A 1ªTemporada de Cruel Summer teve uma boa construção e foi uma temporada ótima, fazendo o público ficar com altas expectativas pra essa 2ªTemporada que chegou agora na Prime Vídeo. Porém essa nova leva de episódios não é nada prazerosa de ser assistida.
Cruel Summer é uma série que desde o início imerge a gente num mundo de cores intensas que refletem as emoções das personagens e também as mudanças temporais. A paleta de cores é mais do que um elemento estético; é uma ferramenta narrativa que nos transporta para diferentes momentos da história. No verão de 1999, as cores vivas nos envolvem na vivacidade da juventude e da descoberta. Já o inverno de 1999 traz uma sensação sombria de introspecção, refletida na escolha de tons mais neutros e dessaturados. E por sua vez, o verão de 2000 é repleto de um verde vibrante que lembra lodo e ele contrasta bem com o mistério de assassinato que cerca a trama, criando uma atmosfera tensa.
No centro da história dessa segunda temporada, temos a Megan (Sadie Stanley), uma personagem complexa e cativante que tá dedicada a ingressar no curso de cincia da computação, porém suas inseguranças financeiras a deixam frequentemente angustiada. Ao longo das diferentes linhas do tempo, testemunhamos sua evolução emocional, o que é habilmente refletido em sua transformação visual. Sendo que sua vida começa a mudar drasticamente quando a Isabella (Lexi Underwood) chega na casa dela e as duas se tornam amigas.
Entretanto a Isabella que deveria servir como uma figura misteriosa, acaba por não cativar tanto quanto Megan. A Sadie Stanley e a Lexi Underwood são atrizes ótimas, mas os diálogos entregues pra Isabella são muitos óbvios e obsoletos, e a falta de profundidade prejudica a conexão dessa personagem com o público, enfraquecendo o impacto emocional das suas ações. Mesmo depois de 10 episódiso eu senti que a ligação dessas duas personagens não atingiu todo o seu potencial, já que a dinâmica delas mesmo que fosse multifacetada, por vezes me parecia um pouco forçada.
Já o mistério em torno da morte do Luke, por sua vez, não conseguiu criar o mesmo nível de interesse que o desaparecimento na temporada anterior. A falta de presença e desenvolvimento do Luke prejudica a motivação pra gente querer desvendar os segredos entorno da sua morte. Mesmo eu tentando simpatizar com o Luke ele era um personagem desinteressante, que nunca conseguia me conquistar.
Porém mesmo que essa segunda temporada erre mais do que acerte, uma coisa é certa aqui. A montagem e edição da série continuam a criar suspense e interesse, embora subtramas complicadas por vezes prejudiquem o ritmo da narrativa.
O uso habilidoso da trilha sonora nostálgica dos anos 2000 nos transporta de volta no tempo, evocando memórias e emoções que complementam a história. Sendo que a composição visual também desempenha um papel importante na história. Já que a série utiliza enquadramentos e ângulos específicos para destacar a intensidade das interações entre os personagens, bem como para enfatizar as mudanças emocionais que ocorrem ao longo da narrativa.
Em resumo, Cruel Summer continua a explorar as complexidades do mistério adolescente e dos relacionamentos interpessoais, embora a segunda temporada apresente algumas mudanças na estrutura e no elenco menos carismático, ela ainda vai encantar algumas pessoas, porém talvez desagrade os fãs mais exigentes que amaram a temporada anterior.
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