Sandman é com toda certeza uma das melhores séries de 2022. Eu achei uma obra prima, em todos os sentidos.
Sandman é uma série tão reflexiva, e tão profundamente introspectiva, que cada pequeno momento abordado aqui trás um grande debate pra ser discutido.
A cada episódio nós temos 40 minutos de diálogos e situações que apresentam o melhor, e o pior dos personagens. Sendo que tudo isso faz parte de um grande ciclo que entrega ensinamento pros personagens e também pra nós que estamos assistindo.
Não sei vocês, mas eu refletia a cada final de episódio sobre os assuntos abordados. Eu adoraria que essa série fosse semanal. Nós ficaríamos pesando nos episódios e eles deixariam sempre um gostinho de quero mais nas nossas cabeças. Sinto que o formato de maratona faz a gente devorar a série, e isso deixa de lado detalhes singelos que fazem a gente absorver a real mensagem que a série quer passar. Mas enfim, mesmo não sendo semanal, eu assisti a série no meu ritmo, e a cada final de episódio eu pausava e fazia anotações.
No quarto episódio, eu até anotei “o Lúcifer vai voltar”, e não é que eu tava certo.
No final da temporada, nós vimos o Lúcifer e o Azazel armando um plano pra derrotar o sonho, e dominar o sonhar, e a terra, e até mesmo a cidade prateada. Com esse final nós já vimos que o Lúcifer vai ser o vilão da próxima temporada, e eu fiquei mega feliz com isso.
Eu adorei a vibe da Gwendoline Christie, como o Lucifer, ele é um personagem tão bom, e a Gwendoline tão imponente com aquelas asas. Quero ver ela tacando o terror na segunda temporada, e eu senti que a batalha dela com o Sonho nessa temporada foi tão rápida. Espero que eles tenham uma interação mais longa na próxima temporada.
Porém mesmo com a pouca interação deles dois, eu ainda achei esse quarto episódio interessante, por conta da abordagem que eles trouxeram pro poder da esperança. Ter esperança é uma coisas que nem todos tem, muitos desacreditam de sí mesmos, e das coisas a sua volta, e aqui nesse episódio o Sonho derrotou Lúcifer com a esperança.
O poder do rubi
Daí logo em seguida desse episódio ótimo tivemos o episódio do restaurante, que parecia até um daqueles episódios Fillers de Supernatural das primeiras temporadas. Encarem isso como um elogio, por que eu amo supernatural.
Foi bom conhecer um pouco do John, e ver ele fazendo todos falarem a verdade e ele vendo que todos estavam melhores enquanto estavam mentido. Porém esse episódio, trouxe todo o conceito do rubi. Como o esse artefato pode ser perigoso nas mãos erradas. Já que ele não fez elas falarem a verdade, ele só tirou o sonho das pessoas.
O próprio Morpheus apareceu e fala isso pro John, ele exemplifica que os sonhos são importantes pra nós humanos. Que nós precisamos sonhar pra chegarmos onde queremos. Sem sonhos nós não temos propósitos, nós não temos motivações. E pelos sonhos nós mentimos, ou contamos inverdades.
Então toda aquela pegação, toda aquela matança, e até mesmo os segredos revelados nesse episódio… como por exemplo o peguete da betty comer o filho dela, e o filho comer ele. Eu ri demais nessa parte. Mas enfim, tudo isso foi uma consequência do John tirar os sonhos das pessoas, sem os sonhos eles não tinham nada a perder.
Toda a construção desse episódio foi perfeita, ele consegui se segurar em 50 minutos, só com alguns personagens em um único local. Ver o Morpheus aparecendo no final e ainda sendo otimista e benevolente com o John que fez muitas cagadas. Isso me mostrou que a melhor qualidade do Morpheus é o seu coração.
O melhor episódio da temporada
Por falar em qualidades do Morpheus, chegamos no sexto episódio, que pra mim foi o melhor capitulo da temporada. Na verdade um dos melhores episódios que vi esse ano em qualquer série.
Aqui nós conhecemos a morte, a irmã do Morpheus, os dois se encontram, e o Morpheus tá se sentindo decepcionado, e sem propósito. Ele recuperou todos os artefatos que ele queria, mas ele não sabe o que fazer depois disso.
Isso que ele tá sentindo é um espelho de nós seres humanos. Que vira e mexe a gente tem um objetivo, e quando chegamos lá, percebemos que não estamos felizes e completos como imaginávamos. A escrita dessa série é tão filosófica, que cada situação abre um precedente pra uma conversa muito boa!
Irmãos se ajudando
Ver a fofinha da Morte abrindo os olhos do Morpheus sobre o trabalho ser parte vital da vida. Todo esse momento dos dois juntos deu a vida novamente pro sonho. Ela fez ele voltar a sonhar. Ele precisava dessa conversa com a irmã dele.
E durante as mortes desse episódio, eu chorei levemente. Sem mesmo pensar em chorar, eu chorei. A direção das cenas, a trilha sonora, e a leveza com que tudo era conduzido me fez sentir uma paz, uma tranquilidade. A primeira metade desse episódio foi sobre aceitar a morte e sobre encontrar propósito na vida.
Já a segunda metade do episódio mostrou flashbacks que trás toda uma abordagem sobre imortalidade. Nós vimos o Sonho e um amigo dele se encontrando de 100 e 100 anos. Foi uma segunda parte até que otimista pra imortalidade, e também vimos que na vida precisamos de amigos. Isso é uma parte vital de viver.
O Vortice e o Desejo
Depois desse episódio chegamos na reta final dessa temporada onde tivemos três episódios, com um arco bem definido que foi focado na Unique a única sobrevivente do fatídico dia que o Morpheus foi preso, e ela ficou dormindo por vários anos, ela teve uma filha, a filha dela teve uma filha, que no caso é a Rose Walker, e vimos que a Rose é um Vortice que poderia destruir o universo.
Tudo isso foi armado pelo desejo, um dos irmãos do Sonho. Ele que teve uma filha com a filha da Unique, fazendo assim a Rose ser uma parente de sangue dos perpétuos, e se o Sonho matasse ela teria consequências terríveis.
O desejo é um irmão invejoso, e a desespero é a gêmea dele, que é basicamente uma pau mandado, que fica só no cantinho ouvindo ele diabólicar. Mas ainda bem que o Sonho descobriu esse planinho do irmão dele, e depois foi lá mostrar quem manda nessa bagaça.
Os três fugitivos do sonhar
Porém antes dele descobrir tudo isso, ele precisou lidar com três criaturas que fugiram do sonhar, o Corintio que vimos no começo da temporada, ele é um pesadelo que se alimenta dos sonhadores comendo os olhos dele. Também tivemos o Verde do violinista, e a metamorfo Gold.
Curti a abordagem de todos, principalmente pela forma com que tudo se conectou, já que todos estavam em torno da Rose. O Verde do Violinista era o Gilbert que ajudou a Rose na jornada dela pra encontrar o irmão dela o Jett. Já a Gold tava nos sonhos do Jett fazendo ele se tornar um super herói, daqui a pouco falamos mais dela, e também tivemos o Corintio que é o nosso grande vilão desse final de temporada.
Destruindo o Corintio
Ele capturou a Rose e o Jeff naquela convenção de cereais que era na verdade uma convenção de colecionadores do mal. Mas o sonho apareceu pra resgatar os dois, e ele desintegrou o Corintio, e prometeu recriar ele no futuro, sem essas tendencias de serial killer que ele tinha.
Mas o mais legal dessa cena, é que o sonho tirou os sonhos dos colecionadores do mal, fazendo assim todos eles sentirem a dor das pessoas que eles assinaram. O Sonho fez a mesma coisa que o John fez no episódio 4 na cena do restaurante.. Todos se mataram, ou se entregaram pra policia. Foi um desfecho legal pra esses vilões.
A temporada então acaba com o Morpheus concertando tudo, ele tá com o sonhar de pé novamente, e agora ele vai criar novos sonhos e pesadelos, e esse final mostrou ele recriando a Gold, agora fazendo ela se tornar um sonho, que era o desejo dela desde o começo, ela queria fazer as pessoas sonharem e não terem pesadelos.
Vamos ter 2ªTemporada? Qual vai ser o enredo?
Também vimos nesse desfecho que a Alita engravidou no sonho e teve o bebê na vida real e talvez essa criança se torne um novo vórtice no futuro, já que o bebe veio de um sonho. Talvez o sonho tenha que resolver esse pequeno problema na próxima temporada.
Mas é claro que os grande vilões serão Lúcifer, Maze, e Azazel. Por falar nele, o visual dele tava muito bem feito! Por falar em visual bem feito o Pumpkinghead apareceu pouco, mas quando apareceu entregou um CGI consideravelmente bom.
Enfim, toda estética dessa série tá impecável. A narrativa dela também é firme e consistente, temos debates sobre mudanças, amadurecimento, crescimento, morte, amizade, propósito, desejo, família. Tantos temas são abordados aqui de uma forma leve e delicada. Os personagens sempre agregavam pra história. Até mesmo a nossa bibliotecária favorita a Lucienne e o nosso corvo ajudante o Matthew que não tiveram um papel ative na trama, eles sempre tavam alí pra dar um note pro Sonho, e isso era inspirador em vários momentos.
A 2ªTemporada ainda não está confirmada. Mas tudo indica que teremos novos episódios. Já que os próprios roteiristas já disseram que estão trabalhando no enredo da nova temporada.
Spin-off da Constantine
Essa série não deu pontos sem nó, e adaptou a história original de uma forma ótima, tanto que eu espero ver mais da Constantine na próxima temporada, adoraria até mesmo um spin-off focado nela. O próprio Neil Gaiman já falou da possibilidade do derivado dela, mas ainda nada está claro se vão fazer ou não.
Dica de série/Locke & Key
Enfim mas até a chegada da segunda temporada, se vocês tiveram carentes de séries do Neil Gaiman, assista Good Omens no Prime Vïdeo, é na mesma vibe de Sandman. Também fato mega interessante, que poucos sabem.
Mas a série Locke & key nos quadrinhos tem conexão com Sandman. Essa série está chegando ao fim, com sua terceira e última temporada, que estreia na próxima semana na Netflix, então vai lá assistir. Super recomendo. Queria que sandman tivesse um crossover com locke and key… seria fantástico.
