terça-feira, novembro 5, 2024
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Crítica | Suspiria – A Dança do Medo (2019)

O remake dirigido por Luca Guadagnino, conhecido por sua excelente direção em “Me Chame Pelo Seu Nome”, apresenta um proposta com uma visão um pouco diferente em relação ao filme lançado em 1977, claro que isso é normal visto que a percepção muda e é diferente e dependente de cada um, ainda mais quando falamos em direção.

            Tendo como base o mesmo enredo em questão, o filme nos apresenta a Susie (Dakota Johnson), uma garota dos Estados Unidos recém-chegada a Berlim que acaba de conseguir entrar para a equipe de dança da Academia Markos, uma das mais renomadas da Europa. e nesse momento nos deparamos com um jogo psicológico muito grande em relação aos personagens e o que eles conseguem nos entregar, levando em conta que o filme se passa durante a Guerra Fria, tudo isso só se reforça ainda mais.

            A academia de dança é liderada por Madame Blanc (Tilda Swinton), uma renomada dançarina que conduz a academia como nunca e por isso, tem total admiração de Susie. Com isso, o filme nos deixa bem claro que se trata de um jogo de interesses grande entre as governantes da academia que são todas bruxas de diferentes grupos. Cercada de grandes mistérios que logo são percebidos por Susie, onde a princípio fica na dúvida se deve mesmo seguir e tentar resolvê-los.

            Com uma fotografia de filme instigante, Suspiria nos entrega mais ao suspense do que ao terror como prometido, com tons escuros desde o começo da trama e com o contraste bem forte em várias cenas alterando para alguns tons de vermelho ao final, o filme acaba deixando o terror de lado e fazendo o público ficar mais tenso e pensativo, algo bem diferente do filme de 1977.

            Em relação a interpretação de um modo geral e esteticamente falando está boa e neutra, talvez um pouco diferente do que estamos acostumados a ver em grandes filmes blockbuster, exceto pela Dakato Johnson que nos entrega uma interpretação singela e delicada ao mesmo tempo em que se mostra com uma personagem forte e invencível para as outras meninas da academia.

            Suspiria nos entrega uma trama cheia de mistérios e nos faz perceber o quanto a dança pode ser levada a sério no sentido de dizer algo e fazer isso acontecer da forma mais corporal possível, como a maioria dos filmes ele possui alguns furos e histórias que não teriam tanta necessidade de contexto, o que pode explicar a longa duração do filme.

Vitor Henrique
the authorVitor Henrique
Estudante de biomedicina, paulistano típico e viciado em filmes e séries sendo loucamente apaixonado pela sétima arte ao extremo e apreciador de fotografia.

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