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Crítica | Capitã Marvel (2019)

Capitã Marvel é excelente em tudo, na história, nas cenas de lutas e efeitos especiais, nos personagens, no humor dosado da protagonista, e nas conexões e referências do MCU (Universo Cinematográfico da Marvel). Com direção de Anna Boden e Ryan Fleck, o filme da Marvel faz uma introdução incrível da Capitã Marvel nos cinemas. Trazendo uma heroína forte, uma narrativa empolgante, personagens compreensíveis e humanos, além de alguns discursos feministas.

Capitã Marvel acompanha Carol Danvers, então pilota da Força Aérea dos Estados Unidos, ao adquirir seus poderes em uma explosão de um maquinário kree (o psicomagnetron). Porém, a radiação da explosão atingiu seu corpo em nível celular: ela se tornou uma híbrida genética kree/humana (o DNA do Mar-Vell impregnou o DNA humano dela), perdendo parte de sua memória do passado, quando vivia na terra. Vers adquiriu superforça, poder de voo e um “sétimo sentido” (similar, porém mais poderoso que o “normal” sexto sentido).  

O filme se apoia no presente e nos pensamentos do passado de Vers, que tem pequenos relapsos do passado na memória. A narrativa do filme é excelente, e em suas 2 horas e 08 minutos, sabe administrar bem a trama original da Capitã com a ampliação do MCU. O filme tem um início lento, mas logo pega força com a chegada da heroína na terra, fugindo dos Kree e buscando sua origem e sua verdadeira identidade. 

Brie Larson está perfeita no papel da heroína, parece que foi escolhida a dedo. A atriz expressa suas reações e seus trejeitos, mostrando uma personagem com personalidade forte, e antes de tudo humana, com suas dúvidas, indignações e imperfeições. Além do humor da personagem, que consegue ser dosado na medida certa, fazendo a sala do cinema soltar altas gargalhadas, a heroína tem seu lado emocional, que faz o coração do público bater mais forte. Assim, a Capitã Marvelsem forçar a barra para ser engraçada, sabe a hora que precisa ser séria, poderosa e bemhumorada. 

Samuel L. Jackson merece destaque como Nicky Fury, servindo basicamente para ser o alívio cômico ao lado da Capitã, e é responsável por muitas cenas de referências ao MCU. As cenas da Carol Danvers ao lado de sua antiga amiga da Força Aérea dos Estados UnidosMaria Rambeauinterpretada pela Lashana Lynch, são de partir o coração, mostrando o lado humano ainda presente na heroína, e também sendo a conexão da heroína com o passado. 

Ben Mendelsohn, como um dos melhores líderes dos vilões Kree, o Talos, não decepciona. Apesar do ator está com o rosto escondido por trás da maquiagem verde, ele entrega uma interpretação sensível, fazendo o público entender as suas motivações. Jude Law interpreta o líder da equipe e tutor da heroína, servindo para grandes mudanças nas narrativas, tanto positivas como negativas, mas deixando a desejar, no momento em que o roteiro não explica as motivações do personagem.   

Também estão no elenco Clark Gregg como Phil Couson, ainda aprendiz de FuryGemma-ChanDjimon Hudson, como parte da equipe dos Skrulls. 

O filme está hilário, sabendo equilibrar entre o humor e a emoção. As piadas estão na medida certa e no timming certo, fazendo a narrativa fluir. As cenas emotivas também merecem destaque, a maioria ocorrendo durante a descoberta do passado de Carol Danvers, sobre a origem de seus poderes e o reencontro com antigas amizades.  

Como em todo filme da Marvel, Capitã Marvel já tem uma cena de ação impecável nos seus primeiros minutos. O CGI está excelente, eu fiquei incomodado apenas com algumas cenas em que o efeito está bastante perceptível, mas nada que estrague o resto do filme. Com a ajuda de figurinos, locadoras BlockBusters e músicas, a equipe de direção de arte, faz um ótimo trabalho reconstruindo a década de 90. Destaque para a cena da Capitã Marvel mexendo no computador daquela época. 

Não vá ao cinema esperando um prelúdio de Vingadores: Ultimato, apesar de uma das cenas pós crédito mostrar o futuro de Capitã Marvel na MCU, o filme não dá muito detalhes sobre o futuro dos Vingadores, e sim algumas cenas que explicam o passado, além das referências ao MCU. O começo do filme deixa uma homenagem ao legado de Stan Lee, que vai mexer com qualquer fã do mundo da Marvel. 

Com um peso exagerado sobre os ombros, Capitã Marvel é filme inspirador, engraçado e um bom entretenimento para quem não é tão fã de super-heróis. Brie Larson está impecável no papel da heroína, que é poderosa, engraçada, e acima de tudo humana, mostrando que apesar de cair e errar, vai sempre ter força para se reerguer. O filme traz ótimas referências para os fãs, e duas icônicas cenas pós créditos. Capitã Marvel é construído na década de 90, mas apresenta características de um futuro igualitário, abordando, de forma leve, assuntos feministas. Algumas cenas de efeito deixam a desejar, deixando o ponto forte do filme na mão das relações entre os personagens. O filme introduz uma heroína com personalidade forte, e grande potencial do mundo da Marvel. 

Patrick Gonçalves
Carioca, estudante de comunicação, apaixonado por séries e filmes, coleciono DVD's e ingressos de cinema.

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