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Crítica | Obsessão (2019)

Como qualquer outro thriller, Obsessão chama a atenção do público no primeiro contato já pelo trailer, mas como nem tudo é perfeito acaba deixando escapar alguns furos de roteiro, sendo em alguns momentos perceptível a dificuldade de conseguir dar coerência em relação ao que as personagens querem dizer com a ação feita em cena.

            Sendo protagonizado por Chloe Moretz e Isabelle Huppert, o filme retrata uma situação que pode ser comum em grandes cidades como Manhattan, a jovem Frances (Chloe Moretz) acha uma bolsa num assento do metrô na volta do trabalho e por questões pessoais de caráter, ela quer devolver o objeto ao dono, o que ela não imaginava é que isso era só o começo de algo que se tornaria uma tormenta com direito a perseguição para ela.

Greta – Isabelle Huppert / Frances – Chloe Moretz

            Já de cara o filme vai nos mostrando pontos de fraqueza de Frances que são usados depois para embasar mais a história em relação a obsessão de Greta (Isabelle Huppert), já que a princípio as duas lidam com situações de perdas, problemas familiares e com isso, precisam de um autocontrole que a vida exige para seguir em frente, característica essa que vemos a Greta não possuir nem um pouco e muito menos praticar na sua vida, ainda mais tendo o histórico como o dela. E são nesses pontos de ligamentos da história que o filme as vezes se perde, desde cenas óbvias de reação da personagem à diálogos e reações que não fazem sentido para alguém que está sendo perseguido, como reencontrar Greta para tentar forçar uma situação que já estava crítica, o filme peca nesses postos-chaves da história.

            Essas lacunas na história são mais perceptíveis quando o filme tenta explicar a relação de Greta com a filha, só que com isso acaba deixando outra lacuna se abrir, já que não fica explícito ao público a relação que elas tinham e se isso tem a ver com a situação de loucura atual de Greta.

Frances – Chloe Moretz

            Por outro lado, é visível o tratamento de imagem feito por Seamus McGarvey para tentar enfatizar o suspense da trama, sendo as cenas por sua maioria bem tipicamente cinzas com ambientes escuros de filmes de suspense. A direção de Neil Jordan tenta se esforçar com a direção de fotografia para criar um suspense, mas os defeitos no roteiro infelizmente se sobressaem quebrando um pouco esse ambiente criado por eles.

            Isso tudo não faz de Obsessão um filme ruim, já que cumpre o papel de segurar a atenção na maioria das cenas de suspense, e ainda se levarmos em conta a atuação das protagonistas que estão muito boas nesses papeis, o filme se torna algo legal, mas que infelizmente possui alguns erros que acabam sendo comum em thrillers assim.

Vitor Henrique
the authorVitor Henrique
Estudante de biomedicina, paulistano típico e viciado em filmes e séries sendo loucamente apaixonado pela sétima arte ao extremo e apreciador de fotografia.

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