Baseada no cultuado livro de Henry James, A Volta do Parafuso, a Universal Pictures traz em 2020, o problemático Os Órfãos.
Com muitas adaptações, sendo a mais popular Os Inocentes (1961) e em breve receberá uma adaptação para a série da Netflix, A Maldição da Residência Byl. Os diversos filmes e séries seguem a história sobre uma governanta que vai para uma casa afastada educar dois órfãos, porém coisas estranhas começam a acontecer na casa.
O livro de 1898, trouxe uma história bem ambientada para a época que foi escrita e então todos querem adaptar o conto.
Muitos se interessam pela obra e querem adapta-la, porém como podemos ver essa nova versão situada em 1994, o potencial não foi atingido. Na nova história seguimos a Kate (Mackenzie Davis) que saiu do emprego como professora de escola, para virar uma tutora bem remunerada para uma menina órfã de uma família rica. A antiga tutora partiu depois de alguns acontecimentos na casa.
Mesmo com um ambiente novo a Kate logo se simpatiza com a Flora (Prince Brooklyn), pois a mãe da Kate ( Joely Richardson ) foi deixada pelo pai dela, e nunca deu a devida atenção que ela merecia já que ela tem transtornos mentais. A Flora logo de inicio parece uma doce criança. Assim como a mansão macabra, e sua governanta mais macabra ainda também parecem uma coisa normal para a trama, entretanto quando o Miles ( Finn Wolfhard) o irmão mais velho da Flora aparece as começam a ficar estranhas para a Kate.
O comportamento de Miles é estranho, e durante o filme a Kate começa a descobrir varias coisas sobre ele, sendo que a medida que os segredos dele começam a se revelar, uma ala assustadora da casa também se torna um ponto em que a Kate começa a ficar instigada a descobrir mais sobre os segredos da mansão.
Os conceitos visuais e a ambientação, realmente são destaques muito positivos do longa.
Mas a narrativa criada pelos escritores, Carey W. Hayes e Chad Hayes vão te confundir tanto que você vai se questionar o filme todo, sobre o por que dá mãe da Kate aparecer, o por que o Miles está atormentando a Kate, o por que a Ala da casa assombrar ela. Muitas perguntas e poucas respostas, o filme te introduz em vários caminhos, e acaba não seguindo por nenhum deles.
A diretora Floria Sigismondi, pode levar um terço da culpa, já que ela não soube conduzir o péssimo roteiro que lhe foi dado. Mesmo com o roteiro nada atraente, o diretor tem o trabalho de manter o filme em um ritmo que o espectador se sinta instigado para descobrir o destino dos personagens, mas aqui você simplesmente vai sentir um leve sono – eu falo isso não só por mim, mas também por todos os outros 7 jornalistas que falei depois da sessão. Entretanto uma coisa que admiro na Sigismondi é a forma que ela enquadra momentos, e enfoca em visuais atraente das ambientações.
Nem com um elenco bom, a confusa narrativa se salva.
Além disso muitas cenas que estavam no trailer não estão no filme, por conta dos diversos problemas de produção que ele teve no caminho, até chegar em sua terceira versão, que foi a que nós vimos.
Outra coisa que não se sustenta aqui são os sustos, que são extremante genéricos e sem vida. O mais triste de tudo isso é que o filme começa promissor e ele mesmo vai se matando aos poucos, parece que varias histórias foram escritas dai juntaram todas elas e esqueceram de escrever um final. A Davis dá tudo de si e está extremamente bem aterrorizada, a Prince mostra profundidade em suas falas, profundidade e abrangência no que poderia ter sido um papel de criança assustador padrão. O Wolfhard é estranhamente assustador.