quinta-feira, novembro 21, 2024
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Critica | Eternos (2021) – Nenhum filme é pior que Capitã Marvel, e Thor 2, ‘Eternos’ é dahorinha e assistível, mas tem defeitos

Dirigido pela ganhadora do Oscar, Chloé Zhao, Eternos chega aos cinemas e entrega uma história totalmente diferente das habituais, sobre personagens da Marvel Comics, que pouca gente tava familiarizado.

A grande pergunta que todos estão se fazendo é, será que a nota do filme faz jus a ele?

Na trama de Eternos conhecemos os seres “Celestiais”, que criaram os Eternos, e os enviaram pra Terra pra proteger os seres humanos dos “Deviantes”. A líder dos eternos é a Ajak (interpretada perfeitamente pela Salma Hayak, que entrega uma carga dramática muito boa pra essa personagem. Mas ela não ganha um tempo de tela necessário pra criarmos um vinculo por ela). Entretanto a real protagonista do filme é a Gemma Chan, que vive a Sersi, e atualmente ela trabalha como professora de história em Londres e tem um relacionamento amoroso com o professor Dane Whitman (vivido pelo Kit Harrington, que sinceramente é um pombo no filme, que só tem 4 cenas bem curtas). Também temos a pequena Sprite ( Lia McHugh ), que vive por vários séculos no corpo de uma criança e isso deixa ela pistola. A história dela é quase igual a do Pinóquio.

Mas o real enredo de Eternos acontece depois da introdução desses personagens,  e nós vemos a Sersi, o Dane e a Sprite sendo atacados por um Deviante (que em tese, era pra estar extinto faz anos), e pra ajudar esses três, o ex-marido da Sersi, o Ikaris (Richard Madden), aparece e salva eles. Depois desse ponto o filme é dividido em vários atos onde, eles precisam começar a reunir os Eternos novamente pra parar os Deviantes.

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Sinceramente, o filme começa bem e tem uma trama interessante.

A medida que a história vai avançando, nós vamos percebendo que esse grupo de heróis é na verdade só um aglomerado de carinhas bonitas que mascaram uma grande falta de personalidade. 

A Angelina Jolie por exemplo é uma atriz que mesmo não tendo um papel relevante, ela ainda rouba muito os holofotes vivendo a Thena. Pra tentar diminuir um pouco a presença dela na tela, os roteiristas deram pra essa personagem uma subtrama horrível sobre ela tá “sobrecarregada”. É um enredo que basicamente faz uma analogia ao Alzheimer. Essa trama surge em momentos aleatórios e rapidamente ela acaba se tornando um empecilho que deveria servir como uma ancora emocional pro pública. Porém o peso da personagem é tão fraco no filme, que é difícil se conectar com esse problema corriqueiro que ela tem, e é ainda mais difícil lembrar da existência dessa personagem, já que ela vive sumindo em várias cenas. Mas ainda assim, Angelina Jolie é a Angelina Jolie, e quando ela precisa fazer uma sequencia de ação, ela entrega tudo de sí, e arrasa.

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Enquanto isso, o ator Kumail Nanjiani é com certeza o melhor personagem apresentado aqui em Eternos. Ele consegue viver o Kingo, com muito carisma, e com muita desenvoltura. Ele é um astro do Bollywood, que tá atuando em filmes por décadas, e ninguém nunca questionou isso. Por falar nisso, a grande pergunta que eu me fiz esse filme inteiro, é. Como esses Eternos vivem na sociedade se eles nunca envelhecem. Será que eles tem várias identidades, será que eles pagam impostos, será que eles pagam conta de água, de luz, conta de celular, tenho muitas pergunta e poucas respostas.

O filme não saí da formula Marvel!

Mas enfim, voltando ao Kingo, ele é a alma desse filme, e o assistente dele é o grande alivio cômico da trama. Alías queria entender, por que todos falam que o esse filme saiu da formula da Marvel. Sendo que na verdade ele continua na mesma forma. Aqui tivemos uma mistura de Drama, com comédia (tanto é que de 10 em 10 minutos alguém da sala de cinema dava risada).

Antes de eu falar dos defeitos do filme, eu ainda preciso elogiar o segundo melhor personagem, que o Phastos, vivido pelo Brian Tyree Henry, tristemente ele só ganha mais destaque no final do filme, onde ele usa o poder dele, que é super dahora. Entretanto esse é um filme menos sobre poderes, e mais sobre conflitos existencialista. Porém mesmo com pouco destaque do Phastos ele ainda assim consegue se sobressair quando aparece. O tal beijo gay dele no filme, não teve nada de tão especial, mas foi uma cena bem significativa, principalmente pra Marvel.

Pra completar o time dos Eternos temos também o Druig (Barry Keoghan), a Makkari (Lauren Ridloff) e o Gilgamesh (Ma Dong-seok), que são três personagens super avulsos. Já que o filme leva um bom tempo pra estabelecer os personagens. Nós até vemos vários flashbacks deles de quando eles estavam matando os Deviantes. Porém esses flashbacks além de serem muito bonitos visualmente, eles também são bem sonolentos, e anti-climáticos. 

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O filme teve um problema sério de montagem, principalmente nos flashbacks.

Problema esse que poderia ter sido resolvido facilmente com uma série do DisneyPlus pra contar mais sobre os Eternos, já que o filme não conseguiu posicionar tão bem tudo que era necessário. Principalmente os Deviantes, que parecem vilões sem propósito. Os conflitos entre eles e os Eternos, que envolvem salvar ou matar os seres humanos, ficaram muito vazios, e só no final do filme temos uma explicação pros acontecimentos.

Porém mesmo que o roteiro do filme acabe deixando a desejar, a parte de ambientação, figurino e efeitos visuais consegue se destacar, e elevar a qualidade do filme. Só o designe dos Deviantes que não parece nada assustador ou ameaçador, e foi ligeiramente decepcionante. Mas o Domo tem um designe legal, os poderes dos Eternos também, e claro os uniformes são lindos.

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Além disso, esse filme da Marvel fala mais da DC, que os próprios filmes da DC, e aposto que a Warner deve ter amado isso. Ah, e a tal cena de sexo do filme, é tão family friendly, que quase me deu sono, principalmente por que a cena é do casalzinho sem sal, Sersi e Ikaris, já vi cena de sexo mais pesada nas novelas da Globo.

No geral as pessoas que amam tudo que a Marvel, vão amar esse filme, e mesmo quem não gosta de tudo que a Marvel vai, ainda assim vai achar um filme OK, e bem assistível.

Porém esse filme não é perfeito, e é difícil sentir algum emoção com os conflitos e dramas rasos abordados aqui, Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis por exemplo fez um trabalho 10 mil vezes melhor que eternos, e com certeza ele se consagrou como o melhor filme da Marvel desse ano.

 

 

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