Sorria é um filme de terror, que usa a mesma formula que já vimos antes em diversos outros longas, mas ele faz tão bem o uso dessa mesma construção, que você nem nota que o filme tem quase 2h de duração.
Se você gostou de O Chamado, A Casa Sombria, Verdade ou Desafio, ou até mesmo Corrente do Mal. Você tem que dar uma chance pra SORRIA.
O diretor e roteirista Parker Finn lançou em 2020, um curta metragem chamado ‘Laura Hasn’t Slept’, que consequentemente pode ser considerado um prelúdio de Sorria, já que a Laura vivida pela Caitlin Stasey, interpreta a mesma personagem do curta aqui, então as duas produções se complementam. Recomendo que depois de ver sorria, assistam o curta. A Caitlin Stasey, só no começo do filme, mas quando aparece ela entrega um transtorno psicótico de uma maneira que te deixa inquieto.
Mas enfim, em sorria conhecemos a Rose Cotter (Sosie Bacon) uma médica que trabalha em uma ala de psiquiatria. Em um certo dia a Rose avalia a jovem Laura (Caitlin Stasey), que é trazida até essa ala depois de surtar, por conta de um suicido que ela testemunhou. A Rose por já ter passado por uma situação traumática parecida, tenta ajudar a Laura, mas as coisas vão de mal a pior quando a Laura surta, e depois desse surto a Rose percebe que foi amaldiçoada. Agora a Rose tá ferrada, já que ela vê as pessoas sorrindo assustadoramente em todos os lugares. A saúde mental dela que já era instável, fica ainda mais conturbada.
Se você não viu o trailer e os teasers, eu recomendo que não veja. Alguns dos melhores sustos estão nos materiais promocionais. Mas se você já viu os trailers será difícil você se assustar.
Entretanto, o grande destaque desse filme nem são os jump scares. Na verdade o que se sobressaiu na minha visão foi a forma intimista que a narrativa foi abordada. O roteiro aqui sempre se remete ao trauma, sempre se remete ao passado dos personagens, sempre se remete a um circulo vicioso.
A história de fundo da protagonista é bem clichês, mas é muito bem feita, e bem interpretada pela Sosie Bacon. Ela se comprometeu tanto com esse papel que você até roi as unhas com a angustia e a insegurança da personagem, e graças aos pequenos trejeitos que ela entrega nas cenas, e claro o figurino e maquiagem que mostram o cansaço dela, você constantemente sente na pele o medo no olhar dela, já que a tadinha fica o filme inteiro lidando com alucinações perturbadoras, e isso a faz nunca confiar em pessoas ao seu redor, a se afastar da sua irmã mais velha, do seu noivo, do seu chefe, e até faz ela gritar com a sua terapeuta (Robin Weigert). A única pessoa que ela se aproxima é o Joel (Kyle Gallner), seu ex-namorado policial, que a ajuda a investigar outras vítimas da tal entidade sobrenatural.
O filme também usa a fotografia e a trilha sonora pra imprimir as emoções da Rose na tela, e com isso temos ângulos de câmera com giros e close-ups na cara dos personagens, temos uma soundtrack original, que aumenta a tensão das cenas.
Eu confesso que sorri vendo Sorria. O filme usa a típica formula já conhecida de uma maneira muito boa. Temos uma bela parte técnica, misturada com uma intensa história, e tudo isso te diverte, te assusta, e te entretem.
