Água, Terra, Fogo e Ar…Avatar: O Último Mestre do Ar, chegou na Netflix. Eu não achei a série maravilhosa, mas ela não tem nada de especial. Mas ainda é prazerosa de ser assistida, vamos conversar mais sobre ela agora.
senti que a Netflix fez o feijão com arroz direito
Avatar é uma das animações que eu mais assistia quando era criança. Eu assisti todas as temporadas na Nickelodeon, e acompanhar o Livro 1 foi muito emocionante. Assistia ela com o meu pai e lembro de me conectar totalmente com os personagens. A Katara sempre foi minha queridinha, e também amava o final desse primeiro livro com aquela cena da Yue, tanto que chorei com o desfecho dela. Tipo tenho boas lembranças, e por incrível que pareça lembro dos enredos muito bem.
Tanto que enquanto eu assistia essa versão Live Action da Netflix, eu ficava olhando e falando “ah, isso ficou igual, ou essa parte tá diferente, ou até mesmo, isso tá quase igual”. Foi uma experiência boa eu ter embasamento pra olhar pra essa adaptação e conseguir ver muito do desenho nela. Coisa que não conseguia ver naquele filme terrível do M. Night Shymalan, aquele filme me assombra até hoje.
Alías outra coisa me preocupava muito, que foi a saída dos criadores da série, Michael Dante DiMartino e Bryan Konietzko. Os dois desistiram do projeto e falando num post no instagram que a Netflix não queria respeitar “o espírito e a integridade” da franquia, e que isso foi além das diferenças criativas. Os dois ainda deixaram claro que o “que quer que seja levado às telas, não será o que eles planejaram ou tínham a intenção de fazer”.
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A história da série é bem serializada diferente da animação
Entretanto senti que a Netflix fez o feijão com arroz direito, e mesmo se você não conhece nada desse universo, a série consegue ser um ótimo ponto de partida. Na história conhecemos as quatro nações da Água, Terra, Fogo e Ar, todas viviam em harmonia, e o Avatar que domina os 4 elementos mantinha a paz entre todas. Mas tudo mudou quando a Nação do Fogo resolveu conquistar o mundo, atacando e dizimando os Nômades do Ar.
Nesse ponto a nova encarnação do Avatar ainda estava pra surgir, e depois do ataque ao templo dos mestres do ar, o mundo perdeu as esperanças pelo novo Avatar, e a nação do fogo se tornou a nação dominante.
Porém o Aang (Gordon Cormier), um jovem Nômade do Ar e o último representante do seu povo, surge pra tomar seu lugar de direito como o próximo Avatar. Ele faz uma amizade com os irmãos Sokka (Ian Ousley) e a Katara (Kiawentiio), da Tribo da Água do Sul. Os três embarcam numa missão fantástica para salvar o mundo e impedir uma matança cruel do Senhor do Fogo Ozai (Daniel Dae Kim). Mas essa tarefa não será fácil, já que o príncipe Zuko (Dallas Liu), e seu tio estão determinados a capturar o Aang.
A história da série é bem serializada diferente da animação, mas mesmo com isso temos em cada episódio uma miniaventura, onde o nosso trio chega a algum lugar específico. Temos uma passadinha na nação da terra, também vemos um pouco do Aang se conectando com os avatares antigos de cada nação, e todos aprendem coisas novas nessa jornada. Que também conta com o bizao do Aang, o Apa e o lêmure momo.
O CGI está bom, mas os backgrounds estão péssimos
Esses dois animais tem um CGI espetacular, e repleto de detalhes, e isso trás um realismo ótimo pras cenas que eles aparecem. O CGI desses dois está tão bom que eu imagino que parte do orçamento inflado de US$ 120 milhões foi todo voltado pra isso, por que acaba que os cenários na maior parte do tempo são esquisitos e artificias. Principalmente os da nação do fogo, que parecia algo feito com efeito do tik tok. Algumas cenas aéreas vistas de longe são boas, mas as cenas de perto são artificiais, e eu senti que a iluminação nos atores não ajuda essas cenas a funcionarem bem, e o fundo meio artificial dá uma estranheza.
Talvez isso ocorra por que a maioria das cenas foram filmadas num palco de produção virtual da Pixomondo, que é basicamente um grande LED. Uma televisão gigante e arredondada, que até entrou pro Guinness World Records em 2022. Por ser a maior numa série, e tipo ser a melhor não quer dizer que é a melhor, eu imagino que eles gastaram um dinheirão com isso, até por que o orçamento da série equivale ao orçamento da última temporada de ‘Game of Thrones, e das duas temporadas The Mandalorian’ do Disney+. Posso estar errado, mas essas duas cenas pelo menos tinham cenários mais reais. Até por que a produção de avatar construiu só uns 4 ou 5 cenários no máximo e colocou esse fundo de LED horrível neles.
Só pra pontuar eu assisti a série em 4K numa TV de 55 polegadas, talvez em uma qualidade menor esse fundo passe despercebido. Entretanto eu fiquei extremante incomodado, isso toda hora me tirava da série, por que eu dava risada dos cenários. As cenas da Azula com o fundo de tela verde tinham uma vibe daquele meme do Paulo Gustavo, por que parece que ela nem saiu de casa pra gravar as cenas.
Os personagens são o ponto forte
Mas em compensação os poderes de água, terra, fogo e ar até que são bons em alguns momentos. Porém é claro que depende da coreografia das cenas de lutas pra esses poderes parecerem realistas. Tirando isso as cenas de luta até que são bem coreografadas. Agora falando do elenco, o trio de protagonistas tem uma ótima química. Todos imprimem bem seus personagens do desenho, mas eu confesso que demorei uns 3 episódios pra me acostumar com algumas mudanças.
O Sokka aqui tá menos problematizo, e mais estereotipado. Eles tiraram o arco machista dele, mas ainda deixaram o machismo presente na série, com outras figuras importantes sendo o ponto fixo pra isso evoluir a Katara. Por exemplo ela quer lutar, mas o chefe da tribo da água não quer deixar por que pra ele as mulheres não são fortes. Esse arco está no desenho, e eles recriaram a cena muito bem aqui, porém faltou um pouco da intensidade que tinha no desenho.
A intensidade do desenho nunca consegue ser alcançada nesse live action.
Entretanto, isso não é algo que incomoda, até por que os atores se dão muito bem na tela. A Kiawentiio entrega a meiguice da Katara, e ainda trás sua insegura com seus poderes de dobra de água, de uma maneira leve e progressiva. Mas ela também consegue trazer o olhar determinado e super valente da Katara, e isso é algo que você sente desde o primeiro momento.
O Ian Ousley tá interpretando o Sokka de uma forma menos abobalhada. Mas ele ainda trás aquela essência de moleque, e o Gordon Cormier tem uma energia parecida com a do Aang do desenho. Ele trás o otimismo necessário pra viver esse personagem, e também exala aquele ar de garoto de bom coração. Isso é o grande ponto forte do personagem. Tanto que a cena dele com o Zuko é ótima. Por incrível que pareca o Gordon Cormier e o Dallas Liu conseguiram ter uma dinâmica tao boa que até curti mais essa cena aqui do que a versão da animação.
O Zuko desse live action e a Azula são com certeza meus personagens favoritos, eu realmente sentia a maldade na Azula, e o daddy insues do Zuko.
O saldo de Avatar foi positivo no final das contas, e imagino que o público vai gostar. Os novatos nesse universo vão se divertir e querer uma nova temporada. Os amantes da animação podem ter criticas quanto algumas mudanças, e também podem se incomodar com algumas coisas, mas acaba que Avatar é uma boa adaptação. Não tão boa quanto One Piece que teve cenários práticos que foram perfeitamente montados, e também teve atores mais envolventes. Mas eu vejo muito potencial pra numa 2ªTemporada de Avatar eles arrumarem os erros (e talvez construírem cenários de verdade).
Me contem o que acharam de Avatar, e se viu até aqui coloca um do eleventos um foguinho no comentário.