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Critica | Coisa Mais Linda – 1ªTemporada (2019)

Um retrocesso lindo, que apresenta uma visão apessoada de quatro mulheres poderosas, que querem encontrar seus caminhos ao som da Bossa Nova.

Primeiramente dando uma opinião pessoal, eu adoro dramas, de época e sou meio receoso de falar deles pois como assisto demasiadas produções, eu sempre consigo achar defeitos e começar a rotular os personagens como cópias baratas de outras produções, entretanto a Coisa Mais Linda, foi uma grata surpresa.

A identidade de cada personagens e as ambientações, se diferem de outras produções, assim fazendo eu olhar com outros olhos e não rotular os personagens, pois suas particularidades os diferem de outros que já havia visto – a série tem alguns pilots genéricos “Claro, todas as séries tem coisas que são parecidas com outras”, mas ela tenta se distanciar disso e mostrar um drama honesto, em uma época onde as mulheres eram menosprezadas só por serem mulheres.

Ambientada na virada dos anos 60, Coisa Mais Linda segue a história quatro mulheres fortes, que se destacam cada uma por sua particularidade, onde Maria Luiza (Maria Casadevall), é uma jovem e rica e refinada, que vive em São Paulo, mas por indução de seu marido se muda para o Rio de Janeiro para abrir um restaurante, mas ao chegar lá, ela descobre que ele a abandonou e fugiu com todo o dinheiro.

Logo no começo, vemos Malu e sua vida perfeita, uma garota que tinha tudo que queria na hora que queria, mas mesmo assim ela quer ter sua independência, e se tornar a mulher destemida que ela imagina ser, então depois da aterradora descoberta, sobre o marido ela acaba ficando transtornada e sem rumo, e nesse momento ela encontra seu norte, que em forma de gente se chama Adélia (Pathy Dejesus), uma mulher negra, e que se destaca por sua determinação e sua forma de trabalhar sempre com o bom humor. Ela é praticamente uma bussola para Malu, sendo que um certo momento as duas se tornam amigas e começamos a descobrir que Adélia também tem problemas e suas necessidades, e mesmo com os ataques de fúria de Malu, Adélia sempre esta do lado dela para ajuda-lá.

Também conhecemos Lígia (Fernanda Vasconcellos), a amiga de infância de Malu, que sempre a aconselhou de largar o marido, mas ela nunca ouviu. Lígia aparentemente é uma mulher elegante, que adora cantar com sua voz encantadora, e claro um pouco esnobe, mas você sente uma presença boa nela, ela só quer seguir os seu sonho de ser cantora, porém entre quatro paredes com sua marido, ela é abusada e agredida, e ele basicamente manda nela e ela basicamente obedece ele – isso ocorria muito naquela época onde os homens eram o centro de tudo e as mulheres só servirão para cuidar da casa e dos filhos – então conhecemos Thereza (Mel Lisboa) que diverge desses esteriótipos dessa época, e vem para ser uma pessoa que vai aconselhar as meninas a se imporem mais e a mostrarem seu lugar perante as situações, ela é uma jornalista independente que em um certo momento contrata Helô (Thaila Ayala), para trabalhar na redação onde ela tem uma coluna – eu amei o pilot das duas, elas tem uma química inigualável – a Thereza é uma das personagens mais fortes e destemidas dentre as outras três, ela é Livre, Leve e Solta, e quer sempre ajudar as mulheres em sua volta, e eu presumo que tudo isso seja por conta do bom relacionamento que ela tenha com seu marido Mario (Alexandre Cioletti), que além de serem casados, ele são amigos, coisa que deixou a relação dos dois menos enclausurada.

Enquanto Thereza tem uma relação boa com seu marido, Adélia, não pode dizer o mesmo do Capitão Ferreira (Ícaro Silva), que entre suas indas e vindas é um mulherengo, que a deixou e depois retornou. Além dele o galante Chico (Leandro Lima), um músico talentoso que chega para derreter o coração de Malu e a deixar encantada, mesmo ela não acreditando mais no amor, a peixão dele por bossa nova, começa a levar ele para uma jornada de auto-conhecimento.

Tudo isso que mencionei é involuto na boa e leve Bossa Nova, que segundo o elenco da série “... a musica acaba se tornando uma personagem, pois seu desenvolvimento flui junto com todos eles.” Agora depois de tanto falar desses personagens únicos que se interligam de uma forma tão especial, vamos comentar de contextos técnicos, primeiro o figurino impecável, que além de trazer veracidade na época, entrega muito da personalidade de cada personagem e isso faz com que o elenco se encaixe bem em cada situação com cada roupa em especifico. A fotografia é muito especial em tons azulados e amarelados, e com a direção de Heather Roth e Giuliano Cedroni a série toma um caminho destemido para se tornar mundialmente conhecida como uma história com protagonistas fortes.

Matheus Amaral
the authorMatheus Amaral
Sou simplesmente apaixonado por filmes e série, herói favorito da DC Superman (Smallville <3), herói favorito da Marvel Feiticeira Escarlate (Wanda), fanatico por comédias e maratonador de séries.

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