Destacamento Blood, tem explosões, comédia, desigualdade e uma caça ao ouro escondido.
Depois de lançar A Gente De Vê Ontem, na Netflix, o Spike Lee retorna pra gigante do streaming pra trazer essa história comum, mas ao mesmo tempo inovadora.
Eu senti que o filme foi uma mistura de Despedida em Grande Estilo, Apocalypse Now e Platoon e uma das principais características do filme, pra mim pelo menos, foi como a narrativa dele foi conduzida entre os anos 60 e 70, com flashbacks bem pontuais e as vezes bagunçados, que mesmo com seus vai e vem temporais, consegue ser plausível pra narrativa de 2h30 do filme.
Então eles conseguiram colocar ação, violência, comédia e muitas outras coisas intercaladas de uma forma que a trama tenha um ritmo e ainda conte uma história. No filme nós seguimos a busca por um ouro enterrado e nisso a ganância e a lealdade de alguns são colocados à prova.
Tudo isso vai imergir você em uma aventura cheia de críticas políticas e sociais, que são impostas durante diálogos ácidos.
A maior parte do filme se passa no presente, onde vemos nosso quarteto de protagonistas o Melvin, Eddie, Otis e o Paul.
Eles são veteranos e agora estão reunidos por um propósito, que é procurar os restos mortais do ex-líder Norman, que foi morto em um tiroteio e junto do corpo achar o tal ouro que ele escondeu muitos anos atrás.
O Norman foi um ícone pra esses caras e durante o filme ele é comparado com muitas figuras histórias pra ressaltar a divindade que ele foi. Uma coisa que você pode notar enquanto estiver assistindo, é que cada personagem tem seu posicionamento e personalidade diferente, e isso faz com que a missão se torne ainda mais divertida.
E claro não só eles, mas também outras pessoas estão interessadas em pegar esse ouro.
Os protagonistas tem os mais várias debates e um deles me chamou a atenção, que foi o quanto o cinema hollywoodiano deixa de lado protagonistas negros como o heróis.
Isso foi uma grande critica, que funcionou perfeitamente, por conta de uma boa montagem que assim como Black Ish, ou Black AF são intercalados com uma apresentação na tela pra explicar sobre um ícone histórico.
Tudo isso é entrelaçado com performances maravilhosas do elenco, que fazem uma ondulação entre arrependimento, orgulho, rancor e irmandade,
além de tudo isso que já mencionei a trilha sonora ajuda a conectar muitas das cenas, e putz que trilha sonora perfeita!
Eu curti bastante essa experiência que o Spike Lee e a Netflix colocaram nesse filme, já que eles não só tiveram audácia de mudar um roteiro que antes era focado em homens brancos,
mas eles também tiveram a perspicácia de usar uma tamanho standard junto com o widescreen e até mesmo o letterboxed pra te posicionar e ao mesmo tempo te imergir em toda a atmosfera estimulante do filme.
O filme inteiro me fez sentir várias sensações, mas a cena do campo minado me deixou tremendo! O final foi mortal pra maioria dos protagonistas, mas podemos ver que o que importa não e o destino e sim a jornada!
Chegando nos minutos finais, a grande fortuna que eles encontraram durante o filme não só ficou pra eles, mas também foi distribuída para causas nobres como a do Black Lives Metter e também a para ajudar a limpar o Viatnã de minas terrestres.
Essa história inteligente tem muito mais a ser contado do que eu posso expressar em palavras, esse filme é denso e precisa ser digerido e apreciado com calma.
