O Star+ me enviou todos os episódios de ‘The Dropout‘ com antecedência e vamos conversar sobre a maluca da Elizabeth Holmes.
A primeira vez que eu olhei pra Elizabeth Holmes, eu notei que essa jovem não batia bem da cabeça. Mas é incrível que ela conseguiu enganar várias pessoas com seu batom vermelho, suas roupas pretas, e seu jeito despojado de ser. Sim, teve um momento que ela se re-inventou como uma Steve Jobs feminina. Mas ela não tinha nada do Jobs, ela na verdade era só uma jovem dissimulada, que mentiu, enganou, e surrupiou uma legião de pessoas.
Os documentários da Elizabeth
Parte da história dela já foi contada no documentário da HBO, que eu recomendo muito que vocês assistam, ele aborda bem a jornada dela na empresa Theranos. Recomendo fortemente o Podcast da ABC, que é a base pra essa série do Star+, que falaremos hoje. Falo com sinceridade pra vocês passarem longe do documentário do Yahoo Finance, que simplesmente só serviu pra passar pano pra Elizabeth, e falar que ela era a vitima em tudo isso. Sendo que ela não é vítima de nada. Eles tentaram abordar que o Vale do Silício foi o responsável por essa merda acontecer, mas na verdade, o Vale só foi um dos responsáveis, e a Elizabeth foi a grande vilã por trás de tudo isso.
A Trama
Em The Dropout nós vemos a história da Elizabeth Holmes, que abandonou a faculdade de Stanford, pra fundar sua empresa de biotecnologia Theranos. Onde ela tinha um único objetivo, que era revolucionar os exames de sangue. A proposta da empresa, era que com uma gota de sangue você poderia realizar vários exames, em uma maquina pequena, que ficaria em farmácias, e esse processo sairia barato e indolor pros clientes.
Realmente se esse projeto dela fosse verdade, ela seria uma mulher revolucionária, que teria mudado o rumo da medicina moderna. Mas na verdade a Elizabeth fraudou resultados de exames só pra conseguir investimento. Ela acumulou milhões em financiamento, e no final das contas essa tecnologia que ela tanto prometia, mal existia.
A acensão e a queda
Por fora a Elizabeth era uma garota animadinha e fotogênica. Mas por dentro era uma golpista arrogante, megalomaníaca, e egocêntrica, que no seu auge se tornou rapidamente uma queridinha do Vale do Silício. Mas em 2015, teve sua queda astronômica graças a uma investigação do Wall Street Journal. Além disso em janeiro de 2022, finalmente a Elizabeth foi julgada e culpada por três acusações de fraude eletrônica e uma acusação de conspiração para cometer fraude eletrônica.
A série diferente dos documentários consegue abordar mais da personalidade, e da vida da Elizabeth. Nós vemos desde a infância dela, até momentos mais íntimos, que geralmente não eram filmadas constantemente na sua empresa.
Amanda Seyfreid tá voraz nesse papel
The Dropout é repleta de camadas, e o desenvolvimento da Elizabeth é a parte vital pra série funcionar tão bem. A Amanda Seyfreid tá voraz nesse papel, ela consegue ser arrogante e desagradável e incorpora todos os trejeitos da Elizabeth, desde sua voz meio fanha, até seu olhas penetrante e sem piscadas, que parece que tá sugando sua alma.
Sendo que a caracterização da personagem, com as roupas e o cabelo também tão bem parecidos com a realidade, e não só isso que eu mencionei serve pra construir bem essa personagem. Como também características mais pessoais dela. Como por exemplo o fascínio dela pelo Yoda (que ela acaba que ela cita como se ele fosse um filósofo), a admiração estranha que ela tem pelo Steve Jobs. Ou até mesmo a sua falta de interação social, que ela mascara com aquele sorriso assustador e cheio de dentes, e com sua obstinação, com seus trejeitos comicamente sem graça, e com seu jeitinho único de manipular as pessoas. A Amanda realmente conseguiu captar perfeitamente tudo isso.
Os antagonistas também servem de base pra essa história
Mas a série não só aborda a personagem dela, como também engloba muito as pessoas que estavam a volta dela. Como por exemplo o Sunny Balwani (Naveen Andrews), um homem patético bem mais velho que ela. Em um certo ponto os dois se tornam parceiro de negócio, e parceiros de sexo, e tudo que já era conturbado e problemático se torna ainda pior. Já que o Sunny é um controlador, que trata todos de maneira horrível, e ele compactuava com a mentira deslavada da Elizabeth.
Porém mesmo que a Elizabth não fosse inteligente pra construir o projeto pra revolucionar os exames de sangue, ela ainda era boa em fazer toda essa fraude funcionar. Já que ela sabia administrar a empresa de uma maneira, com que ela tivesse todos os funcionários como marionetes dela. Principalmente quem trabalhava nos laboratórios, onde ela mantinha todos com um contrato de confidencialidade minucioso, e quando alguém se aproximava muito da verdade sobre ela fraudar, ela ou o Sunny iam lá, e demitiam essa pessoa.
Inventando Anna vs. The Dropout
Enfim, só pra finalizar esse vídeo, eu digo com toda a certeza que essa série acertou em todos os pontos. Diferente de Inventando Anna, que tinha episódios desnecessários que não aplicavam nada na trama, e só serviam pra encher linguiça. A série ainda dramatizou demais a história da Anna Delvey. Ainda bem que aqui isso não acontece, e nós vemos a quão maluca, megalomaníaca e dissimulada é a Elizabeth Holmes.
A série conseguiu ter um bom roteiro, que navegava entre diálogos bobos, á diálogos mais profundos. Eles também conseguiram expressar bem as emoções da personagem, com sua trilha sonora repleta de musicas pop da época. Além disso mesmo que a gente saiba o desfecho dessa história, a execução dela a cena te deixa perplexo, já que a direção é conduzida perfeitamente.