não é útil pra história igual rolou com a Sydney em pânico. Isso provavelmente vai deixar os fãs do original putos da vida, até por que é um baita desrespeito com a personagem.
Os exageros do filme
Porém o filme poderia ter contornado o uso ruim dessa personagem, criando uma história boa, com um terror afiado. Mas nem terror temos aqui. As duas meninas possuídas quase não fazem nada de muito uau, a única coisa sangrenta foi furar o olho da Chris que como eu já disse foi ridículo e a cena foi gratuita. As meninas demoníacas quebraram o pescoço de um padre que a gente nem conhecia direito. Foi um momento que era pra ter sido chocante, ou talvez emocional. Mas a gente nem ligava pra esse padre cagão, e muito menos ficamos chocados com pescoços quebrando daquela forma exagerada.
Por falar em exagero o final do filme teve tanto personagem reunido que eu até fiquei perdido com o proposito de cada um, parece uma reunião do AA. A tinha um pastor (Raphael Sbarge), um pregador pentecostal (Danny McCarthy) e uma curandeira ritualística (Okwui Okpokwasili). Além da vizinha do Victor, que é uma enfermeira, e nas horas vagas uma freira honorária que deixou de ser freira. Ah e como eles tiraram as meninas do hospital psiquiátrico. Elas estavam parecendo zumbis. O hospital liberou facilmente? E como conseguiram tantos equipamentos hospitalares. Nem a enfermeira ex-freira conseguiria sair com tantos equipamentos do hospital.
Os vingadores do exorcismo
Tudo isso pra chegarmos no exorcismo clichê do último ato, com gritos, água benta, luzes piscantes e sangue. Ah até gosma preta aparece no teto, e tem fumacinha demoníaca saindo da boca das meninas, e aquela mulher curandeira usa uma espécie de magia pra tentar ajudar as meninas. Esse final do filme virou jovens bruxas do nada.
Dai o filme que já não tava bom tenta por uma reviravolta, que retorna ao começo do filme no terremoto onde o Victor perdeu sua esposa, e ele teve que escolher entre ela e a Angela pra salvar. O demonio fala pra gente que ele escolheu a esposa, mas pelo visto ela morreu do mesmo jeito e ele teve que ficar com a filha.
Dai nesse ponto os demonico falam pros pais das meninas que eles tem que escolher só uma delas, e o pai da Katherine (Norbert Leo Butz) escolhe ela, e o filme bota outra reviravolta, que no caso a menina que foi escolhida era a que morreria, e a Angela sobrevive e a Katherine morre.
A confusão do final
O que já não tava muito claro fica ainda mais complicado, quando pensamos um pouco mais nesse final, e notamos que nada faz sentido aqui. O filme coloca um flashbacks do início do filme, quando a mãe de Angela recebeu um feitiço de proteção no Haiti enquanto estava grávida. Ainda nessa cena o Victor coloca o cachecol da mãe da Angela no seu pescoço, e a gente se pergunta o que salvou a Angela desse demonio? Pode ser qualquer coisa.
Daí quando eu acho que o filme não pode se superar eles colocam uma cena da enfermeira, fazendo um discurso sobre o mal vs a felicidade. Na hora mostra a família da Katherine que viu ela morrer e a menina que causou tudo isso estar viva. Tipo vamos ser sinceros, mas a Angela que foi meter a Katherine nessa palhaçada de ritual demoníaco.
Sendo que eu também fiquei me perguntando, uma garota morreu naquela casa, e um padre também, como será que a os pais explicaram isso pra policia? Será que a equipe de Arquivo X aparece nessas situações? Será que a policia não acha que eles fazem parte de uma seita?
A aparição da Regan
Enfim, o filme acaba com a Chris MacNeil está se recuperando no hospital dos ferimentos nos olhos cobertos. De repente, a Regan, entra no quarto e mãe e filha finalmente se reencontram depois de anos. A cena poderia ter sido linda, se o filme não fosse tão ruim.
Sendo que essa participação especial da Linda Blair deixa uma dúvida se ela voltaria pro O Exorcista: Enganador, que deve estrear em abril de 2025. Porém segundo uma entrevista que o David Gordon Green deu pro EW, ela pode nem voltar. Ele disse que tentou conversar com a Linda sobre a possibilidade, mas ela apenas riu da proposta dele, e ele disse que não sabe o que isso significa e que ele não tem certeza sobre o retorno dela.
Aposto que ela assistiu o filme, e automaticamente percebeu a bomba que ele é.