sábado, outubro 5, 2024
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Critica | Campo do Medo (2019)

Mais uma obra de Stephen King e Joe Hill, chega na Netflix e dessa vez um grupo de vários estranhos ficam preso em gramado sobrenatural em Campo do Medo.

Stephen King é incrivelmente habilidoso e criativo em suas obras e eu confesso que não li esse livro, então não posso abordar comparações nessa critica, mas depois de assistir essa adaptação meio que disfuncional do Vincenzo Natali (que fez sua estreia na Netflix), eu senti um tom medíocre e uma indagação de slasher que não funcionou muito bem na tela, mas ao mesmo tempo me agradou muito.

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Vamos lá então, Cal (Avery Whitted) e sua irmã grávida Becky (Laysla De Oliveira) estão juntos dentro de um carro dirigindo por uma estrada isolada do Centro-Oeste, cercada por um enorme campo de grama alta. Eles então param no acostamento para Becky vomitar por conta da gravidez e os dois acabam ouvindo gritos de um menino implorando por ajuda de algum lugar dentro do gramado. Os irmãos entram para encontrar o garoto indefeso (Will Buie Jr.), que clama por sua vida, eles o encontram e ele diz que seu nome é Tobin e que seus pais Natalie (Rachel Wilson) e Ross (Patrick Wilson) também estão perdidos em algum lugar na grama.

A partir desse momento o “horror” se inicia, eu cito horror entre aspas por conta, das cômicas e aparentemente interminável cenas, de gritarias, e sussurros, de uns chamando o nome dos outros. O mais assustador de você ter que assistir esse filme, é você não saber quando a gritaria vai acabar. O Stephen King adora criar criancinhas aparentemente inocentes e angustiadas, que do nada se tornam assustadoramente macabras, então isso não me impressionou muito – na verdade já estava esperando quando isso iria acontecer. Esse filme usa e abusa da frase “nem tudo é o que parece ser”, não vou revelar pontos cruciais, mas espero, que vocês quando assistirem entendam. Há, outro ponto maluco, é o surgimento do Travis (Harrison Gilbertson), ex da Becky, que estava em uma procura, por ela, ele entra na narrativa – em um momento que o trem já tinha saído da plataforma faz muito tempo – e sua breve aparição não é agradável, mas ele até que ajuda no final das contas.

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Em um certo momento é revelado que o campo tem algum tipo de poder misterioso, que é alimentado por uma rocha gigantesca localizada no centro e que tem algo a ver com uma igreja abandonada nas proximidades. Tem até uma viagem maluca no tempo, pra contar algumas coisas e um loop temporal estranhamente inteligente.

O melhor personagem, com certeza é o do Wilson, ele é um ator, fenomenal, que encara seu personagem com entusiasmo e entrega com naturalidade o que o roteiro o proporcionou. Campo do Medo pode ser ruim na narrativa, confusa, mas a fotografia do Craig Wrobelski consegue encontrar todas as maneiras possíveis de tornar a grama alta visualmente ameaçadora, com a pontuação assustadora de Mark Korven ajudando no som ambiente. Esse é um filme que vai ter que ser digerido com o tempo, e mesmo eu tendo gostado dele, sei que a confusão criada ao redor do enredo é um dos principais defeitos da produção.

Matheus Amaral
the authorMatheus Amaral
Sou simplesmente apaixonado por filmes e série, herói favorito da DC Superman (Smallville <3), herói favorito da Marvel Feiticeira Escarlate (Wanda), fanatico por comédias e maratonador de séries.

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