domingo, dezembro 22, 2024
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Crítica | Shade – Entre Bruxas e Herois (2019)

Adaptada da obra de mesmo nome, Shade – Entre Bruxas e Heróis é uma produção sérvia distribuída no Brasil pela Cineart Filmes. O filme já rodou em alguns festivais de cinemas pelo mundo, ganhando elogios principalmente no festival de Toronto, além de ganhar o festival do Rio.

         Com isso, já conseguimos ter uma noção da confiabilidade do filme de maneira interessante, pois mesmo se tratando de um filme infanto-juvenil, a história consegue nos fazer refletir em alguns aspectos, só que de uma maneira diferente, já que ela é contada da visão de Jovan (Mihajlo Milavic), um menino de dez anos que possui paralisia cerebral parcial, e por ter dificuldades de locomoção, usa da sua imaginação para tentar diminuir todas as barreiras diárias que encontra na escola, nas sessões de fisioterapia e na sua relação com a família. E falando em família, logo percebemos que o foco do filme são as relações familiares na visão infantil, ou seja, como eles veem todos os problemas familiares e lidam com isso diretamente.

Jovan e seus pais

         Totalmente introvertido, Jovan sofre certo bullying na escola, mas aqui esse problema não é tratado com sendo algo pesado ou forte, pelo contrário, eles conseguem trazer ao público toda a criatividade do personagem já que nisso conhecemos Shade, um super-herói que Jovan cria para fugir de tudo, geralmente ele imagina as histórias numa cidade imaginária que ele até criou uma miniatura dela em seu quarto. Com isso, ele acaba conhecendo Milica (Silma Mahmuti), uma menina recém-chegada na escola e teimosa a ponto de ganhar sua amizade.

Super-Herói Shade (Mihajlo Milavic)

         Nesse momento nos deparamos com dois diferentes tipos de família: de um lado a de Jovan, que em certos momentos possuem brigas estressantes de seus pais, e a de Milica, onde seus pais estão passando por um período de separação, e nesse caso percebemos que a até a fotografia de cena foi totalmente desviada para ficar com um olhar infantil, já que com tudo isso, Jovan e Milica embarcam na missão inocente de tentar fazer o pai dela não se enfeitiçar totalmente na “bruxa” que fez isso, na qual se referem à nova namorada do pai.

         Com direção de Rasko Miljkovic, o filme consegue no geral ser considerado satisfatório, nos entregando relatos sinceros de amizades, dramas familiares, autoaceitação e como uma criança pode lidar com tudo isso, mas sem perder sua essência e inocência.

Vitor Henrique
the authorVitor Henrique
Estudante de biomedicina, paulistano típico e viciado em filmes e séries sendo loucamente apaixonado pela sétima arte ao extremo e apreciador de fotografia.

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