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MOTIVOS PRA VER o Subestimado ‘Ameaça Profunda’ que merece sua atenção na Netflix

Em 2020 a Fox estava finalizando sua fusão com a Disney, e logo em janeiro ela lançou ‘Ameaça Profunda’ um filminho de monstro que eu assisti nos cinemas, e sai da sessão super satisfeito com o que tinha visto.

Temos aqui um filme rápido, bem filmado, com um mostro lovecraftiano, com personagens simpáticos, e com uma história certeira.

Uma pena que esse filme foi simplesmente afetado pela fusão e não teve um mkt bom, e foi super desprezado pela distribuidora, até por que ele merecia ser um sucesso. Mas agora que ele chegou na Netflix, eu espero que faça um pouco de barulho com os expectadores, e tó aqui pra simplesmente recomendar ele pra vocês.

Ameaça Profunda’ é ambientado na no Oceano Pacífico, próximo a Fossa das Marianas, na estação de pesquisa Kepler, que trabalha perfurando o oceano pra descobrir o que tem alí embaixo. Logo nesse início conhecemos a “Norah Price” interpretada perfeitamente pela Kristen Stewart, ela é uma engenheira mecânica que está escovando seus dentes tranquilamente, até que alguns tremores na base causam uma explosão e agora ela tem que correr pra se salvar.

O início do filme é super frenético, e literalmente antes de 10 minutos a gente já tem uma cena mega intensa.

No começo vemos metade da subestação aquática sendo implodida e sendo inundada e a Noah tendo que deixar pra trás alguns de seus amigos pra se salvar e salvar o resto da base. Essa é uma das cenas mais bem filmadas do filme, até a câmera lenta funciona bem aqui. Depois o diretor dá uma exagerada e coloca mais uma duas outras cenas nesse estilo, mas não chega a incomodar.

Mas enfim, depois desse início intenso a Noah acaba encontrando um grupo de sobreviventes, que e todos terão que sair da base, descer ainda mais pra caminharem pelo lado de fora até outra base que tenha módulos de fuga pra eles irem pra superfice, mas isso não vai ser uma tarefa fácil já que o monstro que está do lado de fora vai atormentar eles.

A primeira coisa que tenho que destacar é que a fotografia do filme é surreal de boa. Eu adorei a forma com que eles usaram a iluminação ou a falta dela pra tornar as cenas misteriosas, sinistras ou até mesmo intensas. O design de produção conseguiu criar cenários rústicos que causavam uma claustrofobia ótima, e o design do mostro era algo lovecraftano bem único, e até passou a vibe de Alien do Ridley Scott, que é um dos meus filmes favoritos da vida, e a vibe de Cloverfield, mas ainda assim o filme consegue encontrar sua própria identidade, e fazer a simplicidade se tornar seu ponto forte.

De um modo geral esse é um filme bem ritmado, que usa os clichês conhecidos e executa eles muito bem.

Os efeitos do filme também são excepcionais e as criaturas foram bem criadas pra se tornarem aterrorizantes, a própria escuridão do oceano cria uma incerteza no que nós estamos vendo e isso acaba gerando uma incerteza bom sobre o visual do monstro que veremos no final.  A trilha sonora também desempenha um papel fundamental pra tudo funciona bem, já que sem ela as cenas de ação não seriam impactantes, e todas essas cenas sempre bem desenvolvidas, e a maioria faz a gente ficar tenso, já que temos pessoas implodindo, pessoas sendo arremessadas, pessoas sendo puxadas pelo monstro.

Até o desenvolvimento dos personagens é bom no curto período de tempo que temos com eles.

Eu senti que todos ganharam seu devido destaque de uma forma natural, e suas mortes foram impactantes na medida certa. A Kristen Stwart é uma protagonista despedida que entrega tudo de sí pra personagem, mas pra mim quem consegue roubar a cena é a Emily vivida pela Jessica Henwick, ela gritando em algumas mortes soou tão realista, e sua histeria emocional nos conecta muito a ela. Adoro a evolução dela no último ato, todos esses personagens aqui são indiretamente heróis que não usam capas. Até o TJ Miller que serve como alivio cômico conseguiu me fazer dar umas risadinhas, em meio a todo o caos.

Até a empresa de perfuração do filme é aquele tipo de empresa maligna que encobre os erros, e isso fica claro no começo e no final do filme, mas ainda assim, isso só me deixa ainda mais satisfeito com tudo que eu vi nessa história.

Ah, e alerta de spoilers do final.

Preciso dizer que a cena da Noah lutando com o monstro no desfecho é foda demais, e ainda mais foda é ver ela se sacrificando pra salvar os dois amigos que ela mandou pra superfice. Tudo bem que eu prefiro o final alternativo que ela foge da base também. Mas eu confesso que amo esse heroísmo dela nesse final, e como eu disse todos nesse filme são heróis que não usam capas.

Eu amo demais ameaça profunda, e sempre vou defender eles.

Matheus Amaral

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Matheus Amaral

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