Yes, God, Yes, o primeiro trabalho de Karen Maine se destaca pela acidez com a qual trata o tabu do corpo dentro de algumas religiões, a cineasta consegue debater dogmas e crenças que até hoje são polêmicas.
Yes, God, Yes conta a história de Alice (Natalia Dyer), uma jovem que estuda em um colégio cristão. Infelizmente, ela vive coagida pela culpa católica e, constantemente, duvida de sua própria moral pelas coisas que faz, sente e deseja, em relação a sua sexualidade e seu jeito de ser. Um dia, no entanto, a adolescente decide entrar num chat online a fim de explorar mais o território sexual e, a partir de então, sua busca pelo autoconhecimento começa. Agora, Alice terá que conviver com as mudanças em seu corpo e sua relação com o catolicismo, conservadorismo e com o julgamento do colegial.
A personagem interpretada por Natalia Dyer, a Nancy de Stranger Things, é completa, e mesmo na pele de uma menina tímida, quase monossilábica, conseguimos compreender os sentimentos e os pensamentos de Alice, suas expressões dizem muito e assim como a personagem a direção nos mantém observador. Um excelente protagonismo e uma cuidadosa direção de Maine, nos presenteiam com uma cinematografia minuciosa que nunca se deixa abalar pelo baixo orçamento e faz o possível com o que tem.
A direção de arte é impecável, a ambientação focada no início dos anos 2000 também confere um ponto extra, uma vez que seu charme reside nos seus pequenos detalhes, como os computadores antigos, vestimentas da época e celulares de flip, sempre dispersos de maneira sutil e agradável entre os cenários. Tudo se molda de maneira a abraçar a narrativa e a criar um ambiente complexo e muito simples ao mesmo tempo.
um grande exemplo disso é Yes, God, Yes, na qual a diretora, que desenvolveu o curta de mesmo nome em 2017, pontua suas opiniões e vivências próprias com muita dedicação para com a obra. Com script afiado e uma grande atuação, não seria nada ousado dizer que o ano pertence ao cinema underground. E quem sabe esse ano não nos mostre o que estamos perdendo ao nos voltar apenas para grandes lançamentos.
Concusão
Com script afiado e uma grande atuação, não seria nada ousado dizer que o ano pertence ao cinema underground. E quem sabe esse ano não nos mostre o que estamos perdendo ao nos voltar apenas para grandes lançamentos.
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