sábado, outubro 5, 2024
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Critica | O Poder e a Lei – 1ªTemporada (2022) – Um drama jurídico mais do mesmo

O Poder e a Lei que vamos falar hoje é tão sofrível de ser acompanhada.

O David E. Kelley é um escritor que eu realmente admiro. Adoro a primeira temporada de Big Little Lies, gosto de Big Sky, e até as séries mais fracas como Anatomia de Um Escândalo, e The Undoing conseguem ter seus pontos positivos.

A série da Netflix, tem dificuldade em ser uma série pra streaming.

Eu realmente fiquei chateado com o desenrolar dessa nova série dele, principalmente por que eu sou um grande fã do filme de 2011, com o Matthew McConaughe. Mas diferente do filme que tinha uma boa performance do protagonista, e a história tinha dinamismo pra segurar a trama por 2 horas. A série da Netflix, tem dificuldade em ser uma série pra streaming, e foca muito no formato de casinhos da semana de série de TV, (que eu confesso que adoro), porém a forma que isso foi trabalhado aqui na série não foi nada agradável.

O Poder e a Lei, da Netflix, tem conexão com o filme de 2011? Veja

Durante 10 longos, e entediantes episódios nós vemos o apático Manuel Garcia-Rulfo, vivendo o habilidoso mas problemático advogado de defesa, Mickey Haller, que sofreu um acidente no passado, e acabou se viciando em medicamentos. Esse advogado tem um método meio diferente de analisar seus casos, já que ele pensa melhor, enquanto trabalha dentro do seu carro na estrada. Ele tem até uma motorista pra conduzir ele em seus estudos de caso. Logo no primeiro episódio, ele acaba herdando vários casos de um antigo colega que foi assinado, e o caso central da temporada é o do Trevor Elliott (Christopher Gorham), um bilionário desenvolvedor de jogos acusado de matar sua esposa e seu amante secreto.

Entrelaçado com esses casos, vemos a vida pessoal do Mickey, e ele ficando entre as duas ex-mulheres.

A primeira ex-esposa dele é a Maggie McPherson (Neve Campbell), uma promotora que está trabalhando um caso contra uma gangue filipina. Ela é totalmente o oposto do Mickey, mas os dois vivem tentando conversar pra que ela deixe ele também ter a custódia da sua filha adolescente, Hayley (Krista Warner). Já a Lorna (Becki Newton) é a segunda ex-mulher que trabalha com ele na empresa de advocacia.

O Poder e a Lei | Trailer mostra Manuel Garcia-Rulfo ensinando a arte de fingir até conseguir

Durante toda essa primeira temporada nós vemos a cada episódio um casinho da semana, misturada com a vida amorosa do Mickey, e misturada com o caso central da temporada, que tem um desfecho tremendamente surpreendente, mas tão sem graça.

A série trás um pouco do filme O Poder e a Lei, e também toma algumas liberdades pra adicionar coisas novas.

Tudo aqui parece muito artificial, principalmente as tramas românticas, que são extremamente cafonas, a série tenta indiretamente criar um triangulo amoroso, mas parece que nenhum dos atores está realmente investindo naquilo, e eu não digo que o problema em sí está na atuação… longe disse, já que a Neve Campbell rouba a cena sempre que aparece, isso por que ela foi bem subutilizada aqui, e claro a Becki Newton é muito melhor do que essa personagem unidimensional pode oferecer (até em Ugly Betty ela teve um papel melhor).

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O problema em sí fica pra performance de peixe morto do protagonista, e pro roteiro extremamente mais do mesmo, que parece que foi descartado por uma rede de tv convencional e comprado a preço de banana pela Netflix. Se vocês notarem os episódios até tem o (anteriormente), logo quando eles começam, isso só prova que a narrativa de série de tv estava aqui nessa série de streaming, e esse tipo de narrativa não foi feita pro formato de streaming pra ser maratonado em um dia. Foi feito pra ser exibido em semanal, e eu sinceramente teria abandonado essa série no ep 3 se fosse semanal.

Essa série foi feita pro straming que mais faz JunkShows, então é meio contraditório isso.

Os mistérios aqui também não são nada misteriosos, o Christopher Gorham interpretando o Elliot foi tão sem sal. Eu adoro ele de Covert Affair, mas o personagem não tinha camadas, e desde o primeiro momento eu já tinha um julgamento sobre ele, e no final eu realmente tava certo.

A série também as vezes usa um pouco do lado lúdico pra algumas situações envolvendo a genialidade do Mickey, e por um lado achei interessante a escolha criativa, mas um pouco sem coesão pro conceito geral da série.

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Só pra finalizar esse vídeo, esse dramalhão de advogados, é um entretenimentos pastelão que será mais uma adição pra engordar o catálogo da Netflix.

Eu confesso que a segunda metade da temporada, lá pro ep 7 as coisas começam a caminhar melhor, mas até a chegada desse episódio, eu só me perguntava, pra que ter 10 episódio? Pra que episódios tão gordos, com tramas pra encher linguiça? E claro pra que aquele final? Tudo pareceu bem encerrado, como se os próprios criadores já soubessem o destino da série – o cancelamento – o gancho pra próxima temporada foi péssimo, e eu sinceramente não assistiria um nova leva de episódios.

Se essa série foi renovada, vai ser uma supresa, principalmente pq ela me cheira a cancelamento.

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