Critica | Todos Já Sabem (2019)

Drama argentino Todos Já Sabem com Penélope Cruz e Javier Bardem tem enredo interessante, mas ao longo de suas 2 horas, torna-se cansativo.

O grande novelão, intitulado de Todos Já Sabem, chega aos cinemas brasileiros, pela Paris Filmes, e apresenta em suas duas longas horas o desespero de Laura (Penélope Cruz), para achar sua filha recém sequestrada.

O filme se inicia com uma introdução da família espanhola, onde conhecemos todos os parentes da protagonista vivida por Cruz, logo em seguida somos direcionados para um grande casamento, que é o da irmã de Laura, onde ocorre uma reunião de toda a geração da família dela em uma recepção corrida e expressiva. Logo todos estão felizes e entusiasmados, com o exuberante casamento, onde Laura reencontra seu antigo amor Paco (Javier Bardem) e começa a sentir novamente uma atração por ele – os dois tiveram um breve envolvimento, quando ele trabalhava para a família dela -, porém logo em seguida temos uma linha tênue entre um antigo caso de amor entre Laura e Paco e o desespero de Laura para encontrar a filha desaparecida. E digo logo de cara que as vezes Todos Já Sabem se perde entre suas idas e vindas.

No casamento cheio de vida e exuberância – que é uma das cenas mais bonitas do filme, pois mostra a essência cheia de vida constrói uma sinfonia harmônica entre a família – a filha de Laura, Irene (Carla Campra), acaba por conhecer o sobrinho de Paco, que a trata muito bem, mas aparentemente ele é uma pecinha pequena em um filme excepcionalmente composto por um grande elenco então seu destaque é quase que 0, porém quando tudo parece bem, eis que Irene desaparece e seus sequestradores começam a mandar mensagens de resgate para família. Até esse ponto o filme chega a ser interessante, mas acaba se perdendo muito.

Chegando perto do seu termino a trama começa a se desenrolar contado sobre a vida de Laura, que se casou com um homem mais velho, mudou-se para a Argentina e criou dois filhos com ele. Mostra o breve relacionamento entre Paco e sua esposa Bea (Bárbara Lennie), que agora vivem e trabalham em terras anteriormente pertencentes ao pai de Laura, mas acaba não desenvolvendo nenhum desses pilots.

O que parecia que seria um thriller intenso, se transforma em um drama decepcionante; Dirigido por Asghar Farhadi, que nem sequer fala a língua espanhola, o filme teve uma boa sequência de direção, mas seu interesse e convicção no roteiro complicado, tentam usar a crise da família, como uma espécie de acelerador para toda a dinâmica dos personagens, e rapidamente desperta desconfiança entre os membros da família. O mistério se torna focado em quem pode ter sequestrado Irene, ao mesmo tempo que podemos sentir que Paco tem assuntos inacabados com sua antiga amante Laura e cada nova informação que chega mostra que o grande sequestro pode estar envolvido com o passado da família.

Bardem, é excelente como um típico cultivador de vincula. Sendo que os momentos com Cruz são os pontos chaves para o filme, em seus closes tristes, onde a trama se desenrola lindamente. Ricardo Darin aparece nos minutos finais para talvez tentar encerrar a trama, mas ele é totalmente avulso. Todos Já Sabem, não confiou no seu próprio potencial e terminou de uma forma toda melosa e sem consequência para os sequestradores, mostrando que o roteiro estava inacabado ou que mostras as intrigas entre a família era seu ponto chave, e o sequestro erá só o estopim para a trama se desenrolar. O grande novelão que foi esse filme não é um desperdício de tempo, mas é cansativo de mais para conferir nas telonas.