sexta-feira, março 29, 2024
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Crítica | Guerra Fria (2018)

Dirigido pelo grande cineasta e ganhador do Oscar de 2015 como melhor filme estrangeiro por Ida, Paweł Pawlikowski, Guerra Fria ou pelo título original Cold War, é bem diferente do que qualquer outro filme que tenha guerra como base para contar uma história. As diferenças já são notadas na primeira cena, mais precisamente no formato da tela usada 4:3, bem incomum no meio em que estamos imersos ultimamente, mas Pawlikowski fez isso muito bem, já que com isso, o telespectador é colocado na situação real que o filme se passa, na Polônia em meio à guerra fria.

O filme que como umas das principais indicações ao Oscar é a melhor fotografia, realmente não deixa a desejar e isso acaba sendo uma das melhores coisas que vimos, pois o posicionamento das câmeras e o centralismo que Pawlikowski usa para dar mais ênfase a história e seus personagens são magníficas obras da sétima arte, tudo isso levando em conta que ele todo é filmado em preto e branco, o que melhora ainda nossa percepção na história.

Zula (Joanna Kulig) / Wiktor (Tomasz Kot)

Com todos esses aspectos positivos, o filme começa contando a história de um grupo que está à procura de artistas amadores para montar uma obra sobre a cultura da Polônia, já que essa era a forma do país de reerguer pós-guerra. Com isso, o músico Wiktor (Tomasz Kot) encontra a jovem Zula (Joanna Kulig), que entra para esse grupo de artistas e acabam vivendo uma paixão que ao longo de 15 anos não se acaba, tendo altos e baixos, e cada vez mais o filme nos mostra isso de maneiras diferentes, já que a cada vez que se encontram, Zula e Wiktor estão em fases distintas da vida, mais sempre com aquela paixão de sempre, o ponto negativo nesse aspecto, é que essas cenas acabam tendo um corte seco às vezes ao ponto de incomodar, mas nada que estrague a história ou que isso seja um erro grande de direção.

Com tudo isso, o tempo vai passando, coisa que o filme deixa bem explícito não só nos indicando com datas, mas também pelas marcas do tempo nos próprios personagens, Zula que no começo era bem sensual, vigorosa e perspicaz, se torna uma pessoa com expressões mais acentuadas, assim como Wiktor que tenta não perder todo o seu jeito galanteador que tem. O melhor é que o filme traz a história, sem nos esconder que está se passando em ambientes com conflitos históricos importantes, mas que não são escancarados em cena, e sim colocados de maneiras subjetivas através de personagens secundários, ambientes ou mesmo falas.

Como já falado, o filme faz jus e vale a indicação que está tendo de melhor fotografia. Sendo bem Cult, ele conta uma história simples de amor entre um casal que se apaixona do nada, mas com um diferencial importante, que são os ambientes conflituosos em que é representado e como isso se leva ao longo dos anos.

Vitor Henrique
the authorVitor Henrique
Estudante de biomedicina, paulistano típico e viciado em filmes e séries sendo loucamente apaixonado pela sétima arte ao extremo e apreciador de fotografia.

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