O thriller de terror com um brinquedo do mal, poderia parecer uma coisa batida depois de tantos filmes, mas eu me surpreendi positivamente com o reboot de Brinquedo Assassino.
O conhecido Chucky, conta com uma extensa franquia, que ao total conta com 6 filmes, produzidos pela MGM/Universal, e 31 anos depois, do original o brinquedo retorna com um remake que posso dizer que ainda assim é original e novo, e mesmo que o SYFY esteja olhando para uma série de tv que atualmente está em desenvolvimento, eu vejo uma sequência nascendo com a estreia desse filme.
Tá, esse remake não é essencialmente um filme do Brinquedo Assassino, ele mais parece um episódio de Black Mirror para o cinema, porém isso ao meu ver deu super certo e é o que o publico quer ver nos dias atuais. Nos 6 filmes anteriores a história de Chucky era encarada como se ele fosse um brinquedo possuído, mas aqui temos um boneco com um chip de computador defeituoso. O que era um filme B, continua sendo um filme B com uma pegada muito tecno-moderna, e os recursos e a história modelada para esse novo filme são naturalmente parecidas com os filmes da franquia original então posso dizer com propriedade, que esse filme se encaixa de uma forma diferente na nova visão dos espectadores.
O filme se inicia mostrando a fabrica da Keslan que fabrica os bonecos, e somos apresentando ao Buddi, o boneco inteligente que por conta de um “defeito de fabricação” vem a apresentar uma estranha personalidade. Logo em seguida conhecemos Karen (Aubrey Plaza) uma vendedora de uma loja de departamento que sozinha tem que sustentar seu filho, Andy (Gabriel Bateman), os dois vivem suas vidas meio que separadas, mas mesmo assim ela como uma mãe dedicada tenta dar atenção e carinho para ele a cada troca de plantão no seu trabalho, ao mesmo tempo que tenta conciliar sua vida com um de seus terríveis namorados.
Uma coisa que ficou meio estranha é o fato de Andy ter 13 anos, e se empolgar tanto com seu boneco infantil – mas eu relevei pois depois do episódio S05E03 -“Rachel, Jack e Ashley Too” de Black Mirror, onde uma adolescente de 17 anos vira a melhor amiga de sua boneca, eu meio que deixei pra lá, o fato de um garoto de 13 anos se tornar o melhor amigo de seu boneco – Além da dupla de mãe e filho, também temos o vizinho Mike (Brian Tyree Henry), que é uma parte importante no filme, pois ele começa a investigar os casos fatídicos que começam a ocorrer quando Chucky aparece – ele é um péssimo detetive, mas é um divertido personagem.
O grande astro desse filme fica a cargo de Chucky (dublado por Mark Hamill) que aqui é quase que um hotspot, pois ele é um brinquedo que se conecta com absolutamente tudo da empresa Keslan – imagine um brinquedo da LG conectando com todos os aparelhos da marca e podendo liga-los com uma palavra, é mais ou menos isso que Chucky faz, além de ser o seu melhor amigo.
O filme não explora muito da empresa em questão, mas é divertido ver o começo, do novo melhor amigo de Andy e também ver a perspectiva do diretor Lars Klevberg que optou por não usar muito CGI, e explorar o boneco como um real boneco animatrônico, Buddi é extremamente fofo e assustado e eu demorei para me acostumar com ele, até que chegamos em uma cena onde Andy e Buddi (que se alto nomeia de Chucky), fazem um plano muito carismático para assustarem o atual namorado de sua mãe.
Durante todo o desenrolar do filme, somos apresentados a diferentes formas de amizade, e isso é um ponto que o filme quer reforçar a todo tempo, e as vezes até fica cansativa, mas no final se justifica e entrega uma narrativa bem conexa. E por esse motivo o terceiro ato é o melhor do filme e provavelmente levará o filme a encontrar um público. Isto é principalmente devido ao fato de que do nada se inclina completamente em um humor negro, com um banho de sangue feito por nosso boneco preferido, o final do filme entrega diversas tecnologias sendo coordenadas e quase que um novo Exterminar do Futuro, ou um Eu, Robo nascendo. Esse filme ao meu ver se encaixa para todas as gerações por ter uma temática atual, porém quem assistiu o original e tiver a mente fechada, achará esse filme massante. Porém se você assistir de mente aberta, o humor negro e a montagem em que o filme é feita, farão com que você se divirta muito.