segunda-feira, novembro 18, 2024
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Crítica | Lembro Mais dos Corvos (2019)

“Lembro Mais dos Corvos” é um documentário e monólogo em que a atriz e diretora Julia Katharine conta sobre sua história, seus medos, suas vergonhas em frente a câmera. Após ele, é exibido o curta-metragem “Tea For Two, tendo a própria Júlia como diretora esse é o primeiro trabalho lançado comercialmente no Brasil por uma pessoa transsexual.

Dirigido por Gustavo Vinagre, onde atrás da câmera ele vai perguntando sobre a vida dela, algo positivo para do documentário, pois de modo simples, ela vai se sentindo à vontade para falar sobre tudo com ele, inclusive sobre sua infância, que segunda ela foi bem complicada. E tudo isso acontece durante a madrugada com uma crise de insônia que ela tem.

Assim vamos conhecendo a verdadeira Julia, pois ela conta como se “descobriu” como transsexual e o quanto isso foi difícil e ao mesmo tempo ela fala que teve momentos bons. Desde a pedofilia que sofreu no infância à várias tentativas de suicídio, vemos o quanto isso pode e é prejudicial psicologicamente, mas ao mesmo tempo ela se manteve forte e levava tudo como se fosse um filme, claro que ela deixa explícito que não tira a culpa e muito menos acha que o que sofreu foi algo positivo. Mas isso a ajudou a criar a paixão que tem hoje pelo cinema e o que a sétima arte tem a oferecer, pois os filmes a ajudavam a sair da realidade.

Sendo assim, o documentário nos leva a esse mundo cheio de preceitos e preconceitos e ao mesmo tempo corajoso vividos por pessoas transsexuais. Uma frase que marca bem toda a experiência negativa que Júlia teve em sua vida romântica é “Se eu me tornar cineasta só quero rodar comédias românticas, para compensar todo o romance que não tive na minha vida.”

Vitor Henrique
the authorVitor Henrique
Estudante de biomedicina, paulistano típico e viciado em filmes e séries sendo loucamente apaixonado pela sétima arte ao extremo e apreciador de fotografia.

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