Review | O Continental: Do Mundo de John Wick – Episódio 1 – Um começo com boa ação

A série prequel da franquia John Wick, ‘O Continental: Do Mundo de John Wick’ , chega hoje na Prime Vídeo, e conta uma história sobre um conflito familiar que vai acabar se tornando um banho de sangue.

John Wick tem um universo muito rico, e é claro que a Lionsgate se aproveitou disso.

Já temos 4 filmes da franquia principal estrelada pelo Keanu Reeves, e tem mais filmes engatilhados. Um deles é o Bailerina com a Ana De Armas que chega logo mais. Claro que eles também pensaram em fazer uma série que na verdade são 3 mini filmes (cada ep tem 1h30 de duração). Fui assistir a série esperando algo parecido com os filmes do John Wick (que eu particularmente amo demais, uma das minhas franquias de ação favorita), mas acabei não me surpreendendo tanto.

Uma das coisas que eu mais adoro nos filmes do John Wick é a estética de produção do diretor Chad Stahelski. Até por que vamos ser sinceros que a história não é nada inovadora. Entretanto a forma com que essa história é apresentada na tela é o ponto principal pra que tudo funcione bem, e também temos o maravilhoso Keanu Reeves que é a alma dessa franquia. Mas pra quem nunca viu os filmes de John Wick essa série poderia ser um bom ponta pé pra esse universo. Até por que é uma história que se passa antes dos filmes, mas tristemente eles não explicam muito da mitologia do WickVerso aqui.

Quem já acompanha a franquia principal, vai assistir, e vai valorizar ainda mais a qualidade dos filmes.

Na trama da série conhecemos o jovem o Winston Scott (Colin Woodell), os fãs de John Wick devem lembrar dele interpretado nos filmes pelo Ian McShane, é o atual proprietário e gerente do hotel que hospeda assassinos e onde ninguém pode matar ninguém, no caso o Continental.

Porém aqui na série ele ainda não chegou nesse posto de chefão e o foco da série é mostrar como ele chegou no topo do submundo do crime de Nova York, e como ele derrubou o atual chefe do hotel o Cormac (Mel Gibson, que entrega uma performance apática sem carisma e nada ameaçadora), e toda a loucura da série começa na década de 70, quando o irmão do Winston, o Frankie (Ben Robson) rouba uma importante prensa de moedas do Cormac. Com isso o Winston vai ter que correr pra ajudar seu irmão a escapar do Cormac, e também ele vai aproveitar a situação pra se vingar desse chefão do crime e derrubar seu império criminoso.

Porém como o Winston não é tão habilidoso com armas, e vocês vão notar isso no primeiro episódio, ele acaba tendo que reunir uma equipe pra enfrentar os assassinos do Continental. Nessa equipe temos a esposa do Frankie, o Yen (Nhung Kate) que entrega uma das melhores cenas de luta no primeiro episódio, com ela, um assassino e um bebe, e também o Winston recruta um trio de traficantes de armas.

De um modo geral os assassinos aqui da série são atrativos, até mais atrativos que a trama central da série.

O Colin Woodell é com certeza o ator que carrega a série nas costas, seu personagem é carismático, charmoso e realmente passa uma energia do jovem Winston. Assim como o ator que interpreta o jovem Charon, o braço direito do Cormac que um dia vai se tornar o concierge do Winston, ele também consegue ter os trejeitos e o sotaque parecido.

Claro algumas novas adições desse universo foram bem vindas. Temos a Mishel Prada vivendo a policial KD que começou a investigar o Continental, e essa personagem tem potencial pra ser uma peça chave pra entendermos melhor a relação da policia com o hotel, e pra finalizar o trio de traficantes de armas que são carismáticos.

Alias eu até queria ter gostado mais da Juiza da Katie McGrath porem a mascara que ela usa, acaba impedindo a gente de ver as expressões dela, tornando a personagem uma boneca de porcelana sem muitas expressões.

Entretanto a cena brutal que ela aparece no primeiro episódio é dolorosa e muito boa, e por falar nisso a maioria das cenas de ação da série são bem coreografadas e algumas delas até lembram as de John Wick. Na verdade a série tentou copiar muitas das cenas de John Wick, e enquanto você assiste, você nota isso.

Porém essas cenas tem um CGI horrível quando o sangue jorra. Mas ao mesmo tempo sempre é um deleite ver os assassinos botando pra fuder com vários tipos de armas. Tanto que logo no primeiro episódio já somos introduzidos pro João e Maria (Mark Musashi e Marina Mazepa), que são os assassinos principais. Eles são silenciosos e extremante amedrontadores. Os dois prometem ser adversários mortais pros nossos heróis.

A série tentou copiar a formula do sucesso da franquia principal, mas acabou só tropeçando e entregando algo assistivel, mas genérico.

A história fundada nos irmãos Frankie e Winston, e no seu passado problemático que afastou os dois nem é tão atrativa quanto aparenta, e mesmo que a série copie muito dos filmes. A estética linda deles não está presente aqui. Na verdade o diretor da série tentou fazer algo mais original aqui, e acabou falhando um pouco em encontrar essa originalidade, e isso tornou a atmosfera da série em algo artificial. Tanto que as cenas são mais escuras, as cores são mais opacas, e teve algumas escolhas de montagem que não me agradaram tanto. Principalmente naquela cena da perseguição de carro, com diversos cortes, com a tela preta aparecendo, isso quebrou totalmente o clima da cena pra mim.

Até mesmo a história aqui da série não é algo tão uau, e as vezes soa até meio confusa. Prém mesmo com os erros não é uma série ruim, só é uma série que não se equipara aos filmes que são excelentes. É difícil chegar aos pés de algo tão bom, e a série tentou copiar a formula do sucesso da franquia principal, mas acabou só tropeçando e entregando algo assistivel, mas genérico. Vale seu play, até por que só são 3 episódios.