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Critica | Tic Tac: A Maternidade do Mal (2023) – um terror sobre gravidez forçada

Tic Tac: A Maternidade do Mal marca a estreia da escritora/diretora Alexis Jacknow. Ela faz um filme conceitual que explora as armadilhas da gravidez forçada. E obviamente esse filme não vai agradar a todos, mas ainda assim é um bom começo pra carreira dela.

Na trama conhecemos a Ella Patel ( Dianna Agron ) uma mulher que ama a vida sem filhos, e aproveita seu tempo com o marido Aiden ( Jay Ali ), além de focar na carreira como decoradora de interiores renomada. O único problema é que ela já tem quase 38 anos, e constantemente enfrenta uma pressão pra dar à luz e começar uma família.

A Dianna Agron está impecável nesse papel, e ela consegue transmitir emoção e complexidade com naturalidade.

Seus amigos ficam falando sobre ter filhos, seu pai grita com ela por conta disso, seu marido é um sonso que também não serve pra nada. Até uma visita de rotina ao médico faz com que o assunto filhos entre em pauta. Tanto que essa médica fala que o relógio biológico dela está quebrado. Então, a Ella tenta se inscreve em um ensaio clínico com a Dra. Elizabeth Simmons (Melora Hardin ), pra concertar esse tal relógio, com um tratamento extremo que gera efeitos colaterais nela.

Você sente uma sensação de segurança e confiança nessa mulher, que está confortável e realizada com sua vida. Mas as obrigações familiares criam uma ansiedade e geram alguns medos profundos, que rebuscam o passado da personagem e a fazem se corroer de dentro pra fora. Ela sente culpa por ser uma mulher que não engravidou ainda. Essa culpa surge muito pela pressão que seu próprio pai coloca nela pra que ela continue o legado da sua família.

Mas o horror aqui é algo mais simbólico, do que algo assustador

Essa jornada pra tentar se enquadrar num padrão normativo da sociedade coloca a Ella numa encruzilhada de alucinações, lapsos no tempo, e essas duas coisas geram alguns sustos bobos que não funcionam bem. A natureza opressiva das pressões sociais é o centro da história desse terror psicológico que aborda fria e cruelmente a maternidade forçada.

Um dos únicos problemas da história é que ela se repete sem necessidade, e ainda os sustos não se casam tão bem no enredo central. Esse filme serviria melhor como um episódio de 40 minutos de uma série de terror antológica.

Matheus Amaral

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Matheus Amaral

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