Uma Garota de Muita Sorte termina com uma conclusão que não deixa pontas soltas, mas se você se questionou sobre o final, aqui está o que você precisa saber.
No filme nós conhecemos a Ani (Mila Kunis) uma mulher de prestígio que enfrenta constantemente problemas do passado, mas mascara tudo com um sorriso no rosto. Ela trabalha em uma revista em um cargo nada agradável, mas está esperado uma promoção. Enquanto isso seu distúrbio alimentar, a mantem com um corpo esbelto, e seu noivo, o bem sucedido Luke Harrison IV (Finn Wittrock), está prontíssimo pra se casar com ela.
Entretanto essa vidinha dela de bonequinha de corda começa a desmoronar, quando um documentarista, quer reviver um trauma do seu passado, que envolve um tiroteio na escola, e também ela acaba revivendo um estupro que quase ninguém sabe, mas que ainda abala muito seu psicológico, e esse longa navega pelo passado da Ani, e pelo presente dela, e mostra a raiz do seu trauma, e as escolhas para supera-lo.
O filme é baseado no best-seller de 2015 de mesmo nome e num acontecimento da sua própria vida, da autora dele Jessica Knoll. Ela também escreveu o roteiro do filme, e olha eu curti bastante esse longa. Ele conseguiu balancear bem, o mistério, com o drama, e entregou uma história poderosa, e impactante, repleta de um sarcasmo ácido, e até me lembrou vagamente garota exemplar, principalmente pela maneira que a história é contada, e pelas narrações que são basicamente os pensamentos da protagonista.
Agora vamos falar do final do filme, o último ato se inicia com a cena do tiroteio na escola. Onde entendemos que o Arthur se cansou de como o Dean e outras pessoas o tratavam, e sempre se safavam de tudo. Então ele e seu amigo orquestraram um tiroteio em massa na escola pra matar as pessoas que faziam bullying. A Ani mesmo que andasse com eles não sabia de nada sobre isso, mas depois dele atirar no Dean, o Arthur dá a arma pra Ani e diz para ela deveria terminar o trabalho. Porém ela não consegue fazer isso e apunhala o Arthur no pescoço, e o mata. E o Dean espalhou uma mentira pra todos falando que a Ani tinha algo haver com o tiroteio, e isso acabou com as amizades da Ani, e com o psicológico dela também.
Depois disso vamos pro futuro, e a Ani finalmente confronta o seu agressor sexual, no caso o Dean. Ele tenta se fazer de vítima e implora pra Ani não falar nada sobre seu passado, já que ele tem uma “esposa e uma filha”. Então ele a ameaça e diz que vai contar a todos que ainda acha que ela teve algo a ver com o tiroteio se ela se ela falar algo. Mas a Ani como é uma jornalista competente faz o Dean admitir que estuprou ela, quando era adolescente e ela grava essa confissão do Dean sem ele saber.
Tanto que ela usa fones de ouvido como uma forma de ouvir repetidas vezes que ela realmente foi violada, e que isso realmente aconteceu. Mesmo que ela sempre tente negar pra sí mesma, mesmo que ela tente seguir enfrente. Esse trauma do seu passado sempre está lá pra assombrar ela, e agora que seu agressor finalmente confessou, ela pode tentar relaxar pelo menos um pouco sabendo que ela conseguiu uma confissão dele.
Claro ela também ficou feliz com essa confissão por que todos tratavam o Dean como o santinho do pau oco. Todos achavam que ele nunca faria mal a ninguém, já que ele era um cadeirante, e todos tinham uma compaixão sem precedentes por ele. Ninguém acreditaria na palavra dela, ainda mais depois de tantos anos, e com esse áudio que saiu da boca dele, toda a história dela se torna ainda mais verídica.
Daí chegamos ao final do filme, onde a Ani aceitou o trabalho no The New York Times. Ela usou a confissão do Dean pra contar sua história com total honestidade na revista. Essa tal história comove várias outras mulheres que já foram abusadas, e sentiram o poder das palavras da Ani, e também sentiram que elas não devem ficar caladas.
Esse desfecho também mostrou que a Ani e o Luke não se casam. Já que a Ani terminou com ele no jantar de ensaio, depois de várias frases misóginas dele. O Luke até parecia um cara bondoso. Mas ele precisava aprender mais a como não ser um cuzão. Ele toda hora queria passar pano pro Dean, só por que ele era cadeirante. Ele basicamente taxava a Ani de doida, e falava que ela deveria ter seguido em frente, e deixado o passado pra trás. Sendo que ela foi estuprada. Isso não tem como ser deixado pra trás. Ela tava certíssima, em ir atrás do seu agressor e expor ele.
O final foi a cereja do bolo, com uma mulher aleatória aparecendo e falando que apoiava o Dean, e que a Ali tava se aproveitando dele, pra ganhar 15 minutos de fala. A Ani manda ele se foder. As vezes a gente só pracisa mandar alguém tomar no cu. Nem sempre precisamos ser o robozinho certinho que nunca erra.
Era isso que eu tinha pra falar sobre esse filme, mesmo com algumas cenas exageradas, como aquelas ilusões das facadas, que eram ótimas, mas muito além do que deveriam ser. Também o debate superficial sobre bullying ser um gatilho forte. Ainda assim esse filme tem um saldo positivo, e um me entreteve muito.
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