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Critica | Até Os Ossos (2022) – Romance de terror com canibais vividos pela Taylor Russell e pelo Timothée Chalamet

O Luca Guadagnino me surpreendeu em 2018 com sua reimaginação do maluco Suspiria, eu amo a versão dele do filme. Agora ele retorna aos cinemas adaptando o livro de 2015, “Até os Ossos” da Camille DeAngelis, que é voltado para adolescentes.

Só que mesmo que a história siga dois jovens, vividos pela Taylor Russell e pelo Timothée Chalamet. O filme vai pra um lado mais adulto e mais conceitual, e entrega a história de dois canibais que se apaixonam e também enfrentam dilemas internos.

Esse terror indie, que vai dividir opiniões.

Até Os Ossos é um terror de artístico que segue a jovem Maren, uma garota que aparenta ser normal. Mas depois de uma festa do pijama realmente chocante e sangrenta, nós descobrimos que a Maren é uma canibal. O pai dela ( André Holland ) sabe disso, e depois desse incidente os dois arrumam as malas e partem pra outra cidade. Quando eles chegam na sua nova casa o pai da Maren vai embora enquanto ela dorme.

Depois de perceber que ela está sozinha no mundo com apenas pouco dinheiro e uma fita pré gravada do por que o pai a abandonou, nós embarcamos em uma jornada onde a Maren quer encontrar sua mãe, pra tentar entender mais sobre sí mesma.

Quanto mais o tempo passa mais o filme encontra maneiras de desenvolver sua protagonista. Porém o grande ponto forte do filme é a relação da Maren com o Lee ( Timothée Chalamet ), outro “comedor” que é o nome usado no filme pra canibais. Eles se apaixonam rapidamente um pelo outro, já que eles compartilham o mesmo sentimento de solidão nesse vasto mundo que vivemos, e os dois querem encontrar algum significado para sua fome de carne humana.

A química que Taylor Russell e do Timothée Chalamet é algo relacionável, que nos faz ter empatia pelos dois personagens.

A Taylor Russell é a grande dona do filme, e ela dá o máximo de sí em absolutamente todos os momentos. Desde as cenas que ela come uma pessoa de uma maneira nojenta de revirar o estomago, até as cenas mais dramáticas que exigem um peso emocional maior.

Enquanto o Timothée Chalamet é um ator de apoio que complementa a jornada introspectiva da Taylor, porém quanto mais conhecemos ele, mais nós vemos o quão perdido esse garoto é, e mesmo com o seu jeitão despojado, ele ainda é um menino solitário que se sente desconectado com a sua família.

Outro personagem importante do filme é o Sully, interpretado por Mark Rylance. Ele usa um rabo de cavalo longo, e um chapéu elegante. Logo na sua primeira aparição, ele já passa uma sensação ruim pro espectador já que seu visual é bem creepy e sua maneira de falar e agir é bem incomum. Ele é um comedor assustador que tem uma certa maldade no olhar, mas também tem uma inocência infantil que até nos faz pensar que ele pode ser esquizofrênico. Ele entrega uma das performances mais irritantes e alucinantes desse filme.

Até Os Ossos é um filme simples e conceitual.

Ele é ambientado nos anos 80, e tudo foi retratado de uma maneira visualmente linda. Já a montagem do filme é desigual, mas parece algo proposital pra mostrar a confusão dos dois protagonistas que estão perdidos no mundo. Sendo que esse não é um filme que tenta distrair o público com alívios cômicos, na verdade seu grande foco é o romance dos protagonistas, os dramas que cada um deles enfrente, a road-trip que eles fazem. Até mesmo o canibalismo se torna somente um pano de fundo pras metáforas da vida de cada um deles.

Porém um dos grandes defeitos aqui é a duração. Esse filme se arrasta demais sem necessidade, não era necessárias mais de 2 horas pra contar a história que foi contada aqui. Alías, eu acho que esse filme aborda a adolecencia do Armie Hammer hahaha quem entendeu a referencia entendeu.

Matheus Amaral

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Matheus Amaral

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