Hoje estou aqui para falar sobre CEOs Megalomaníacos, que acabaram destruindo a sí próprios, e quase destruíram a suas empresas. Separei esse mesmo vídeo pra falar de We Crashed e também Super Pumped: A Batalha pela Uber, por que eu sinto que essas duas mini-séries são contrapontos iguais, mas totalmente opostos.
2022, está sendo o ano das mini séries baseadas em casos reais, e eu já fiz vídeo de The Dropout, já assisti Pam e Tommy e The Hot Zone: Antraz, estou assistindo The Staircase e The Thing About Pam, e quero trazer vídeo em breve dessas duas séries, e pretendo assistir Candy, e The Girl From Plainville.
Enfim, muitas séries de casos reais, e a maioria delas é sobre algum escândalo que envolveu morte. Porém We Crashed, e Super Pumped saem dessa curva de morte, e entregam só debates empresariais, que envolvem perder ou ganhar dinheiro.
Eu demorei umas 2 semanas pra conseguir terminar essa série, por que ela estava muito tediosa. Eu dormi duas vezes vendo o ep 3 e 4, e foi um sacrificial chegar no sétimo e último episódio. Mas isso quer dizer que a série foi ruim? Não! Principalmente por que durante alguns episódios pontuais eles conseguiram trabalhar temáticas ótimas e vira e mexe aparecia algum escândalo interessante. Algumas sacadas em certos episódios foram bem construídas, pra desenrolas certos temas. Como por exemplo, assédio sexual, o machismo e a misoginia dentro do escritório da Uber. Esse foi um enredo que eu curti acompanhar.
Entretanto Super-Pumped peca por se estender demais, em uma história sem muita vida, e com personagens nada envolventes, que não prendem sua atenção. Pra piorar os episódios que deveriam ter no máximo 40 minutos, tem 1 hora.
Eles tentaram fazer a vibe da série ser parecida com A Grande Aposta e Lobo de Wall Street, mas o tiro saiu pela culatra. Os roteiristas não fizeram um texto convincente pra série, fazendo assim tudo soar muito caricato. A história facilmente poderia ter sido adaptada em formato de filme, tirando as partes dramaticamente desnecessárias, e deixando somente o essencial.
Mesmo com o torturante primeiro episódio, a única coisa me fez continuar até o final essa tortuosa série, foi o Joseph Gordon Levitt, que aparentemente está super a vontade vivendo o egocentrido CEO da Uber, Travis Kalanick. Porém nenhum antagonista consegue ser memorável, o Kyle Chandler até tenta se destacar como o preocupado investidor de capital de risco Bill Gurley. Mas vira e mexe a série tira o foco dele e o torna esquecível.
A tadinha da Uma Thurman chega tão tarde na história da série, que mesmo ela dando tudo de sí pra personagem já tinha tanta coisa acontecendo, que nunca conseguíamos dar a devida atenção pra ela. Eu prefiro nem comentar o papel de mãe do Travis, da Elisabeth Shue, foi a coisa mais caricata de toda a série. A Elisabeth merecia coisa melhor.
Uma coisa que minha professora de roteiro sempre diz, é que a narração da série, tem que servir pra complementar a história, e não pra explicar a história. Coisa que não acontece aqui, e você vira e mexe vê que os personagens não conseguem conduzir a história de maneira independente. Eles precisam de saltos temporais, e narração pra tornar o enredo deles mais entendível pro espectador.
Enfim, Super Pumped foi renovada pra 2ªTemporada que vai contar a história do Facebook, e eu até vou assistir essa temporada nova. Mas não recomendarei essa primeira temporada da Uber pra ninguém. A triste realidade é que dentre várias séries de história real, essa da Uber foi de longe a mais vazia, enrolada e sem conteúdo.
O Jared Leto e a Anne Hathaway vivem o casal Adam e Rebekah Neumann, que fundaram a WeWork, nessa série é basicamente o oposto de Super Pumped, ela pode até ter seus defeitos, como por exemplo o sotaque irritante do Adam. Mas ela soube entregar personagens detestáveis, que você criava uma ligação com eles, e ainda continua detestando tudo que eles faziam.
Por exemplo o Jared Leto estava ótimo na série, mas o carisma da Anne Hathaway vivendo a Rebekah era basicamente a cola que unia toda a série e ela se sobressaia Adam. A Rebekah era detestável, eu queria xingar ela a cada novo episódio. Mas eu sempre tava lá vendo qual era a merda que ela faria no episódio da semana, e como o Adam ia extorquir dinheiro pra conseguir pagar as dívidas da We Work.
Mesmo com o roteiro as vezes sendo meio capenga e esquecendo e focar na We Work, e focando mais na vida pessoal do Adam, ele ainda era um roteiro escorado pelas ótimas performances. Os roteiristas também encontravam seu momento de brilhar em alguns episódios, como per exemplo o do retiro Summer Camp WeWork. Onde Rebekah acaba cagando pela boca na série de papel do papel das mulheres no local de trabalho, e na vida dos homens. Ela é totalmente submissa ao Adam, e isso é perceptível, e ao mesmo tempo triste. Ela é totalmente manipulável, e também ama uma tortura emocional.
Eu só notei depois de terminar Super Pumped. Eu tinha assistido o documentário sobre a WeWork, e fiquei me questionando o por que a série coloca no centro da trama o romance da Rebekah e do Adam, em vez de só focar na empresa.
Isso acontece, por que a história precisa de núcleos dramaticos como sub enredos, pra não se tornar maçante de ser acompanhada, que foi o principal ponto que Super Pumped falhou. Sem contar o romance dos Neumanns, outro enredo ótimo que fluiu bem em WeCrashed, foi a amizade da Rebekah, com a Elishia Kennedy ( vivida perfeitamente pela America Ferrera). Isso saiu um pouco da zona de conforto empresarial, e fez a série navegar por outros caminhos. Esses caminhos sempre traziam um pouco de senso de humor, coisa que dificilmente tinha em Super Pumped. Que era uma série séria, e sem muito tempo pra você respirar, ou dar um sorriso.
Enfim, WeCrashed encontrou seu trunfo no roteiro farofento, intercalado com a história empresarial. Enquanto Super Pumped se prendeu a amarras, e acabou não triunfando tanto.
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