sexta-feira, novembro 22, 2024
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Crítica | O Sol Também é Um Estrela (2019)

Romances dramáticos, adaptados de livros, sempre fizeram um grande sucesso, como por exemplo, A Culpa é das Estrelas ou o recente A Cinco Passos de Você. Porém, em O Sol Também é Uma Estrela, uma co-produção entre os estúdios Warner Bros. e MGM baseada no livro homônimo de Nicola Yoon lançado em 2016, vemos uma história sem muitas novidades, mas com atores fora do “padrão branco” Hollywoodiano, e cenários bem diferente do filmes românticos teen. 

Adaptado do livro de mesmo nome, O Sol Também é Uma Estrela acompanha Natasha (Yara Shahidi) uma jovem que não acredita em destino, apenas em fatos explicados pela ciência, nesse contexto, sua família jamaicana, após viverem anos em Nova York, possuem menos de doze horas para serem deportadas para seu país de origem. Porém, relutando para que não seja obrigada a deixar o país em que cresceu, Natasha irá tentar uma última solução. Já do outro lado da história, Daniel (Charles Melton), um jovem coreano que acredita no destino, parte rumo a uma entrevista para a faculdade de Medicina, e ao cruzar o caminho de Natasha, promete fazer a menina se apaixonar por ele no decorrer do dia. 

Aqui, a história possui um grande potencial, que é corrompida pelo roteiro previsível e fraco. Apesar de ser um filme ficcional, os romances juvenis tentam ao máximo criar a famosa empatia pelo personagem, porém, aqui, com diálogos prontos, que beiram ao maquinismo, o roteiro convincente perde uma grande história sobre destino versus coincidências e amor versus ciência.

Yara Shahidi e Charles Melton conquistam pelo carisma individual, Yara muito mais que Charles. Shahidi consegue encantar o público em suas primeiras cenas, interpretando uma jovem madura, decidida e com personalidade forte, que não acredita muito no amor, já que não conseguimos provar esse sentimento com a ciência. Já Charles Melton não ganha grande destaque, e em certas cenas chega a soar irritante, o ator vive um jovem típico romântico que acredita no amor à primeira vista, e no destino de encontrar a pessoa certa. Porém, o problema está na hora que o casal se junta, os dois não possuem tanta química em tela – muitas das vezes pelos diálogos padronizados – e suas atuações, quando estão juntos, se tornam um tanto mecanizadas.

O diferencial em O Sol é Uma Estrela, está na cenografia, na direção de arte, e na trilha sonora, que constroem um filme fugindo do estereotipo dos romances juvenis tradicionais. A direção de Ry Russo-Young é eficiente e diferente ao filmar a cidade de Nova York, evitando partes manjadas da cidade, e dando atenção, por exemplo para os Guetos, ou para um karaokê coreano em que o casal filma uma cena. Além da fotografia, a trilha sonora também se destaca, com músicas atuais e de diferentes gêneros. Tais detalhes acabam sendo uma metáfora para as origens dos protagonistas que não vistas com regularidade no cinema. 

É válido ignorarmos os problemas de roteiro, e focarmos no ponto forte do filme, que é a fuga dos estereótipos. Com uma negra e um asiático no elenco principal, O Sol Também é Uma Estrela, acerta ao abordar algumas críticas na narrativa sem soar didático demais, como por exemplo o preconceito com cabelos crespos e volumosos. 

Por fim, O Sol Também é Uma Estrela não deixa de ser aquele romance dramático juvenil que vai te fazer se emocionar no cinema. Com alguns problemas no roteiro e na criação dos personagens, o filme ganha o público ao sair furtivamente dos “padrões brancos” das obras desse gênero. Yara Shahidi e Charles Melton nos apresentam personagens interessantes individualmente, porém quando se juntam, o casal não possui uma química tão intrigante. Enfim, com uma mensagem sobre destino e a descrença no amor, O Sol Também é Uma Estrela, cumpre seu objetivo de fazer o público sobre a intensidade dos relacionamentos, e talvez até de arrancar algumas lágrimas.

 

Patrick Gonçalves
Carioca, estudante de comunicação, apaixonado por séries e filmes, coleciono DVD's e ingressos de cinema.

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