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Critica | Máquinas Mortais (2019)

Com direção de Christian Rivers, Máquinas Mortais apresenta conceitos bons, ideias legais e um mundo steampunk, que seria adorado por qualquer pessoa que amasse filme da ação, porém ao passar a ficção para as telas do cinema, o filme deixou a desejar no enredo e nos personagens, fazendo apenas bom uso dos efeitos especiais. 

Máquinas Mortais, baseado no primeiro livro do universo homônimo criado por Philip Reeve, conta a história de um futuro distópico, em que a população foi quase extinta, devido a guerra dos 60 minutos. As pessoas buscam então maneiras de sobreviver, transformando algumas grandes cidades em gigantescos veículos. Londres, uma das cidades-tração, que se alimenta de outras pequenas cidades, para roubar seus recursos, forma um agressivo ativismo contra os anti-tracionista, aqueles que não concordam com a transformação das cidades em grandes maquinários gigantescos.  

Com uma enorme teia de personagens e subtramas, o filme apresenta Hester Shaw (Hera Hilmar), uma andarilha que quer vingança contra um político de Londres, Thaddeus Valentine (Hugo Weaving), que matou sua mãe e roubou uma arma perigosa que pode acabar com qualquer cidade. Hester ao falhar em sua vingança acaba sendo perseguida por Tom (Robert Sheehan), historiador de Londres, que ao descobrir os segredos de Thaddeus, se junta a Hester. Após uma perseguição das cidades sulistas, Hester e Tom, encontram a anti-tracionista Anna Fang (Jihae), fugitiva da cidade de Londres, Anna logo se junto a dupla, ao descobrir que o objeto roubado por Valentine é de grande poder bélico. No meio dessa trama toda, temos uandroide, com as memorias de uma pessoa apagada, conhecido apenas como Shrike, que  atras de Hester, para que a mesma cumpra uma promessa. 

Máquinas Mortais, tenta introduzir um novo mundo, com grande potencial, mas se perde na trama cheia de personagens caóticos e que não se conectam. Sem autenticidade, claro tirando a parte das cidades sobre rodas, o enredo deixa pontas soltas, devido a imensidão de histórias introduzidas, por exemplo a do androide Shrike, que foi colocado no filme apenas para criar uma amizade, concordância com a protagonista Hester. Recheado de reviravoltas, o que soa a ser cansativo, o longa tem personagens que não conseguem construir conexões entre si, possuindo motivações sem nexo e deixando o filme inteiro previsível.  

A trama tenta passar algumas advertências, como por exemplo o excesso uso da tecnologia ou a busca incessante pelo poder, e o que essa caça pode trazer de mal para sociedade em volta, porém o telespectador não da tanta importância devido os grandes plost twists. 

Apesar disso tudo, o longa consegue fazer ótimo uso dos efeitos especias, com um início de cena muito bem dirigido e que pode ser comparado com o icônico e singular filme Mad Max, os aspectos visuais conseguem fazer com que o telespectador mergulhe no mundo distópico. Com imagens fortes, geradas por computação gráfica, as batalhas metálicas despertam um interesse por uma nova aventura nesse universo. 

Máquinas Mortais chega a ser um filme bom, um blockbuster que te deixa satisfeito ao ir cinema, mas que não consegue cativar o telespectador. Com muita ação e efeitos visuais, detalhes que tornam o filme uma boa sessão de cinema, o enredo do filme deixa pontas soltas e apresenta uma grande quantidade de personagens desnexos, que não dão continuidade a trama. Com um universo de grande potencial, Maquinas Mortais faz mal uso das ideias, se tornando apenas mais uma super-produção de fantasia. 

Patrick Gonçalves
Carioca, estudante de comunicação, apaixonado por séries e filmes, coleciono DVD's e ingressos de cinema.

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