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Critica | The Hot Zone – 1ªTemporada [Mini-Série] (2019)

Baseada no best-seller de Richard Preston, The Hot Zone é uma série que beira a realidade e quando erra, sabe ser sútil e complacente.

A série da National Geographic, começa com intensidade em uma abertura bem genérica, mostrando o paciente 0, um homem – sem importância – que retorna de uma viagem, e começa a apresentar alguns sintomas muito comuns para uma virose, como suor, dor de cabeça e mal estar, mas outros bem distintos, como vomitar muito sangue.

É meio complicado, adaptar um caso sobre uma grande epidemia – ainda mais, quando ela é baseada em fatos reais – mas mesmo com essas dificuldades conseguimos ver a destreza que os retoristas tiveram em transformar o popular best-seller de Richard Preston, nessa série limitada, que ao meu ver foi muito bem-sucedida.

O roteiro desenvolvido por James V. Hart e Kelly Souders foi produzido por Lynda Obst e diferente do livro que focou o desenvolvimento do Ebola na Africa, e na outra epidemia da época – a AIDS – aqui na série nós somos jogados no meio do surto no final dos anos 80, e vemos melhor o desenvolvimento da descoberta da epidemia nos Estados Unidos.

O núcleo central da série se passa em 1989 e centra no vírus desconhecido, que está causando a morte de macacos em uma instalação de pesquisa em Reston na Virgínia. O caso alarmou a tenente Nancy (Julianna Margulies de The Good Wife), que também é uma pesquisadora do Departamento de Pesquisa Médica do Exército dos Estados Unidos e coordena Peter (Topher Grace) e Ben (Paul James) que são cientistas de patógenos nocivos. A obsessão da Dr. Nancy pelo surto preocupa seu marido, o coronel Jerry (Noah Emmerich), e ele fica ainda mais irritado quando ela chama seu mentor Dr. Wade (Liam Cunningham), para ajudar na descoberta desse vírus desconhecido. O outros nucleo, se passa na África – mais especificamente no Catar – em 1970, mostrando o rumo do vírus na zona rural do Zaire, destacando os dois pesquisadores Travis (James D’Arcy) e Melinda (Grace Gummer). 

O legal da série é que ela não tenta fazer o espectador se tornar um especialista no vírus, ela preza somente em mostrar o desenvolvimento dessa praga, em linhas amigáveis no roteiro, que fazem com que o espectador aprenda um pouco sobre a praga – quando nos deparamos com personagens inexperientes – e nada fica massante. 

The Hot Zone consegue se encaixar na história real, mesmo que ainda sofra algumas restrições, assim como a recente Chernobyl, da HBO – que foi envolta de controversas, porém bem avaliada por IMdB – a série que conta a história da usina mais famosa do mundo – e que foi uma série que não curti muito – tenta ser sombria ao estremo e só se tornar uma drama pavoroso. Não fazendo um comparativo mas as duas série mesmo que sejam baseadas em fatos reais, tem diferenças tanto em roteiro quanto na direção. Aqui a série foi dirigida por Michael Uppendahl e Nick Murphy que fazem com que o espectador sinta a angustia eles consegue trazer uma sensação muito melhor que a do drama da HBO – que só me fez sentir a sensação de cansaço.

O seriado proporciona momentos frequentes de tensão, logo no piloto, temos a cena da entrada no Nível 4, e todas as outras onde os personagens estão enclausurados em suas roupas de proteção. Enquanto os primeiros episódios, conhecemos os personagens, chegando perto dos dois últimos, nos simplesmente ficamos enclausurados na instalação de teste em Reston – que mostram os pavorosos macacos em CGI, que não impactam muito no desenvolvimento da série, mas foram engraçados de se ver.

The Hot Zone, se sustenta muito com seu excelente e experiente elenco, junto de um roteiro dinâmico, que não enrola muito e magulha no desenvolvimento do vírus. Margulies é uma atriz veterana, e uma excelente protagonista, assim como foi em seus longos anos como a Good Wife, ela também tem muitos monólogos de emponderamento – assim como um atual presidente vivido por Kiefer Sutherland, em Designated Survivor. Grace está em quase todas as produções que assisti recentemente, e em todas elas ele interpreta com destreza diferentes personagens, mas aqui eu sinto que ele voltou a suas raízes de Eric Forman, de That’s 70 Show, só que aqui ele é um pouco menos palerma. Cunningham tem uma grande intensidade, Emmerich sabe se aproveitar ao máximo da situação e D’Arcy sabe trabalhar em nuances nos mínimos detalhes, já os outros personagens tem desenvolvimentos menores, que não se destacam muito na multidão.

Matheus Amaral

Sou simplesmente apaixonado por filmes e série, herói favorito da DC Superman (Smallville <3), herói favorito da Marvel Feiticeira Escarlate (Wanda), fanatico por comédias e maratonador de séries.

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Matheus Amaral

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