Critica | Rocketman (2019) – É Melhor que Bohemian Rhapsody ?

O mundo das cinebiografias musicais, está repleto de filmes e cada um tem sua particularidade e Rocketman chega para acrescentar positivamente nessa lista.

Esses últimos anos foram especiais para muitos músicos, pois nesse período já tivemos Bohemian Rhapsody, The Dirt e também o nacional e não menos importante Minha Fama de Mal! Claro com tantos cinebiográfica de grandes nomes da música o que não fica de foram são as comparações que em muitos casos são desnecessárias, mas quero citar a mais questionada: Será que Rocketman é melhor que Bohemian Rhapsody?

Rocketman se inicia com a história do pequeno e jeitoso Reginald – que mais pra frente se tornará o Elton John – um garoto inglês que viveu parte de sua vida com seu pai (Steven Mackintosh) nada amoroso e sua mãe (Bryce Dallas Holland de Jurassic World) que é cruel… mas amável! Nos primeiros minutos são mostradas as cenas da infância e como surgiu a paixão dele pela música, sendo bem apoiada a sua genialidade em observar e reproduzir – tudo que ele vê.

O roteirista Lee Hall, trabalhou anteriormente com Elton na adaptação de Billy Elliot para a Broadway, então isso explica muito, o por que das cenas, entre Reginald criança e Elton serem tão bem construídas. Elas servem como carga emocional, para a construção da personalidade rejeitada pelos pais em sua infância.

 O novato Matthew Illesley que interpreta o pequeno Reginald, é muito fofinho e tem um vozeirão que se destaca em meio da multidão e claro é muito parecido com o real Reginald – e falando em ficar parecido um dos pontos positivos do filme é a caracterização dos personagens que é extremamente positiva e chega perto de atingir a perfeição, já que as roupas são muito parecidas, alem dos atores chegam perto da realidade tanto em suas atuações quanto nas caracterizações sendo que além disso todos tem um grande vozeirão.

O filme não preza pela continuidade temporal, ele segue despretensiosamente a vida do Elton em momentos específico que marcaram sua vida. Tudo é tão bem desenvolvido e conectado, que de certa forma você consegue se posicionar temporalmente pela caracterização dos personagens, eles a cada cena estão mais diferentes tanto no jeito de agir como na aparecia mais envelhecida. Sendo que frequentemente somos interrompidos constantemente por Taron Egerton, que está contando a história como o Elton John do presente. Ele está contando essa história para um grupo de desajustados em uma clínica de reabilitação, até por que o Elton John era viciado em Drogas, Sexo, Bebidas e Compras e no final do filme você descobre que hoje em dia ele está livre de 3 dessas coisas.

Uma pessoa que ajudou muito na reabilitação de Elton foi seu amigo de longa data Bernie (interpretado por Jamie Bell de Quarteto Fantástico), que além de ajudar nas composições das músicas, foi o irmão que Elton nunca teve. Os dois são grandes amigos até hoje e nunca tiveram uma discussão – e o filme ressalta isso varias vezes.

E não tem como falar desse filme sem mencionar os relacionamentos de Elton, que tiveram altos e baixos, sendo que um ponto baixo foi ele ter encontrando o cretino do John Reid (Richard Madden, de Segurança em Jogo). Reid usou Elton para sua alto promoção, primeiro ele se tornou um amante secreto que fingia que amava ele, mas em seguida ele o traia constantemente além de ainda se tornar empresário dele e sobrecarrega-lo de trabalho.

Para finalizar essa análise todos trabalham bem nesse longa e as musicas são o toque especial que deixam a história mais viva, sendo que todas são abertamente apresentadas ao estilo dos músicas da Broadway e o melhor de tudo elas são cantas pelo próprio elenco do filmes e isso traz uma naturalidade para as cenas (Grandes filmes que admiro como Johnny & June e La La Land  também aproveitaram para usar seus astros para a trilha sonora).

Então como mencionei acima a cinebiografia do Fred Mercury, gerou um burburinho no ano passado e dividiu opiniões e com o anuncio desse filme surgiram comparações, eu te digo que Rocketman é muito melhor que Bohemian Rhapsody! Agora eu apoiarei minha afirmação com os fatos do por que é melhor.

Rami Malek estrelou Rhapsody, e foi totalmente adestrado no começo do longa por Bryan Singer, que junto da Fox decidiu fazer um filme com uma classificação para menores de idade, e isso acarretou em um filme irreal, sem naturalidade e excluindo muitos acontecimentos marcantes. Depois que Singer foi demitido do longa a 20th Century Fox, contratou Dexter Fletcher, para finalizar a produção, porém ele não tinha muito o que colocar nas rédias, até por que o longa estava quase pronto, mesmo que o filme tenha ganhado muitos prêmios, ele foi abaixo da médio e foi nada mais que um filme com uma boa mixagem de som.

Eis que então Egerton chegou pra dar sua alma seu coração e sua bun.. nesse longa. E diferente de Rhapsody, Dexter Fletcher chegou nesse longa pra mostrar, do que é capaz, e aqui ele trouxe a realidade nua e crua do lendário cantor, mostrando desde sua infância, até seus problemas com drogas que são explicitamente exibidos, e as diversas cenas de sexo, ente Egerton e Madden.

Fazendo um contraponto Egerton é virtuoso e coloca sua voz em todas as músicas apresentadas ao longo do filme, ao mesmo tempo que se joga na dança e na interpretação, e sua boa desenvoltura é vista com todos do elenco. Já Malek que tem um carisma nato, não foi bem explorado por Singer e isso acarretou em uma performance de Mercury bem desanimadora… e sim eu culpo o diretor, pois Malek tem talento e eu conheço esse talento, mas aqui ele não foi bem explorado.

*Gostaria de dar um destaque para a montagem da cena da música Rocket Man onde tudo aparenta ter sido filmado em um take continuo.