A ansiedade é basicamente um monstro que não podemos ver, mas que podemos sentir, e O Monstro que Vive em Mim o novo terror do Star+, transformou a ansiedade num monstro real.
Baseado no curta Appendange da diretora Anna Zlokovic , que foi estrelado pela maravilhosa Rachel Sennott. Esse filme trás uma história sombria e ao mesmo tempo bizarra de uma mulher que tem que enfrentar sua ansiedade literalmente.
Esse filme é basicamente uma grande aula sobre saúde mental.
Na trama conhecemos a Hannah (Hadley Robinson) uma jovem estilista que tem um emprego descente, um ótimo namorado, Kaelin (Brandon Mychal Smith), uma ótima amiga, a Esther (Kausar Mohammed), um bom apartamento. Porém ela tem problemas em todos os aspectos da sua vida, e ela internaliza todos eles. Seu chefe é cruel, e seu trabalho não é bom o suficiente, seus pais são meio desligados e não dão tanta atenção quanto ela gostaria. E num dia qualquer, uma mancha começa a aparecer na sua barriga, e essa mancha que parece uma dermatite de estresse na verdade se transforma num pequeno monstrinho metafórico, que é a manifestação física da auto-aversão da personagem.
Para levar a metáfora do filme ainda mais longe, este Apêndice da Hannah se alimenta da energia dela pra ganhar mais poder, e a Hannah encontra um grupo de auto ajuda que passa pelo mesmo que ela, e nesse grupo ela conhece a Claudia (Emily Hampshire), que a ajuda a entender como ela deve conviver com seu Apêndice. Mas essa convivência se torna um pesadelo maluco e meio hilário.
Esse filme é basicamente um terror corporal que trabalha muito bem (de forma lúdica e totalmente bizarra), os temas ansiedade, e como isso evolui pra depressão.
A estranheza do filme torna ele bem único, e também torna a mensagem apresentada nele ainda mais realista. Até por que nossa ansiedade está dentro de nós. Ela é criada por nós mesmos. Então o filme consegue fazer esse monstro o mais estranho possível pra que ele consiga capturar o monstro que vive dentro de nós. Monstro esse que auto insulta a gente, que cria situações que não existem, que te poe pra baixo, que te desmerece. Todos temos esse pequeno monstrinho, só que precisamos doma-lo.
De um modo geral o filme tem performances sólidas. Só que a maioria dos personagens não tem profundidade, somente a protagonista, porém sinceramente pra um filme de 1h30. A diretora conseguiu fazer algo bem identificável com o público, e conseguiu ir na raiz do problema da ansiendade e abordar isso com uma boa estranheza. Preciso claro elogiar os efeitos práticos, e o monstro estranho que foi bem feito. Esse monstro era ridículo, e foi uma das representações da ansiedade mais diferentes que já vi até agora.