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Critica | Casal Improvável (2019)

Charlize Theron e Seth Rogen são realmente o Casal Improvável! Mas tudo nesse filme dá certo e funciona muito bem.

Comédias românticas voltaram a ser produzidas em massa, quando a Netflix, viu um nicho e focou nele, mas essas novas comédias do streaming, as vezes não são tão agradáveis quanto as antigas rom-com, lançados nas telonas. Eis que então Charlize Theron e Seth Rogen – que eu nunca esperaria ver em um longa juntos – chegam e superam todos as minhas expectativas e se protagonizam essa comédia divertida, que até agora é a mehor comédia do ano.

Casal Improvável foi escrito e dirigido por Jonathan Levine (que já trabalhou anteriormente com Rogen em Sexo, Drogas e Jingle Bells e mais recentemente esteve por trás de Os Caça Noivas e Viagem das Loucas). Como diretor/escritor Levine procura não ir muito longe do gênero das rom-com, mas ele aprimora o roteiro com uma pitada de política e sabe muito bem trabalhar com seu elenco estrelado, ao mesmo tempo que coloca muitas referencias do universo POP – é estranho mas, Theron e Rogen, tem uma química boa na tela.

Theron interpreta Charlotte Field, a sofisticada e bonita secretária de Estado que tem o sonho de se torar presidente dos Estados Unidos, enquanto Rogen, é Fred Flarsky, um jornalista investigativo que fala muitas verdades em suas matérias, e é adora uma jaqueta bomber de marcas esportivas. Os dois se conheceram quando Charlotte cuidava de Dred quando criança, e eles acabam se encontrando em um evento e por acaso Charlotte precisa de um redator de discursos, e Fred como está desempregado aceita a tarefa – já que segundo ela, ele é engraçado e inteligente.

Casal Improvável é uma divertida e despretensiosa mistura de ‘Um Lugar Chamado Notting Hill‘, ‘Hitch: O Conselheiro Amoroso‘ e ‘Uma Linda Mulher‘, todos os três mostram grandes peixões que não deveriam acontecer, mas florescem e se tornam importantes.

O filme então segue as frequentes viagens de Charlotte, que junto de Fred, Maggie (June Diane Raphael) e Tom (Ravi Patel) seguem em diferentes países, fazendo discursos e ganhando a confiança de cada um. Isso faz com que os dois protagonistas ganhem alguns momentos espirituosos e até mesmo românticos, enquanto se conhecem melhor. O roteiro nesses momentos da viagem adapta muitas coisas ao mesmo tempo, e tudo se encaixa perfeitamente. Rogen já mostrou em outros trabalhos, sua imbecilidade e sua insegurança, mas aqui é diferente, ele consegue encantar e a presença de Theron traz um delicioso ar fresco para a trama.

Quero ressaltar que esse é o melhor trabalho de Levine, seu roteiro e sua direção se encaixam tão bem. Sua versatilidade em sair do básico – e ir para o bobo e sem noção – é um ponto forte de seu trabalho, ele conseguiu fazer muitas referencias e colocas em ação em pontos estratégico e em momentos que você não esperaria – acho que você não imaginaria ver Theron se chocando com Capitão América e Nick Fury, ou assistindo Game of Thrones, ou que alguém do nada gritaria Wakanda Forever, tudo isso está presente no filme – em vez de começar o relacionamento dos protagonistas com o primeiro encontro / que daria errado e provavelmente despertaria o amor entre os dois, ele preferiu incandescer isso com muitas perguntas, longas maratonas de filmes e série, diversas viagens e claro uma grande guerra entre insurgentes. O relacionamento de Charlotte  e Fred parece autêntico, – muito por conta dele não ter sido romantizado – ao longo do filme ele foi conturbado e o pensamento dos dois se colidiu a todo momento mostrando que um relacionamento não é feito só de felicidades, mas sim de muitos momentos tristes e poucos felizes, e os felizes tem que ser valorizados. O roteiro de Levine mantém a comédia em um ritmo acelerado, e provavelmente se pegará rindo em muitos momentos do filme.

Rogen já é um ícone da comédia besteirol, mas a inimaginável Theron (que ano retrasado estava matando com suas próprias mãos em Atômica), é sensacional em seus momentos cômicos, e aqui ela prova que está apta a se adaptar a qualquer gênero de filme.

Depois de tanto falar dos protagonistas, também não se pode esquecer do elenco de apoio, que deu um suporte muito bom, para muitas cenas cômicas, e um deles é o divertido amigo de Fred, O’Shea Jackson Jr. (Godzilla: O Rei dos Monstros), ele é o Bro do nosso protagonista, e um dos motivos dele encontrar Charlotte, ele mostra uma amizade muito grande com Fred e ele consegue ter um tempo legal na tela. Além de Raphael e Patel, que são os pilares de Charlotte, e rendem alguns momentos alegres. Mas o grande destaque dos coadjuvantes é Bob Odenkirk (Better Call Saul) o atual presidente dos EUA (vulgo o chefe de Charlotte), ele é um ex-ator de TV que se tornou um político tão egocêntrico que assiste as reprises de seu próprio programa no TBS – uma referencia muito boa, a um atual governante americano.

Matheus Amaral
the authorMatheus Amaral
Sou simplesmente apaixonado por filmes e série, herói favorito da DC Superman (Smallville <3), herói favorito da Marvel Feiticeira Escarlate (Wanda), fanatico por comédias e maratonador de séries.

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