segunda-feira, novembro 4, 2024
CritícaCritica FilmeFilmeMovieParamount Pictures

Critica | Pânico 6 (2023) – Uma sequência sangrenta, angustiante, tensa e emocionante

Vocês sabem o quanto eu tava empolgado pra Pânico 6, e mesmo eu sabendo de 80% da trama antes de assistir ainda assim foi uma experiencia angustiante e tensa, e ao mesmo tempo emocionante.

Um filme que não decepciona e supri suas expectativas

Pânico 6 se passa depois dos eventos do filme anterior, e vemos a Sam tentando superar o ataque da Amber e do Richie, enquanto a Tara, a Mindy e o Chad foram pra Nova York pra fazer faculdade, e a Tara deixou o passado pra trás e tá seguindo em frente. Ela até fez novos amigos e quer se tornar uma garota normal, porém a Sam não consegue deixar o passado pra trás e tá tentando ser super protetora com a Tara, fazendo assim ela ir morar perto da irmã. Porém a paz e sossego na vida das duas vai acabar, já que um novo Ghostface quer vingança por algo do passado delas, e ele vai matar todos que estiveram no seu caminho, e quanto eu digo todos, é todos mesmo.

Temos aqui o Ghostface mais impiedoso e brutal da franquia.

Esse ghostface mata sem pudor, e ele tem uma certa psicopatia que até se assemelha a um dos outros, mas ainda assim o distingue dos outros já que ele não tem piedade de nenhuma das vítimas e ele gosta de ver todas elas sofrerem. Sendo que suas motivações são bem sem sentido, e isso torna todos os seus atos ainda mais chocantes.

Por falar nisso, esse filme vai trazer algumas surpresas impressionantes, e outras nem tão surpreendentes graças aos vazamentos. Porém o que tanto queríamos tá presente aqui, que é a matança desenfreada. Esse é o filme mais sangrento e mais ousado quando o assunto é matar, temos faca na boca, dentes quebrados, cabeça decapitada, e também algumas mortes menos criativas, porém ainda assim que nos deixam de boca aberta.

Recebermos algumas das melhores sequencias de perseguição de toda a franquia.

Por exemplo, a cena da Gale contra o Ghostface é impactante, tensa, eletrizante e te deixa na ponta da cadeira. Você torce por ela do início ao fim, mas você também espera ousadia do filme e torce pro ghostface ser implacável pra que a Gale lute com ele e pra que a ligação que nunca foi feita pra ela valha a pena. Tudo isso funciona bem e deixa essa cena ainda mais tensa, já que a Gale nunca desiste de lutar.

Também tivemos a excelente cena do Ghostface invadindo o apartamento da Sam e da Tara, essa sequencia de perseguição me deixou angustiado, toda a construção dessa cena é envolvente, e eles entregam um momento super otimista do quarteto de protagonistas, onde os quatro conversavam e tentam tirar o peso dos acontecimentos recentes das costas da Sam, já que muito do filme anterior ainda mexe com a vida dela, e esse tipo de cena só demonstra o peso dramático por trás desse filme, e também serve pra mostrar o quão unidos esses quatro personagens estão.

A Melissa Barrera com certeza está mais carismática aqui nesse sexto filme, e pra mim sua personagem funciona melhor do que nunca.

O debate sobre a saúde mental da Sam é sempre nos apresentado de uma maneira recorrente igual no filme anterior, só que dessa vez a Melissa entrega uma performance bem convincente que te convence da sua dor interna, e também te mostra uma conexão ótima entre ela e a Tara.

Enquanto a Jenna Ortega consegue entregar ótimas cenas de ação e correria, e claro ela tem um charme e um carisma que é incomparável, e seu arco de irmã com a Sam foi algo forte aqui, porém seu arco com Chad foi um dos pontos mais fortes da sua trama, já que além de desenvolverem melhor o personagem do Mason Gooding, eles também conseguiram criar uma ligação única entre ele e a Tara.

O Mason e a Jenna estão ótimos nesse filme, assim como a Melissa porém a Jasmin Savoy Brown rouba a cena assim como no filme anterior.

A Mindy é carismática e suas cenas sempre me lembram o Randy, ela é a nerd obcecada por filmes e ela serve como a ancora metalinguística que explica pro expectador as regras de uma sequência. Quer dizer regras de uma franquia.

Essas regras além de serem um ponto divertido que referencia os filmes anteriores, ainda é um momento descontraído pra nós começarmos a terrorizar sobre quem é o assassino, e também pra entendermos que a Anika a namorada da Mindy é uma suspeita, o Ethan, o colega de quarto bobão do Chad é um suspeito, a Quinn, a colega de quarto safada da Sam é uma suspeita, e que todos na verdade podem ser suspeitos, e além disso nem todos os filmes precisam de uma pós créditos.

Todos os personagens desse filme são agradáveis e relacionáveis, então as apostas nesse sexto longa se tornam maiores. Mas voltando a falar da cena do apartamento, eu realmente tremi de tensão nessa cena, e pulei da cadeira com alguns momentos. Principalmente na cena da escada que foi impactante. E uma das minhas outras cenas favoritas é a da Bodega que tá completa no trailer, porém essa cena conseguiu me deixar suando frio no filme graças a espingarda que elevou o nível do ataque.

Mesmo com muitos acertos nesse filme, o último ato mesmo que tenha bons momentos não é uma das minhas partes favoritas do filme.

Já que depois da revelação você pensa que algumas coisas foram mal explicadas, e as motivações do ghostface é boba demais. Porém a luta final entrega sangue e brutalidade, e a metalinguagem pós-moderna se torna um ponto bem abordado aqui nesse desfecho.

Entretanto mesmo com esse final que não é tão uau, o filme ainda conta com muitos momentos bons, como a cena de abertura que é bem diferente do habitual, e temos uma boa critica a imitadores, e com isso vemos algumas mortes bobas, rápidas e ao mesmo tempo expositivas. Também temos o retorno da Kirby que é uma agente do FBi que se junta ao Detetive Bailey pra investigarem os ataques do Ghostaface.

A Kirby tristemente não tem o destaque que eu esperava, eu queria muito que seu papel fosse mais relevante pra toda a história, porém acaba que ela é reduzida a uma participação especial que no final das contas é irrelevante. Mas é bom destacar que a Hayden Panettiere é uma atriz ótima que conseguiu entregar uma das minhas cenas levinhas favoritas do filme que no caso é a cena que ela conversa com a Mindy sobre filme de terror. Essa cena foi muito especial e apresentou muito bem a essência dessa duas personagens.

A facada que a Kirby levou do Charlie é mencionada, e a traira da Jill também acaba ganhando tempo pra ser abordada.

A propósito acho legal mencionar que além de Nova York ser uma ambientação ótima pra esse filme, também tivemos o santuário do Ghostaface que foi meu cenário favorito, todos os detalhes eram impecáveis, e consecultivamente esse sexto filme referenciava os ghostfaces anteriores.

Mesmo que Pânico 6 use a mesma formula dos filmes anteriores ainda assim, é refrescante ver que essa franquia nunca entrega um filme ruim, e se você gostou do quinto filme vai gostar muito mais desse sexto. O filme trás uma agradável abordagem a tão comentada fake News que é o mal da nossa atualidade, e claro trás muito o debate sobre o nosso legado ser a nossa família, mas que também podemos traçar nosso próprio caminho sem necessariamente dependemos de pessoas do passado, e claro o filme ainda bate na tecla sobre pessoas tentando lucrar com a desgraca de outras pessoas… cof cof né gale… você prometeu que não escreveria um livro sobre a Sam e a Tara e foi lá e escreveu.

No geral Pânico 6 é o filme mais dramático da franquia, ele tem ótimas sequências violentas, tem um ritmo envolvente, e a dinâmica dos sobreviventes é cativante.

A nossa atriz legado Courtney Cox sempre é elegante e maravilhosa em todas as cenas da Gale, porém a nova geração não fica pra trás e me faziam sentir um quentinho no coração. Ah e pra finalizar, temos aqui também uma trilha sonora muito melhor do que a do filme anterior, e até ouso dizer que a melhor trilha sonora da franquia.

Deixe um comentário