sexta-feira, maio 17, 2024
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Critica | Batem Á Porta (2023) – O novo apocalipse do M. Night Shyamalan

Parece que Batem a Porta vai ser o refresco que o M. Night Shyamalan tava precisando.

O Shyamalan é um cara excêntrico, que ama contar histórias de uma maneira conceitual. Por esse motivo eu amo acompanhar Servant do AppleTV+, eu estou a 4 anos sem saber oq tá rolando nessa série, mas eu continuo assistindo. Porém quando o assunto é filmes, o Shyamalan não tá no seu melhor momento, já que Tempo tristemente não foi lá essas coisas.

Mesmo que esse filme não agrade a todos, ele ainda atinge muito seu objetivo.

Em Batem A Porta, um casal e sua filha vão passar as férias em uma cabana remota no meio da floresta, porém eles acabam sendo feitos de reféns por quatro estranhos armados que exigem que eles façam uma escolha impensável para evitar o apocalipse.

A premissa do filme gira entorno dessa decisão, e aos poucos descobrimos quem são todos esses 7 personagens, e como a história deles pode ser real ou falsa. A primeira coisa que tenho que dizer, é que eu não vi trailer desse filme, e não ví a sinopse. Eu simplesmente sentei na cadeira do cinema e assisti sem saber de absolutamente nada, e minha experiência foi extremante positiva.

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A história me deixou pensativo, e o roteiro não perde tempo em introduzir os personagens.

Eu particularmente amei esse longa, a abertura do filme é bem estranha de uma maneira boa, e a atmosfera assustadora já é imposta logo nos primeiros minutos. Aos poucos a montagem do filme vai quebrando os momentos tensos, e colocando pedaços da história de origem da família de protagonistas. Pra que a gente se conecte ainda mais com eles, já que nós vemos momentos tensos e desoladores, seguidos de momentos felizes e otimistas.

A montagem do filme, e a cinematografia das cenas com closes bem tornos na cara dos personagens é a marca registrada do Shyamalan. Ele usa e abusa dessas técnicas pra deixar o expectador, com um incomodo necessário que só aumenta a sensação de apreensão e te deixa desconcertado.

Sem contar que elenco desse filme é ótimo.

O Dave Bautista entregou uma performance envolvente e olha que eu acho ele um ator fraquíssimo e não consigo levar os trabalhos dele a sério. Porém aqui em Batem a Porta ele consegui ser gentil, imponente, e compassivo. Uma das melhores performances da carreira dele. A Nikki Amuka-Bird e a Abby Quinn também são destaques positivos vivendo a Sabrina e a Ardiane. Elas são duas mulheres amorosas que são colocadas em uma situação desesperadora, e suas performances vão deixar o publico comovido.

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Porém o Ben Aldridges é o grande destaque vivendo o pessimista do Andrew. Ele é um cara agressivo e contraditório que é completamente o oposto do Eric (Jonathan Groff), que é um cara mais otimista que consegue abrir os olhos pra verdade. E os dois representam a humanidade.

O Andrew representa os descrentes, e o Eric representa os crentes que tem fé.

É interessante ver essa dualidade, e ainda mais interessante ver a imparcialidade e a pureza da Wen que é interpretada impecavelmente pela Kristen Cui. Essa menininha tem um futuro muito promissor em hollywood.

Mas enfim essa família é o retrato dos seres humanos, e eu até queria que o filme tivesse explorado melhor a naturezas desses dois pais e os conflito do que era certo e errado, o que poderia ser levado como fato ou como ficção. Porém mesmo sem essa abordagem, ainda assim a fotografia do filme mostra bem o lado obscuro do Andrew e o lado reluzente do Eric.

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Batem a Porta é um suspense fantástico que te trás personagens super relacionáveis. Fazendo assim você nunca conseguir escolher um lado e a todo momento você se questiona “o que eu faria nessa tal situação?”.

A direção, a fotografia, e o conceito por trás da história são pontos mega positivos. Eu li o livro e as duas história são parecidas, porém alguns momentos do livro são mais impactantes que no filme.

O final do filme vai te deixa com uma sensação de vazio. Porém essa sensação é algo necessário que vai agradar alguns e desagradar outros. Fazendo algumas pessoas saírem da sessão falando bem do filme, e outros falando mal. Esse é um filme que vai dividir opiniões, principalmente por ter um casal gay, e por tratar sobre religião.

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