terça-feira, novembro 5, 2024
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Crítica | O Tradutor (2019)

            Estrelado por Rodrigo Santoro, O Tradutor conta a história real de um professor universitário que ensina literatura russa e de repente é transferido pelo governo cubano para um hospital em Havana onde irá fazer tradução entre os médicos e pacientes que chegam vítimas do acidente nuclear de Chernobyl.

            O filme tem direção dos irmãos RodrigoSebastián Barriuso, onde retrata a vida do pai deles no período da Guerra Fria, onde o governo cubano fez um acordo com a antiga União Soviética para receber pacientes vítimas do acidente nuclear de Chernobyl.

            Malin (Rodrigo Santoro) logo que chega é designado para a ala infantil do hospital onde convive com a enfermeira Gladys (Maricel Álvarez). A princípio Malin se recusa a fazer o trabalho, mas sem opção alguma ele acaba cedendo e ajudando na tradução dos diagnósticos e casos que vão chegando.

            Rodrigo Santoro nos apresenta uma interpretação impecável, cheia de emoções onde conseguem ser passadas com clareza para o público além de mostrar uma dominação tanto na língua espanhola quanto na língua russa, que são os dois idiomas falados no filme ambientado na cidade de Havana, Cuba.

            Aos poucos Malin vai se apagando com as crianças, todas vítimas de câncer da ala infantil do hospital, lendo pra elas todas as noites, ele cria um vínculo forte com elas e consegue passar um pouco de esperança de forma didática, com isso, ele ainda tem que enfrentar outro dilema, a crise familiar, já que com tudo isso, sua esposa e seu filho acabam sendo deixados de lado, pois o trabalho de tradução no hospital exige muito dele. Sua esposa é curadora de artes e de cara com esses lados totalmente opostos de suas profissões, eles têm que lidar com a questão do casamento e cuidar do filho.

            O filme é muito bem escrito, tendo várias referências históricas como a queda do muro de Berlim sendo citada levemente durante a história, além de mostrar todo o contexto político de Cuba. Os diálogos são simples, mas ao mesmo tempo possuem cautela nos detalhes, fazendo o público se encaixar e entender tudo o que se passa na trama.

            Por fim, O Tradutor é um filme que conta uma incrível história real de superação e de autocontrole num cenário hostil e nada favorável para que isso ocorra, tendo auto e baixos, mas sendo todos de forma positiva, mostrando como um homem chega nos seus limites com a vontade de ajudar e mudar as vidas de outras pessoas.

Vitor Henrique
the authorVitor Henrique
Estudante de biomedicina, paulistano típico e viciado em filmes e séries sendo loucamente apaixonado pela sétima arte ao extremo e apreciador de fotografia.

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