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Critica | Olhos que Condenam [Mini-Série] (2019)

Olhos que Condenam é uma mini-série cansativa mas necessária para os dias atuais.

Dirigido por Ava DuVernay, e sendo dividida em quatro partes, a mini-série baseada em fatos reais esteou nessa sexta-feira, e segue retratando os fatídicos acontecimentos que aconteceram em 1989, denominado Central Park Five.

Com uma excelente fotografia de Bradford Young, que se destaca em meio de uma história tão triste e profunda. A série se torna cansativa pois, o abuso praticado pela policia em cima dos adolescentes é exaustivo, você vê aquilo e não pode impedir, você se sente cansado de ver tanta injustiça. DuVernay dirigiu a mini-série com destreza e passou todas as emoções necessárias em suas cenas tocantes onde a câmera lenta foi usada para dar um ar mais ameno, para cenas aparentemente pesadas. Mas o que o torna esse show tão devastador é o retrato implacável de um sistema de justiça criminal que brutaliza com facilidade “crianças”, somente por conta da sua cor de pele. 

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Estava pesquisando, sobre os acontecimentos, que até então ainda não conhecia e descobri que a mini-série se embasou nos documentário “The Central Park Five”, de 2012, dirigido por Ken Burns sendo que esse documentário reuniu diversos arquivos para ser realizado.

A história de DuVernay evita o tom sombrio, e tenta deixar mais tocante, em primeiro plano, a história da mini-série é nova e ainda mais rica, pois foca em mostrar inocência das crianças, diante da mídia, da polícia e dos promotores, sendo que todos os fizeram grandes esforços para distorcer os fatos e incrimina-los.

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O primeiro episódio se inicia com uma visão do bairro residencial dos meninos (Raymond Santana, Kevin Richardson, Yusef Salaam, Antron McCray e Korey Wise) do Harlem. Sua brincadeira lúdica e inquietude adolescente e as aparências juvenis dos atores ressaltam a ingenuidade e a vulnerabilidade que os permitem serem explorados e coagidos a confessar por policiais que os detêm e interrogam durante 14 horas, muitas vezes sem o seu consentimento do pais.

O segundo episódio é ainda mais angustiante, porque segue a conspiração feita pela polícia e pelos promotores que falsificam cronogramas e ignoram as evidências cruciais para agilizar um veredicto de culpado. Nos dois últimos episódios, todos, exceto um dos meninos, são reformulados com um ator mais velho, para marcar o quanto eles e o mundo mudaram. 

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Olhos Que Condenam tem uma tendência a se apoiar em seu drama, que às vezes pode funcionar e, às vezes, tem muitos clichês que a fazem falhar. As desigualdades que persistem em termos de tratamento das pessoas de cor pela polícia, são um ponto até hoje abordados, e DuVernay faz questão de lembrar os telespectadores, mais de uma vez, que Donald Trump se intrometeu na conversa do Central Park Five ao publicar anúncios pagos em todas as grandes cidades de Nova York, defendendo a pena de morte para o acusado.

Jharrel Jerome, Caleel Harris, Ethan Herisse, Marquis Rodriguez e Asante Blackk interpretam os adolescentes na mini-série e são bem desenvoltos em seus personagens, pois querendo ou não eles interpretam adolescentes. Para finalizar, Felicity Huffman mesmo depois de suas acusações do caso da universidade, não deve ser julgada pelos seus atos recentes mas sim por sua atuação memorável.

Matheus Amaral
the authorMatheus Amaral
Sou simplesmente apaixonado por filmes e série, herói favorito da DC Superman (Smallville <3), herói favorito da Marvel Feiticeira Escarlate (Wanda), fanatico por comédias e maratonador de séries.

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