domingo, novembro 17, 2024
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Critica | Toc Toc Toc: Ecos do Além (2023) – O filme começa tão bem, mas tem um final desastroso

Sabe aquele filme que voce sente um baita potencial, mas ele nunca atinge seu ápice e quando ele termina você sente um grande descontentamento, então Toc Toc Toc: Ecos Do Além é esse filme.

Como pode uma história tão interessante ser tão desperdiçada, e mal finalizada.

A trama desse filme começa de uma maneira promissora que prende a nossa atenção, e logo no início conhecemos o Peter (Woody Norman), um garotinho de 8 anos que ouve batidas misteriosas na parede do seu quarto, e ele começa a conversar com uma voz de uma menina que pede ajuda. Quando ele conta pros seus pais sobre isso. Eles tentam proteger esse garoto e falam que é só a imaginação dele. Mas á medida que a história avança segredos sombrios são revelados. Porém a forma como esses elementos são abordados deixa a desejar, prejudicando o impacto emocional que poderiam ter.

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Preciso deixar claro que a premissa do filme é muito boa, e bem instigante. Entretanto o filme introduz elementos inexplicáveis, comprometendo a coesão da história. O roteiro do Chris Thomas Devlin é o grande problema do filme, já que ele adaptou o conto do Edgar Allan Poe sem muito coesão. Aposto que ele escreveu o final do final pra ser algo impactante, mas na verdade só foi algo surreal e exagerado. Todo o último ato tira a história fora dos trilhos e dá uma sensação de tempo perdido. Mesma sensação que senti no péssimo Massacre da Serra Elétrica da Netflix, que também foi escrito por ele.

Uma das poucas coisas que se salva nesse filme é a direção do Samuel Bodin que fez sua estreia cinematográfica aqui, e ele cria uma atmosfera ótima pra história.

Uma pena que alguns eventos inexplicáveis são inseridos, tornando a história menos envolvente, e deixando uma sensação de que a direção do enredo se perde. Isso cria uma desconexão entre o início e o desfecho. Porém a escolha estética de criar um ambiente visualmente estilizado contribui pra criação de uma atmosfera de suspense, com cenários sombrios e detalhes perturbadores que reforçam a sensação de medo do desconhecido.

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Enquanto eu assistia o filme eu só pensava, esse seria um daqueles filmes que seria facilmente exibido no SBT nos anos 2000. As crianças assistiram escondido e ficariam com medo e lembrariam dele, como um filme assustador da sua infância.

A propósito a performance do pequeno Woody Norman que interpreta o Peter é muito boa, e ele realmente conseguiu transmitir a sensação de pavor do seu personagem muito bem. Claro que seu desempenho as vezes não é o suficiente pra contornar o material base do filme que é bem surreal, mas ele dá seu melhor.

Cobweb - Official Trailer - IGN

Já a Lizzy Caplan e o Antony Starr, que vivem os pais do Peter, foram tão sub utilizados que tristemente a dinâmica familiar deles foi prejudicada. A abordagem dos dramas familiares, acabou não tendo um desenvolvimento satisfatório. Mas é bom salientar que eu adorei o tom do suspense psicológico. Também a abordagem dos limites da paternidade, sendo que a atmosfera visual contribuiu pra que os momentos de tensão e sustos fossem eficazes. A dinâmica de relações problemáticas entre os membros da família é apresentada como um elemento que contribui pra criar a tensão e o mistério.

É o típico filme pra ver em casa quando tiver num streaming.

De um modo geral o filme começa muito promissor e introduz um enigma intrigante, mas acaba perdendo sua força à medida que eventos inexplicáveis se acumulam e a narrativa se torna desarticulada. O filme aborda temas relevantes, mas não os explora adequadamente, resultando em um desfecho decepcionante que não corresponde às expectativas iniciais. Enquanto algumas atuações se destacam e momentos de terror são eficazes. O filme não consegue se sustentar como uma experiência de terror coesa e envolvente, especialmente pro público mais maduro e conhecedor de filmes de terror.

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