Critica | Cadáver [The Possession of Hannah Grace] (2018)

“Shay Michell (Pretty Little Liars)  está fazendo um belo trabalho, com esse filme de sustos, e mostrando que não é simplesmente uma carinha bonita”

O filme segue Megan Reed (Shay Mitchell) uma policial que estava lutando com seu vício em drogas e acabou se sair de uma clinica de reabilitação, agora terá que prestar serviços comunitários em um necrotério no turno da madrugada, para pagamento o tratamento que a deixou sóbria. Mas quando um cadáver misterioso chega, tudo começa a ficar estranho. O nome da falecida é Hannah Grace que passou por um exorcismo mal sucedido que resultou em sua morte. E agora o cadáver só vai ficar morto quando achar um novo hospedeiro, e será que Megan vai conseguir escapar desse mal que vai persegui-lá.

O longa que usa e abusa do famoso jump scares que são aquelas cenas de sustos, traz uma ótima maquiagem e uma excelente fotografia e tenta fugir a todo momento dos típicos clichês, mas uma explicação boba para a grande trama, deixam o filme um pouco cansativo, e com alguns sustos previsíveis.

O filme dirigido pelo holandês Diederik Van Rooijen (Daglicht) e roteirizado por Brian Sieve (Scream TV Série, Netflix), tem um grande problema para segurar a trama, que tem o trabalho de unir a temática de O Exorcista com a trama do excelente A Autópsia (The Autopsy of Jane Doe) em sua 1h30, tudo é muito artificial os personagens secundários como a enfermeira, o bondoso policial e o namorado fazem seus movimento como um roteiro engessado, mas Shay Mitchell e Kirby Johnson (Hannah Grace/Cadáver) conseguem muito bem entregar boas cenas que intrigam.

Simplesmente os elogios vão para a equipe da maquiagem que fez um ótimo trabalho em criar Hannah Grace, e esse trabalho foi tão bom que quando a câmera se aproxima do cadáver, você realmente consegue ver os detalhes. Já o CGI nos movimentos do cadáver foram um pouco forçados, mas nada que influencia muito, pois o jogo de câmeras e a iluminação auxiliam em criar um ar tenso. Você pode esperar vários sustos, mas uma coisa diferente acontece os sustos na maior parte do tempo vem em momentos que você não espera, mesmo o filme avisando que vão ocorrer sustos – com o fatídico infra vermelho – eles conseguem assustar o publico.

Cadáver (The Possession of Hannah Grace) é um bom filme de susto que não se sustenta como um real filme de terror, pois a trama não é muito bem contextualizada, mas vale super a pena pelo ótimo trabalho dos câmeras, da equipe de maquiagem, iluminação e efeitos sonoros que fizeram um excelente trabalho em criar cenas tensas mas não tão assustadoras. Só faltou o roteiro dar um final adequado para a trama de Megan que acabou se perdendo. A trama da personagem é perdida quando o filme só menciona seu vicio em drogas como um motivo para ela ir para o necrotério, e acaba se esquecendo disso, então sim alguns furos no roteiro deixam o filme um pouco sem nexo (para os mais atentos), mas se o intuito era criar um ar de mistério e suspense tudo foi muito bem feito.

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