Desaparecida é surpreendentemente bom, e muito melhor do que eu esperava. Tanto que ele já se tornou um dos meus filmes favoritos desse ano.
Em 2018 a Sony lançou o despretensioso filme Buscando..., onde vimos um pai desesperado procurando sua filha desaparecida e por meio de câmeras do computador, e do celular nós víamos esse cara buscando pistas pra encontrar ela.
Esse filme é uma sequência independente de Buscando.
Em Desaparecida nós conhecemos a adolescente June Allen (Storm Reid), que fica em casa sozinha enquanto sua mãe, Grace (Nia Long), viaja de férias pra Colômbia com seu namorado, Kevin (Ken Leung). Porém esses dois nunca voltam dessa viagem, e a June começa a procurar a Grace que sumiu nesse país estrangeiro, e quanto mais a June corre atrás de respostas, mais ela encontra segredos de pessoas que ela nem imaginava que escondiam segredos.
Os diretores estreantes Nick Johnson e Will Merrick, fizeram esse filme pra nos manter sempre atentos a cada mínimo detalhe, e ficamos sempre surpresos com cada nova reviravolta que é sempre inesperada. O filme se escora muito em vídeochamadas, vídeos no YouTube ou tik tok, posts em redes sociais, mensagens de texto. Até o nosso famigerado whatsapp ganha um espacinho na trama.
Todas as telas do computador foram traduzidas pra português, e por esse motivo vale muito a pena assistir esse filme no cinema.
Porém o que mais faz esse filme ser especialmente bom é a busca de uma filha por sua mãe. Esse mistério é forte o bastante pra nos mantem na ponta da cadeira, e claro a Storm Reid segura muito bem a trama vivendo a June. Sua habilidade em investigação pode até parecer exagerada. Mas se tratando de uma garota da Geração Z, que ama ver séries da Netflix sobre true crime, e que vive constantemente no computador. Ela consegue demostrar a ansiedade e a agilidade dessa geração, e obviamente isso faz ela não esperar sentada pela policia resolver o caso.
Na verdade, ela quer encontrar sua mãe e vai usar todos os recursos que ela tem pra fazer isso. Além de tudo isso o filme também usar uma meta linguagem sobre a massiva obsessão do público por true crimes, e como as teorias da conspiração podem ser prejudiciais ou benéficas pra esse tipo de caso.
O filme é eletrizante, é leve, é intrigante, é emocionante
Enfim esse filme consegue beirar a realidade, e consegue abordar temas que você nem esperava que fosse abordado. Ele também faz criticas nas entrelinhas sobre segurança digita. Até por que os personagens usam a mesma senha óbvia em todas as redes e eu achei isso tão realista. Até por que meus pais são exatamente assim. Eu sei todas as senhas deles.
O filme é eletrizante, é leve, é intrigante, é emocionante, eu mesmo fiquei com os olhos marejados no final. O público do cinema adorou tanto, que no último ato, todos bateram palma quando o filme acabou.