O remake de Hellraiser termina com um final fechado, mas uma pergunta fica no ar nesse desfecho, e vamos conversar sobre isso agora.
A trama
Nesse longa conhecemos a Riley (Odessa A’zion), uma jovem que acabou de sair da reabilitação e está lutando para deixar seus vícios para trás. Ela e seu namorado Trevor (Drew Starkey) roubam um cubo misterioso de um armazém. A Riley abre esse cubo, e um portal pra outra dimensão se abre, e em consequência seu irmão Matt (Brandon Flynn) é levado por monstros interdimensionais sadomasoquistas, e ela parte em uma jornada pra tentar recuperar seu irmão.
A caixa
Logo no primeiro ato quando a Riley abre a caixa e o Matt fura a mão em uma cena ridiculamente idiota… tipo quem enfia a mão em uma coisa daquele jeito. Mas enfim era necessária uma burrice pros cenobitas aparecerem. Depois que o Matt é levado por eles a Riley parte em uma busca pra encontrar o irmão dela. Ela descobre que se ela resolver a caixa até a conclusão total, ela terá a chance de realizar um desejo, que seria trazer seu irmão de volta a vida.
Tanto que todas as fases da caixa se remetem a um desejo, temos: Lamento (vida), Lore (conhecimento), Laliderant (amor), Liminal (sensação), Lázaro (ressurreição) e Leviatã (poder). Esse conceito da caixa é a nova camada que o filme ganha, que o deixa mais dinâmico.
As duas primeiras mortes
Antes de chegarmos no último ato do filme temos duas mortes: uma delas é a da ex-funcionária do dono da caixa, que estava em um asilo, e se corta com a caixa e é levada pelos cenobitas.
Também temos a morte de uma das amigas da Riley que é tristemente apunhalada pelo antigo dono da caixa, o Sr. Voight (Goran Višnjić), que condena ela a morte só pra seus próprios propósitos. A morte dela, e a morte do Matt foram as únicas que eu senti empatia, principalmente a dela, com ela rezando na hora que ela começa a ser torturada. Essa foi uma das melhores cenas do filme.
A reviravolta previsível do Trevor
Chegamos então no último ato, e os cenobistas chegam no mundo real, e perseguem a Riley, e ela usa a caixa pra furar um deles, e nesse momento eu dei graças a deus que o roteiro do filme de uma volta por cima, já que até esse momento tudo estava mega previsível. Principalmente o enredo do Trevor, desde o primeiro momento que ele falou da caixa pra Riley, eu sabia que ele era um falso, um impostor… e também já tenho um ranço dele desde outer banks, onde ele também é um merdinha. Alías adoro esse ator, ele interpreta tão bem os personagens que pegamos ranço.
O pior de tudo é que o Matt tentou avisar a Riley sobre o Trevor, mas ela não ouviu. No final das contas quando vemos que ele tava trabalhando pro Sr. Voight por dinheiro, e que ele que começou essas matanças, eu fiquei puto da vida, e gritei SABIA. Eu realmente já sentia isso, então pra mim essa previsibilidade foi uma falha do roteiro.
Voltando a trama do filme, nós vemos que a Riley arma um plano junto com o Colin (Adam Faison), o namoradinho do Matt. Ees querem matar um outro cenobita pra finalizar o ciclo da caixa, e entrarem na mansão protegida por aço do Sr. Voight (Goran Višnjić), e essa ideia foi a segunda coisa que fez sentido no filme, e até diminui o peso da previsibilidade do enredo do Trevor.
O que aconteceu com o Voight?
Mas enfim, esse plano não dá certo, e o Sr. Voight estava com seus próprios planos de sacrificar a Riley. Ele queria reverter seu pedido anterior de 6 anos antes, que provou ser uma maldição, já que ele tinha uma máquina que puxava seus músculos e o torturava. Mas essa troca que ele faz com os cenobistas não dá certo, já que os presentes que eles dão não podem ser trocados. A Pinhead (Jamie Clayton) deixa isso bem claro pra ele, e o Leviatã aparece e o leva pra outra dimensão como punição. Até temos uma cenas onde ele acaba sendo torturado, e transformado em uma nova versão de cenobita. Ou algo do tipo. Eu imagino que ele vai virar um novo cenobita
Riley condena Trevor
Enquanto isso a, Riley condena o Trevor a ser um dos últimos sacrifícios pra caixa. Ela e o Colin saem dessa situação, e depois de completar a caixa, ela tinha um pedido a ser concedido pelos cenobistas. Mas depois de tudo que ela viu acontecer, a lição que a Riley tirou dessa situação, é que não podemos ter tudo que queremos. Não podemos mudar os acontecimentos do passado, no máximo temos que viver com as consequências, e tentarmos evoluir. Claro a Riley viverá com o peso da culpa de ser a responsável pela morte do irmão. Mas ela opta por não aceitar o presente dos cenobitas, e não ressuscitar o Matt. Já que os presentes deles sempre veem com consequências.
Qual a mensagem do filme?
O filme lida muito com o conceito abstrato de vício, onde os dependentes usam e abusam de algo pra se sentirem melhores ou alcançarem algo maior. Então o abuso desse poder é o grande horror que o filme aborda nas entrelinhas. Porém é claro que temos cenas fantásticas, e sangretas pra nos deliciarmos. Se o roteiro fosse um pouco mais curte, e mais direto, e se não tivesse algumas reviravoltas previsíveis, eu até teria curtido mais o filme. Porém no geral até que tivemos uma boa montanha russa aqui.
Alías, a Riley podia usar essa caixa no sistema penal americano, tem uns abusadores que merecem ser torturados pelos cenobistas. Alías seria uma ideia legal pra um novo filme de hellraiser.