A primeira metade de A Última noite, tem dramas familiares, discussões, musicas de natal. Tudo isso faz o filme parecer só mais um filme natalino. Porém a reviravolta final transforma o filme em algo sombrio.
Vamos conversar sobre o final do filme, e a mensagem dele
A Kiera Knightley e o Matthew Goode comandam o filme como o casal Nell e Simon, os anfitriões do último jantar de natal. Seu filho mais novo o Art também é um dos protagonistas, e ele é perfeitamente interpretado pelo Roman Griffin Davis. Esse garotinho de JoJo Rabbit, deu um show de atuação e roubou a cena pra ele nos dois filmes. Alías seus irmãos gêmeos no filme são realmente seus irmãos na vida real. Os três são filhos da diretora do filme.
Nós também temos aqui, a Bella (Lucy Punch) e sua parceira Alex; A Sandra, e seu marido chato Tony, a filha mimada deles a Kitty); e pra finalizar temos a Sophie, e o James.
A Pílula e o medo
A primeira metade do filme é repleta de farpas de família, e depois disso nós descobrimos que o mundo tá acabando por conta de um gás venenoso, que causa uma morte torturante, e a única solução que o governo deu pra população é tomar uma “pílula” pra morrer sem sofrer.
Todos os personagens tem medo de tomarem a pílula, mas no último ato quase todos tomam a pílula. A avó do Art é uma das primeiras que vemos tomar a pílula, e essa cena em questão é tão triste, porém parece que os personagens simplesmente já se conformaram com a sua futura morte.
Mas mesmo que essas cenas sejam tristes e dramáticas, elas ainda tem uma leve pitada de humor negro. Principalmente no enredo da Alex onde ela tava bêbada e a Bella tenta colocar a pílula na garganta dela, e ela acaba vomitando a pílula, e então a Bella dá uma facada nela, antes de morrer, e as duas morrem juntas. Achei esse final bem doido.
Depois tivemos o final turbulento da Kitty, ela toma a pílula e vai pegar sua boneca antes de morrer, e quando ele chega no quarto, os pais dela já estão mortos. Mesmo eu achando essa menina irritante, eu ainda fiquei meio deprimido com esse final dela.
Claro a Sophie, e o James, também tomaram a píula. Mesmo com a Sophie ficando returante em tomar, por conta da sua gravidez. OJames convence ela a tomar, e os dois morrem juntos.
O Art viveu, mas todos morreram
Por falar em não tomar a pílula, o Art também não quis tomar, e criou várias teorias sobre o tal gás venenoso. O filme não explica muito bem de onde vem esse gás e se é um gás sobrenatural, ou é uma arma química. Porém nós sabemos que esse gás infectou a água, e também sabemos que os cientistas dizem que esse gás é mortal.
No último ato do filme vemos esse gás venenoso chegando em uma espécie de tempestade, e quanto mais ele se aproxima mais o Art expõe suas questões sobre se os cientistas estarem errados, e que o governo pode ter enganado as pessoas. O Art não é convencido de forma alguma, ele não aceita a morte pela pílula.
Esse personagem expõe que o medo e as fake news pode se espalhar facilmente e causar um estrago inimaginável. As pessoas simplesmente se convencem facilmente de qualquer coisa, e isso pode ser mortal.
O Art até é infectado pelo gás, naquela cena triste da família morte no carro. Com aquele bebe morto. Enfim esse último ato é todo triste. Depois dele ser infectado pelo gás o sistema nervoso dele dá pano, e ele tem espasmos e aparentemente morre. Em seguida nós vimos a cara dele cheia de sangue, e os pais dele e os irmãos dele com medo tomam a pílula. Mas depois de toda essa loucura envolvendo a névoa, no dia seguinte o Art abre o olho e o filme acaba.
O desfecho e a mensagem
O filme então acaba com o Art sendo o único sobrevivente, e isso só confirma que ele estava certo, e provavelmente o governo tava errado, a ciência tava errada, e as notícias eram enganosas. O medo e a histeria coletiva se tornaram a real ameaça pra humanidade.
