Outer Banks, é a nova série da Netflix que mostra vários adolescentes caçando tesouros e vivendo suas vidas como se não houvesse amanham.
Com 10 episódios, Outer Banks traz um mistério cativante e que as vezes beira o ridículo (vocês vão entender), mas sempre apresenta um suspense cheio de reviravoltas pra construir a trama, confesso que eu senti um tom da primeira temporada de Riverdale, já que o mistério apresentado é similar.
Porem uma coisa que atrapalha a jornada pra encontrar o tal tesouro cobiçado é o desenvolvimento dos personagens.
A série tem um leve problema em desenvolver eles, e alguns acabam sendo mais desenvolvido que outros. Além disso os roteiristas esquecem de balancear o desenvolvimento desses personagens, com o desenvolvimento da caçada e as coisas ficam desbalanceadas. Porém isso é compensando durante a história, já que a tensão entre os personagens se intensifica, e a busca pelo tesouro cresce a cada episódio.
A ambientação da série é tudo que nós que estamos de quarentena precisamos!
Temos boas paisagens, em um ambiente selvagem e pantanoso, com um sol muito quente, isso me fez sentir fora de casa por algumas horas.
Além disso é importante notar que a série fala muito sobre capitalismo, eles ressaltam isso implicitamente, então prestem atenção, que vocês vão sentir na pele as críticas sociais impostas. Já que eles dividem a cidade em tribos, os Pogues e os Kooks (Os Pogues são os pobres e trabalhadores da ilha! Enquanto os Kooks são os ricos e privilegiados.)
O protagonista John B (Chase Stokes), é um adolescente órfão que perdeu o pai em um sumiço no mar nos meses anteriores ao início da série, ele é o líder da trupe, dos Pogues. Temos o JJ (Rudy Pankow), um garoto que tem pai nada legal e ele curte umas droguinhas. O Pope (Jonathan Daviss), que quer entrar pra faculdade sendo bolsista e é o mais esperto do grupo, mas ele não dispensa uma confusão. Aliás ele é um personagem interessante, que foi mal desenvolvido, enquanto o arco do JJ que também tem seus pontos interessante teve muito mais destaque, do que o dele. Temos a Kie (Madison Bailey), que é a garota que tá sempre disponível pra ajuda os garotos a entrar nos eixos, sem ela, eles teriam desmoronado a muito tempo e claro todos tem uma quedinha por ela e eles deixam isso implícito.
É interessante que mesmo ela tendo um poder aquisitivo maior que o dos meninos, ela ainda opta por ficar com eles e se distanciar das pessoas mais privilegiadas. Porém a série não se aprofunda nisso, e ela acaba se tornando somente uma apaziguadora das brigas dos meninos.
Parece que as vezes os roteiristas esquecem que ela também é uma personagem e precisa ser desenvolvida.
Chegamos aos riquinhos e privilegiados os Kooks, que são esnobes e opressores. Um deles é o Rafe Cameron (Drew Starkey) um puta cara tóxico, e o pai dele o Ward Cameron (Charles Esten), que era um Pogue e virou um Kook, então mesmo ele entendendo os dois lados da moeda, ele não é tão humilde quando deveria. O Topper (Austin North) é o mais bobão então nem vale falar dele, a não ser que ele é apaixonado pela irmã do Rafe, a Sarah (Madelyn Cline), que é a outra mulher da série (que tem linhas de roteiro um pouco aceitáveis, mas acaba também não tendo um destaque merecido). Só no final da temporada que ela realmente surge de uma forma mais convicta, mas daí já é tarde demais. A irmã mais nova da Sarah tinha tudo pra ser uma boa personagens, mas acaba sendo apagada, por outras tramas!. A Sarah a Kie e o John B vão ter um triângulo amoroso, como já era óbvio que ia acontecer.
Temos uma morte que desencadeia uma investigação, e a Adina Porter que é fantástica, desde The 100 e também AHS, vive a xerife Peterkin, que tem uma essência de heroína, e lida muito bem com os assuntos da cidade e vai desenrolar um pouco mais dessa morte. Mas algumas coisas saem do controle dela e ela acaba resolvendo certos problemas de forma rápida.
Eu senti que Outer Banks se distanciou da típica estrutura de série teen atual.
A série entrou em um campo mais juvenil das antigas igual Veronica Mars e até mesmo Lost. Que eram séries típicas de jovens adultos. Eu curti a série e vejo potencial nela, aliás o final da temporada mostrou uma janela pra uma segunda temporada. Já que a missão e o mistério nunca acaba. Missão essa que não sei spoilers! Então assistam com tranquilidade!