Frankie descobre estar muito doente, com perspectiva de morrer em poucos meses. Ela se refugia em Sintra, Portugal, onde pretende passar os seus últimos dias, ao lado dos familiares, que aos poucos descobrem a gravidade da situação.
Com Isabelle Huppert o filme tem um ritmo lento e uma expressividade da morbidez de tal situação transcrita pela câmera. A opção do diretor Ira Sachs retrata a história usando de uma pequena variedade de planos, nos vemos presos em uma narrativa visual parada, com planos sequências que acompanham caminhadas sempre em plano aberto ou médio.
A personagem principal, apesar de aparecer quase que constantemente no filme, não está realmente ali; o que nos remete diretamente a metáfora inicial, porém prejudica nossa conexão atmosférica e ligação de empatia pelos personagens. Afinal, certa pretensiosidade é apresentada quando colocamos um personagem de frente para a morte.
A direção de arte é muito bonita mas nada sutil, reforçando milhares de vezes a construção do azul para as cenas onde nem sempre tem de fato a relevância na narrativa do filme.
Frankie nós mostra uma realidade atípica e bonita, destaques para a atuação de Marisa Tomei e Brendan Gleeson que agrada e saem da curva através de seu naturalismo. Frankie é um filme que conta com diálogos muito bons e que te farão pensar muito a respeito dessa fase final que todos nós enfrentaremos, e que retrata bem e de maneira interessante o cinema europeu.
Em resumo, o filme é algo contemplativo, mas de maneira geral te pega muito mais pelo sentimento similar de vivência do que pela história contada através das imagens, que visam mais mostrar a cidade do que te imergir na história.