terça-feira, novembro 5, 2024
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Critica | O Menu (2022) – Ralph Fiennes e Anya Taylor-Joy encaram um climão e muita comida nessa sátira

O Menu é o mais novo thriller satírico sobre um chef famoso que leva sua vocação de chef pra um caminho perturbador e mortal.

A cada ano uma nova sátira é lançada, e as melhores sátiras são aquelas sutis e bem sub entendidas. Aquelas que alguns espectadores compreendem, e outros se sentem confusos e incomodados por algum motivo que eles não sabem. Mas isso meus amigos é o poder da sátira.

A primeira coisa que eu digo sobre O Menu, é que ele vai acabar deixando algumas pessoas extremamente frustradas.

Pra mim esse é um filme inteligente que zomba de pessoas pseudointelectuais, e também se diverte em criticar os críticos. Tudo isso é abordado de uma maneira fria e ácida. Mas acaba sendo super bem vinda, e super notável a medida que a história avança.

Na trama conhecemos o Julian Slowik (Ralph Fiennes) um chef renomado que só atende pessoa ricas em uma ilha particular no seu restaurante Hawthorne. Além disso ele tem uma legião de outros chef que o ajudam a preparar os pratos. Sendo que todas as refeições são meticulosamente planejadas para cada um dos convidados, o Slowik faz um storytelling pra cada novo prato.

The Menu: Novo teaser antevê os horrores do chef louco de Ralph Fiennes -  Combo Infinito

O Menu é um filme fora do habitual.

Porém a Margot (Anya Taylor-Joy), é o ponto fora da curva que ameaça todo o planejamento do Slowik. Ela no caso foi convidada na última hora pelo Tyler (Nicholas Hoult). Ele no caso é um fanboy obcecado, que defende e bajula o Slowik.

Porém a Margot é uma pessoa que sempre contesta o chef Slowik, e desvalida a arte que ele chama de pratos culinários. Depois disso temos uma série de desventuras que começam a encaminhar pra um desfecho alucinante e inesperado.

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A escrita do filme é sagaz na hora de alfinetar o espectador, é engraçada nos momentos certos. A cinematografia nos deixa instigado e a trama te prende de uma maneira diferente do habitual. Sendo que os fãs de programas culinários vão ser bem servidos. Já que a maneira que o filme embeleza as refeições nada apetitosas, mas bem apresentadas.

Eu diria que a Margot é gente como a gente. A Anya interpretou essa personagem passivo agressiva com muita sutileza, mas muita garra no olhar.

O filme demora pra engrenar no gênero terror, antes de chegar no momento de tesão temos toda uma abordagem mais focada em entendermos os grupos de personagens, e também vamos desenrolando as motivações de cada um deles e o por que eles estão naquele local, e claro que o grande foco de tudo isso fica na personagem da Anya Taylor-Joy, e ela é basicamente a personagem que mais nós nos relacionamos.

Anya Taylor-Joy's Lavish Dinner Turns Grim in Official Teaser for The Menu:  Watch

Enquanto o Ralph Fiennes interpreta um chef imponente, e dominador. Ele se acha a última bolacha do pacote, e nunca gosta de ser contestado. Seu olhar penetrante e autoritário acaba contratando bem com o olhar da Anya, e os dois são a cola que une essa premissa doida do filme. Já o Nicholas Hoult é interpreta novamente um cara irritante, e ele tem o dom pra ser um paspalhão detestável. Eu acho esse ator muito subestimado, ele merecia mais reconhecimento.

É isso gente, recomendo muito esse filme, o final é doidão e a mensagem do filme provavelmente vai passar batido por algumas pessoas.

No geral esse filme tem performances fortes. Uma fotografia belíssima que nos dá ângulos diferentes para nos sentirmos parte dessa experiencia exclusiva que é esse restaurante, e claro temos um roteiro envolvente, mas escorregadio. Ele trás os típicos estereótipos hollywoodianos e basta você prestar um pouco de atenção que você vai notar a critica social enraizada nas entrelinhas.

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