The Perfection é muito mais que um suspense psicológico, ele é um grito para o abuso e para a perfeição exacerbada.
Uma coisa nós espectadores aprendemos nos últimos anos, não confie em Allison Williams, suas personagens sempre chegam para causar impacto e surpresa e aqui não é diferente. A atriz de ‘Corra!’ atua ao lado de Logan Browning de ‘Cara Gente Branca’ e as duas interpretam prodígios musicais nesse thriller psicológico de Richard Shepard.
Richard Shepard ( O Matador ), é conhecido por suas ardilosas tiradas e aqui não é diferente. Mas a atmosfera do filme e o material de divulgação foram tão bem planejados que as surpresas realmente se tornaram surpresas. Com engenhosas reviravoltas planejadas para mantê-lo entretido, os simples e rápidos flashforwards servem para te posicionar no enredo.
Lembro de ter sentido a mesma sensação de quando assisti ‘Corra!’, o filme é manipulador e não inteligente, mas essa manipulação é o que deixa o espectador instigado. Spoilers são nada mais do que palavras que te fazem saber mais do que deveria. O enredo desse filme é um grande spoiler e se eu falar mais sobre ele seria uma coisa terrível.
Shepard ajudou na criação do roteiro junto de Eric C. Charmelo e Nicole Snyder, cada um desenrola um capitulo melhor que o outro então darei uma pincelada no contexto chave do filme. Logo de inicia conhecemos Charlotte (Williams), uma ex-jovem prodígio de violoncelo que foi forçada a desistir de seus estudos em uma academia de música de elite para cuidar de sua mãe doente. Eis que sua mãe faleceu 10 anos depois dela ter abdicado tudo, Charlotte vai para Xangai a convite de seu ex-instrutor Anton (Steven Weber) e sua esposa, Paloma (Alaina Huffman), para ser uma jurada na competição de música. Então lá ela conhece a novata Elizabeth (Logan Browning), que assim como Charlotte está na prestigiada escola de Anton e anseia se tornar um grande talento da musica.
As duas logo de cara se admiram e se conhecem melhor e até acabam indo pra cama juntas. Então depois de se tornarem mais que amigas, Elizabeth convida Charlotte para se juntar em uma viagem rustica na China rural, e ai tudo que era pra dar de errado deu. Elizabeth começa a sentir alguns sintomas graves, e ela e Charlotte são retiradas do ônibus onde estavam e jogadas na estrada sozinhas. Até esse momento as cenas estão todas no trailer – a partir dai o filme é uma coisa totalmente nova e surpreendente.
Então tudo é contado no presente, mas com muitos retornos ao passado. Nesse momento eu confesso que me senti manipulado, com esse truque. Mas o enredo é ainda assim angustiante. O diretor Shepard fortalece o laço de amizade e rivalidade entre as duas protagonistas e coloca suas paixões pelo violoncelo em plano de fundo ao mesmo tempo que foca em mostrar suas angustias. Um grande destaque para o filme fica para o protagonismo de Williams e Browning que apresentam performances fortes e se sobressem diante ao roteiro.
