segunda-feira, dezembro 23, 2024
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Critica | O Método Kominsky – 1ª Temporada

The Kominsky Method ou O Método Kominsky é um dos sucessos que está levando o serviço de streaming Netflix para as premiações. A direção fica a cargo de Chuck Lorre, conhecido pelos sucessos, como The Big Bang TheoryTwo And a Half MenMom e Young Sheldon, apresentando 8 episódios de 20 – 25 minutos cada um, o que eu achei essencial para a trama, a série é fácil de ser assistida em apenas um dia, como um grande filme. 

A série que já arrecadou dois Globos de Ouro – Melhor ator em série de comédia e Melhor Série de Comédia – é baseada na amizade entre Sandy Kominsky e Norman, protagonizados por Michael Douglas Alan Arkin. Sandy é um ator que teve a fama presente em seu passado, mas agora, com o passar dos anos, se encontra ensinando o tal ‘método Kominsky’ de atuação em oficinas de interpretações e em busca de um par amoroso, após seus três casamentos falidos. Mesmo assim, Sandy possui uma vida tranquila ao lado de sua filha Mindy (Sarah Baker), até descobrir que está com problemas urinários. Já Norman, agente de talentos bem sucedido, tem que lidar com a esposa Eileen (Susan Sullivan) que está à beira da morte e com sua filha Phoebe (Lisa Edelstein) que vive no mundo das drogas, trazendo dor de cabeça para o pai. 

A trama se inicia com a morte de Eileen, e apresenta os dois amigos tendo que lidar com o luto. A amizade entre os dois é o carro chefe da série, em todos os episódios podemos ver ótimos diálogos entre eles, muitas das vezes sobre o sentido da vida, e contamos até com uma Road Trip que leva momentos engraçados para a tela. A série tem sua folga dramática, e posso dizer que são muitas, conseguindo equilibrar com o momento certo para piadas.  

A obra de Lorre consegue falar de questões sérias, como a solidão, o luto na terceira idade e o significado da vida, de forma simples e bonita. O enredo é recheado de alívios cômicos em momentos em que o drama deveria sobressair, como na cena em que uma drag queen e uma cantora marcam presença no funeral da Eillen, porém, logo após, o discurso do Norman pode tirar umas lagrimas do telespectador.

atuação de Michael Douglas está irresistível, é perceptível que ele se entrega para o papel e para série, ao trabalhar como Produtor executivo ao lado de Lorre. Michael, que é totalmente o oposto do personagem de Alan, consegue passar o seu amor pelo amigo e pela filha de forma suave e precisa.  Alan Arkin, com seu personagem ranzinza e irritado, também é um dos pontos altos da série, apesar da série ter uma trama um pouco vazia, sem grandes acontecimentos, é fascinante ver o personagem de Arkin não poupar ninguém de seu comentários sarcásticos e odiosos a todos que tentam lhe ajudar. Tornando- se um senhor que se isola do mundo e que no final se encontra só. Mas, logo que Norman chega ao ápice da solidão e do medo do mundo, Sandy está do seu lado para falar que ele pode contar com o amigo, e posso dizer que essa cena foi uma das cenas mais bonitas da temporada e um dos diálogos também. 

Mas como nem tudo são flores, temos personagens coadjuvantes com histórias fracas, e sem muita importância na trama. Com diversos arcos de grandes potencias, como por exemplo o da filha do Norman, que passa a temporada toda na mesma situação do vício, dos alunos de Sandy e da namorada – aluna de Sandy, a série foca no protagonismo de Michael e Alan, e esquece de apresentar a outra parte do elenco, de forma que se tornem presentes. Poderíamos ter visto um diálogo mais forte entre o Normam e a filha, que foi colocada diversas vezes na reabilitação, mas parece que o elenco está ali apenas para passar o tempo, porque sinceramente é impossível se familiarizar com alguns dos personagens coadjuvantes. 

O Método Kominsky traz no seu primeiro ano, piadas boas na hora certa, e com os alívios dramáticos sabe apresentar assuntos difíceis, presentes nas pessoas da terceira idade. Vale a pena separar um dia para ver a dupla Michael Douglas Alan Arkin, que apresentam belas atuações e carregam a série nas costas. Sem dar tanta atenção ao elenco coadjuvante, a obra de Chuck Lorre é leve e gostosa de assistir. Com uma história sem muitos acontecimentos marcantes, a Netflix conseguiu acertar na quantidade e no tempo dos episódios. E, por fim, estou bem curioso para saber o que poderia vir pela frente.

Patrick Gonçalves
Carioca, estudante de comunicação, apaixonado por séries e filmes, coleciono DVD's e ingressos de cinema.

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