segunda-feira, novembro 25, 2024
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Critica | Ammonite (2020) – Kate Winslet e Saoirse Ronan vivem um amor imprevisível

A Kate Winslet e Saoirse Ronan vivem um amor imprevisível no filme, Ammonite.

Em 1820, no Reino Unido, a paleontóloga Mary Anning (Winslet) faz importantes descobertas científicas de fósseis marinhos de ammonite, um tipo de molusco, ao longo do Canal da Mancha. Lá, ela conhece e vive um romance com a jovem londrina Charlotte (Ronan) que vive junto ao mar enquanto sua saúde se recupera.

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Escrito e dirigido por Francis Lee, “Ammonite” imagina uma versão da vida da paleontóloga Mary Anning em que ela tinha furtivos romances na pequena cidade inglesa de Lyme Regis, cujas praias cheias de fósseis lhe davam farto material de pesquisa.

O roteiro tem sucesso ao usar a trama central para construir observações sobre o papel social feminino no século XIX. O mundo mostrado no filme é indiferente ao conhecimento e à opinião das mulheres. Diante dessa apatia, a maternidade se torna uma das raras oportunidades de uma mulher ser vista e ela passa a ser definida por sua disponibilidade (ou falta de) para ter filhos.

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Charlotte chega a Lyme Regis devastada pela perda de um filho. Sendo que constantemente é comandada por seu marido, com a resignação de quem não tem nenhuma moeda de troca na relação. Já Mary, traumatizada com o fardo psicológico que a morte dos filhos trouxe à sua mãe, nem considera ter um.

Outra narrativa interessante que o filme retrata de forma sutil através de Mary, é o desmerecimento científico que mulheres sofrem, o seu conhecimento pouco vale.

A fotografia sombria percorre cada detalhe do filme! Como se estivesse mostrando um segredo muito obscuro e triste.

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A fotografia é densa, as cores são frias e o título é lento e compassado. Fazendo assim você ficar preso no emaranhado de ações silenciosas que dizem tanto sobre as personagens. Enquanto as atuações se destacam em meio a narrativa, Kate Winslet está irreconhecível. Cada pequeno gesto em sua performance enche os olhos e nos surpreende.

Acredito que o filme mostre o que é possível fazer com a tristeza e a imaginação, e o que seria mais triste que o amor entre uma cientista e uma mãe de luto?

Ammonite
Overall
3.5
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Conclusão

Logo após o sucesso de seu primeiro longa, “O Reino de Deus”, Francis Lee quis apostar em um romance, nessa sua nova produção, “Ammonite“, que retrata um amor duro e congelado no tempo, que pode passar despercebido aos olhos dos menos atentos.

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