Da loucura, a realidade Black Mirror: Bandersnatch faz com que o espectador tenha um poder absoluto a um toque de distancia e ao mesmo tempo que deixa nervoso gera uma sensação boa de poder e controle.
O criador e roteirista Charlton Brooker levou Black Mirror a outro patamar quando anunciou o filme interativo intitulado Bandersnatch. A proposta de interação com o telespectador não é uma coisa nova, até por que outras séries do streaming Netflix já fazem isso como por exemplo: Gato de Botas – Preso num Conto Épico, Buddy Thunderstruck: A Pilha do Talvez, Stretch Armstrong: A Fuga e Minecraft: Story Mode. Mas no quesito de séries em live-action Black Mirror foi a série perfeita para ser a percursora do modelo.
O episódio que em alguns momentos se mostra inconsistente em sua temerosa história, consegue entregar o que promete. O controle do episódio, na mão do espectador. Com inúmeros finais diferentes, é difícil definir o que é certo e o que não é, dependendo do ponto de vista as escolhas podem gerar consequências avassaladoras, que ou mudarão todo o curso do episódio eu te farão dar um Game Over. Mas dentre error e acertos o episódio sempre tenta te jogar no caminho certo quando em alguns momentos de escolha você tem somente uma opção.
O filme que não tem barra de duração, mas te dá um tempo pré definido de 1h30, segue um programador chamado Stefan (Fionn Whitehead), que resolve adaptar o livro Bandersnatch para um jogo de video game e assim como o livro, o leitor/jogador fará as escolhas para a história prosseguir, mas sua obsessão pelo escritor da obra literária faz com que o jovem Stefan enlouqueça, e crie paradoxos em sua mente, sobre se realmente ele está controlado sua própria vida ou ela está sendo controlada por aguem.
E com esse incrível jogo Stefan consegue vender sua ideia, para uma empresa de video games onde ele acaba conhecendo, Colin (Will Poulter), outro programador, que tem as mesmas ideias malucas que ele (isso em uma segunda realidade, pois na minha primeira escolha Colin nem sabia sobre o livro, mas na segunda realidade ele já estava habituado com todo a história), essa é particularmente a base do episódio, que depois segue em diversas repetições e loops de escolhas.
Muitas alternativas são dadas no caminho algumas tenebrosas, e alguns divertidas, como por exemplo, quando o protagonista questiona quem está controlando ele, (você tem duas opções – NETFLIX . ¬¬ – dai se você escolhe Netflix você começa a explicar o conceito do streaming e o protagonista acaba achando que está sendo controlado por alguém do século 21.) isso acaba se tornando muito legal e divertido, rendeu algumas risadas mesmo o episódio sendo mais dark.
Depois do contexto padrão do filme que seria contar sobre o jogo, o surreal toma conta e deixa o espectador controlando, mas não sabendo o que realmente está controlando, pois o personagem sabe que está sendo friamente controlado, então começa a nos [espectador] questionar para que façamos a escolha por ele, (como na cena que começa uma luta igual Kill Bill com a psicologa dele).
O que torna a interação mais intuitiva e maluca, começa quando ele mata o pai dele, e pede para que escolhemos se é para ele enterrar ou cortar os pedaços. (- se você escolhe enterrar – alguns takes depois ele é preso e o episódio meio que acaba e você se vê alguns minutos depois na cena novamente para que você escolha cortar os pedaços). Então afinal você mesmo escolhe? Essa pergunta fica no ar, pois querendo ou não, se você escolhe uma opção não tão certa (pois ao meu ver depois de assistir duas vezes não tem opção certa e errada, tem duas opções e você escolhe a que você acha a certa para a situação) acaba que o episódio te leva novamente, para o momento que você parou e te da as mesmas opções e você pode continuar a voltar (ou desistir, tem uma hora que ele te dá essa opção) escolhendo a mesma opção, ou prosseguir escolhendo a outra.
A diferentes perspectivas que o filme dá, podem ou não ser positivas, e isso dependerá da sua escolha, não posso presumir o que você achará no final, nas duas vezes que eu assisti o primeiro final me animou mais que o segundo, então é dificil dizer o que acontecerá e dificil dizer se foi realmente conivente com a narrativa que nos criamos, tudo é meio bagunçado mas ao mesmo tempo é arrumado.
Black Mirror: Bandersnatch veio para ser o percursos de episódios/filmes interativos, ele ao meu ver focou muito em ser interativo e o percurso da narrativa acabou se perdendo em alguns momentos, mas ele é intrigante e desafiador e faz em alguns momentos o espectador ter dilemas morais (como na hora do LSD). No cenário atual do entretenimento moderno isso era necessário para as pessoas prestarem mais atenção no contexto, o que geralmente uma pessoas assistiria com o celular na mão. Nesse filme ela foca inteiramente no personagem e em suas próprias escolhas, isso deixa os desdobramentos da história mais cativantes, e faz com que o espectador foque na narrativa.
[SPOILER DO FINAL]
Meu primeiro final, o Stefan mata seu pai, e “eu” escolhi enterra-lo, então ele foi preso por matar seu pai, e no ano de 2018, uma programadora começou a fazer um reboot do jogo de Stefan, mas ela começou a ter os mesmos pesamentos que ele então ela destrói o computador e acaba o episódio.
No segundo final, o Stefan mata seu pai, e “eu” escolhi cortar os pedaços dele, então ele não é descoberto, e ele vende o jogo de video game que vira um sucesso.
*Esse final meu irmão que assistiu e me relatou
No terceiro final, enquanto ele era criança ele escolhe ir com sua mãe para o trem que descarrilhou e a matou, então de alguma forma ele morre com sua mãe no passado, e seu corpo no futuro (1984) morre também do nada enquanto ele está na consulta com a psicologa.
So queria saber o nome da musica que toca no “terceiro final”
Olha! Não sei em específico! Mas as musicas tocadas no especial são Frankie Goes To Hollywood – Relax
Eurythmics – Here Comes The Rain Again (one of the choices on the bus)
Thompson Twins – Hold Me Now (one of the choices on the bus)
Kajagoogoo – Too Shy
Making Plans for Nigel – XTC
Tangerine Dream Love On A Real Train
Achei chato pra caramba. Prefiro um episódio linear mesmo e de qualidade.
O conceito da interatividade foi legal! Mas o desfecho da história realmente deixou a desejar.
Chato demais. Empatia zero. Atores péssimos. História idem. Muito longe de ser Black Mirror.
No geral, não gostei. A história, o conceito, não me cativou.