quinta-feira, maio 9, 2024
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Critica | Boogeyman: Seu Medo é Real – Uma das melhores adaptações do Stephen King

Uma boa história de terror é aquela que te deixa aflito nos momentos mais inesperados, e o diretor e escritor Rob Savage nos fez ficar tenso no filme HOST, que estrou em 2020 durante a quarentena e foi com certeza um dos melhores filmes daquele ano.

Os roteristas de Um Lugar Silencioso, se juntaram ao Rob pra dar vida ao conto mais popular do Stephen King sobre o Bicho Papão, e finalmente chega aos cinemas Boogeyman: Seu Medo é Real.

Um terror que provavelmente vai entrar na lista de melhores adaptações do King, já que o filme capta bem a essência da história original ao mesmo tempo que traz elementos únicos.

Em Boogeyman nós acompanhamos a jovem Sadie (Sophie Thatcher) que mesmo depois de muito tempo ainda não superou a trágica morte da sua mãe. Depois de um outro acontecimento trágico ela e sua irmã mais nova Sawyer (Vivien Lyra Blair) começam a ser atormentadas por uma presença maligna que as tortura psicologicamente e também fisicamente. Agora a Sadie tem que convencer seu pai (Chris Messina) que também continua de luto pela morte da esposa, de que o bicho-papão tá a espreita pra matar eles.

Assista ao novo trailer de 'Boogeyman: Seu Medo é Real' — Entre Séries

A primeira coisa que tenho que lembrar é que esse filme foi feito pra streaming. Originalmente ele seria lançado na Hulu. Mas a recepção dele nas exibições teste foi tão forte que isso levou o estúdio a levar ele pros cinemas. Coisa que também aconteceu recentemente com SORRIA que era pra ser lançado diretamente no Paramount+ e depois da boa recepção foi lançado nos cinemas.

A propósito Boogeyman tem alguns aspectos bem similares a SORRIA.

Boogeyman e Sorria abordam muito o trauma internalizado das suas protagonistas. Eles também têm figuras monstruosas que as perseguem e as atormentam. Claro ele tem uma atmosfera de terror bem imponente.

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Pra construir essa boa atmosfera aqui o diretor de fotografia teve que fazer um uso da iluminação. Esse cara fez um ótimo trabalho. Ele conseguiu ser bem versátil quando o assunto era criar cenas tensas no escuro, pro bicho papão aparecer. Na maioria das vezes essas cenas usavam adereços inusitados, onde tínhamos cores bem chamativas que tornavam as cenas bem mais intensas.

O bicho papão demora para aparecer completamente, antes disso só aparecem partes do seu corpo. Mas esse mistério gera mais tensão na gente, e quando ele finalmente aparece você fica impressionado com o design aterrorizante e meio realista, é algo bem medonho. O bom desse filme é que ele não é um filme de sustos, ele na verdade é um filme que te dá bons arrepios e uns calafrios. Já que as cenas de suspense são bem imaginativas, e ele evoca muito uma vibe de O Babadook, que te magnetiza completamente.

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A incrível atriz de Yellowjackets, a Sophie Thatcher lidera o filme com muita naturalidade entregando boas camadas pra sua personagem de luto. A pequena Vivian Lyra Blair foi fantástica e ela protagonista duas das melhores cenas de suspense do filme, a da luminária redonda, e a da terapia.

Enquanto o Chris Messina interpreta um pai emocionalmente abalado que engole seus próprios sentimentos para não demostrar fraqueza pras filhas. Entretanto o que mais eles precisavam era que ele realmente abrisse seu coração pras suas angustias, uma performance bem profunda pra um personagem pouco desenvolvido.

No geral o filme faz um trabalho sólido quando o quesito é construir tensão e pavor.

O filme escorrega um pouco nas metáforas sobre o luto e como a terapia é importante nessas situações. O enredo melodrama do filme tem uma certa defasagem que não impacta diretamente no resto, mas deixa algumas situações mal ritmadas. Sendo que uma única escolha aqui não foi nada agradável. No caso o enredo do Bullying que sinceramente não agregou em absolutamente nada, e soou desconexo do resto do filme.

Porém é incrível como as performances são sólidas. A direção do Rob Savage foi perspicaz e a atmosfera do conto está presente aqui. É um terror surpreendentemente eficaz com alguns momentos previsíveis, mas com um último ato memorável.

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